No dia 18 de maio estávamos a noticiar a volta às aulas dos alunos do secundário que iriam realizar os exames finais e, este mês, noticiamos a volta às aulas de todos os alunos que tiveram o ensino interrompido desde março por conta da pandemia. O contexto é o mesmo, mas ainda mais sensível, dado que são mais alunos que voltam às instituições. O planeamento teve de ser redobrado e as regras mais apertadas para salvaguardar a segurança de todos os envolvidos. A tolerância nesta volta às aulas é zero ao incumprimento das novas regras. O VivaCidade esteve à conversa com a Escola Secundária de Gondomar, a Escola Secundária de Rio Tinto e a Escola Secundária de São Pedro da Cova.
[caption id="attachment_18946" align="aligncenter" width="300"] > Lília Silva, Diretora da Escola Secundária de Gondomar[/caption]
Secundária de Gondomar
Há um ano, a realidade da volta às aulas era completamente diferente em Gondomar, muitas das coisas que outrora eram proibidas, agora são obrigatórias. Lília Silva começa por explicar que a preparação para o retorno dos 1400/1450 alunos à instituição esteve assente em cinco pilares, a Confiança, a Comunicação, o Compromisso, a Segurança e a Responsabilidade “para nós foi extremamente importante passar a mensagem a todos os utentes da escola”.
A diretora da escola revela que para o inicio deste novo ano letivo fez questão de estar reunida com todos os Encarregados de Educação dos alunos que frequentam o estabelecimento de ensino, “aqui inserimos o pilar da Comunicação, temos que comunicar, temos que fazer as pessoas entender, temos que passar a mensagem, porque foi isso que levou as pessoas a depositar a confiança, a terem mais tranquilidade”, a responsável que confessa que deu muito trabalho e que todas as reuniões foram realizadas por videoconferência, Lília explica que com o conhecimento tudo é mais simples.
A mesma estratégia foi utilizada com os alunos, a diretora da escola fez questão de falar com todos os estudantes do estabelecimento de ensino, “os alunos são muito dóceis e perceberam muito bem o que é preciso, estou muito satisfeita com os meus alunos porque têm sido muito compreensíveis” com esta situação anormal.
É num panorama atípico que muitos adolescentes voltaram às aulas, desde março que tudo mudou. As regras mudaram. O contato físico é evitado. E, a atenção é muito mais redobrada. A tolerância, neste momento, é zero
e quanto às regras essas são “mesmo claras”.
Os intervalos foram reduzidos e, agora, numa fase inicial são passados dentro da sala de aula, sendo que cada aluno fica confinado à sua mesa. As idas à Casa de Banho, apenas podem ser realizadas com o acompanhamento de um operacional, “os alunos nunca vão sozinhos”.
No que concerne a utilização da cantina, os alunos tem a opção de levar para casa (takeaway) ou fisicamente, o distanciamento na cantina é respeitado, dado que “nós conseguimos separar perfeitamente as horas da refeição, estão completamente desfasadas e este facto permite, efetivamente, que os alunos estejam muito mais separados ao longo de todo o dia na escola”, o período de funcionamento do refeitório também foi alargado para evitar aglomerações.
Uma das maiores dificuldades que a escola teve que enfrentar foi a falta de Assistentes Operacionais. A instituição para colmatar esta necessidade viu-se obrigada a abdicar de alguns serviços para conseguir recolocar mais funcionários, “por exemplo, o bar praticamente não existe nós não temos bar na sala dos professores, o bar funciona apenas como uma espécie de serviços mínimos, apenas temos pacotes de sumos, de leite, ou bolachas, coisas embaladas e mais nada”, além disto, os auxiliares que se encontravam no Centro de Recursos também foram recolocados e mesmo com todos estes esforços, ainda não são suficientes
para todas as necessidades.
Com uma média de idade nos docentes a ultrapassar o patamar dos 55 anos, o medo está presente neste novo capítulo que se avizinha, “muitos estão inseridos nos grupos de risco, as pessoas tem medo de correr risco e , então neste contexto em que vemos os números a aumentar, às pessoas têm medo e temos que perceber que, efetivamente, se há grupo e classes que estão sujeitas a muito risco são os professores, neste momento contactam com centenas de alunos por dia, daí que o medo seja natural”, a responsável constata que é evidente que todas as normas da DGS estão a ser seguidas de forma rigorosa, “como é óbvio ninguém deitou
as paredes a baixo e se a escola tivesse poucos alunos seria mais fácil, mas felizmente senti o apoio dos professores e sublinho que eles estão mesmo de parabéns” por todo o esforço de adaptação que tem vindo a realizar nos últimos sete meses, primeiro com as aulas a partir de casa e, agora, com o regresso em que as regras estão totalmente diferentes.
De certa forma, para Lília Silva a sua maior preocupação neste novo retorno, não foi as questões logísticas, porque “essas já tínhamos experiência do mês de maio”, a questão aqui foi “apostar seriamente em envolver toda a comunidade escolar neste regresso às aulas” e faze-los sentir que eles são parte da solução para o problema. “Tenho segurança no trabalho que fizemos e acredito profundamente que poderíamos ter tomado outras opções, mas melhor do que estamos já a fazer, não seria fácil, penso que neste momento, melhor acredito mesmo, que a organização que fizemos dos horários e dos espaços foi a melhor e estão a funcionar com os ajustes que vão sendo necessários fazer, mas tudo dentro da escola está a funcionar” e garante que a escola é o sítio mais seguro para os alunos estarem, “não vale a pena imaginar que eles na rua ou nos autocarros estão em maior segurança”.
Quanto à educação propriamente dita a diretora fez questão de sublinhar que comunicou aos Encarregados de Educação e aos estudantes que, “no meio disto tudo” a atenção sobre o estudo não está descuidada “nós estamos comprometidos e estamos preocupados com a segurança, mas a nossa preocupação em relação aos estudos não desceu nem um milímetro”.
[caption id="attachment_18947" align="aligncenter" width="300"] > Luísa Pereira, Diretora da Escola Secundária de Rio Tinto[/caption]
Escola Secundária de Rio Tinto
No que diz respeito à maior escola do concelho em termos de alunos, Luísa Pereira, diretora da instituição constatou que “as escolas que não confinaram tiveram uma experiência diferente”, que foi o caso de Rio Tinto, em que em maio receberam 600 alunos para a preparação dos exames nacionais. Atualmente, 1700 alunos voltam às instalações que outrora tiveram que abandonar de forma inesperada no início da pandemia em março, “a escola nunca parou, tivemos sempre que ter uma estratégia de abertura ao público, fosse esse público professores, funcionários, alunos em aulas ou em exames”.
A responsável adianta que, neste momento a Escola encontra-se a viver um período de transição, “porque desde o início deste ano a tutela passou, por força da delegação de competências, a ser da Câmara Municipal de Gondomar”, uma das situações que Luísa fornece como exemplo é o facto de que, agora os funcionários são tutelados pelo Município. Esta novidade surge devido ao “Decreto Lei 21 que permitia às autarquias optar por aceitar ou não a delegação de competências a nível da educação, dos casos a nível Nacional, Gondomar foi um dos Municípios que aceitou”. A diretora explica que “estão numa fase de adaptação, porque é uma tutela diferente”, tanto a nível de refeições, de funcionários e até de alguns edifícios.
De momento, os horários foram alargados, os alunos que estão na escola não têm necessidade de voltar à escola de tarde, com a exceção dos 10º e dos 11º anos, em que “o currículo é mais pesado”, os horários são diversificados, todos os estudantes tem manhãs e tardes livres, “para cada ano a estrutura dos horários é igual para todos”, quanto aos alunos do 12º ano, este ano têm um dia livre. Mesmo com horários desfasados a própria admite que esta estrutura de horário, infelizmente, não impede que haja sempre uma aglomeração na parte da manhã à entrada. Luísa explica que isto acontece porque a entrada é realizada apenas por uma entrada, “eles ao entrar têm que pisar o tapete, tem que ser desinfetados e identificar-se”, mas reconhece que os alunos estão “a colaborar muito, eles chegam à porta da escola cumprem as regras”, apenas no que concerne à sinalética de circulação é que a dificuldade se apresenta, porque “os alunos já estavam habituados aos seus percursos”. Depois, a saída é realizada pelo portão cinco e pelo principal, dado que “de facto concentra mais alunos na saída do que na entrada”.
No que concerne à cantina, o regime utilizado é o de Takeaway e quanto aos intervalos “nós funcionamos por blocos de 100 minutos, com intervalos de 10 min” os alunos tem a possibilidade tanto com chuva ou com sol de sair da sala de aula. Quanto aos alunos que permanecem dentro da sala de aula ficam sozinhos, “os professores não ficam” sendo de inteira responsabilidade dos mesmo a preservação do local.
“Esta situação que estamos a viver depende da qualidade do dia a dia, depende acima de tudo da responsabilidade individual”, a diretora reconheceu ainda que com a atual situação que vivemos é “duro”, melhor “é mais difícil ser aluno nos dias de hoje, do que era no ano transato”. A exigência por responsabilidade está a ser feita “acima do normal e temos que ter um período de adaptação, porque estamos a permitir tudo o que não era permitido”, atualmente, é permitido aos alunos comerem dentro da sala de aula e são eles os responsáveis pelo distanciamento dos restantes colegas, “visto que retiram a máscara para comer e os mesmos são responsáveis pela limpeza e manutenção do seu próprio espaço”.
A utilização das casas de banho também está a ser controlada, “eles vão sozinhos, mas à porta encontra-se uma funcionária que garante a lotação definida”, outra regra implementada neste regresso é que os alunos podem utilizar as casas de banho em horário de aulas, dado que “por vezes o tempo do intervalo não é o suficiente”.
O corpo docente encontra-se preocupado dado que a média de idades ronda a casa dos 55/60 anos “e já são pessoas de risco e isso cria algumas preocupações nas pessoas e tem como consequência a apresentação de alguns atestados médicos que também dificultam” o funcionamento da escola. Pessoalmente, Luísa refere que: “No fundo é a guerra dos nossos tempos, quando nós olhamos de longe para a Escola Secundária e todos estão de máscara, as movimentações são controladas, toda esta situação, dá uma ideia de irreal, dá-me uma ideia de cinema de ficção, por vezes ainda custa interiorizar o perigo da situação”.
Relativamente aos Encarregados de Educação, Luísa revela que “estão a reagir menos bem do que os alunos, ou seja, os pais estão muito tensos, muito inseguros, muito exigentes sobre as condições da escola e de alguma maneira, o espaço de intervenção deles deveria ser precisamente o exterior”, para a responsável os Encarregados de Educação deveriam preocupar-se mais com o percurso que o seu educando realiza para a escola e dá o exemplo que deveriam garantir que os alunos venham de máscara “e embora aqui à porta da escola eles já estão todos de máscara, passando por eles na rua, nós sabemos que eles vêm sem máscara, portanto o grande papel dos Encarregados é serem colaborantes com a escola no sentido de as regras não serem só da porta para dentro da instituição, mas serem regras de cidadania e de estarem em sociedade”.
Luísa Pereira termina constatando que a tolerância é zero, “agora, uma situação que poderia ser desculpabilizada noutro momento, agora não pode, por isso, é que falei da responsabilidade individual. Nós agora temos uma responsabilidade individual, social e coletiva, não podemos mesmo facilitar” e no meio desta situação anormal “estamos todos otimistas que vai correr tudo bem”, os responsáveis tem a plena noção que os problemas vão surgir, “não vamos pensar que nada vai acontecer porque ninguém vive numa ilha, nós vivemos em comunidade, os problemas vão surgir não sabemos quando nem onde”, mas a diretora garante que estão preparados para os resolver.
[caption id="attachment_18944" align="aligncenter" width="300"] > Ana Rangel, Diretora da Escola de São Pedro da Cova[/caption]
Escola Secundária de São Pedro da Cova
Fomos agora em direção a São Pedro da Cova, onde estivemos à conversa com a Diretora da Escola Secundária Ana Rangel. O regresso às aulas dos 276 alunos que integram a comunidade da instituição foi realizada com uma dinâmica completamente diferente do habitual, “quase tudo mudou”.
No recinto escolar as entradas e saídas são realizadas por sítios diferentes, “procuramos que os caminhos de saída e de entrada não se cruzassem, assim os alunos e os professores não entram todos pela mesma porta”, temos no total três entradas distintas.
Os horários funcionam essencialmente por turnos, porque “não conseguíamos acomodar a carga curricular das turmas num turno completo” é nesse sentido que os responsáveis optaram por colocar as turmas do básico na parte da tarde e, apenas de manhã educação física, no caso dos alunos do secundário, as aulas são realizadas da parte da manhã e a aula de educação física é realizada na parte da tarde. Apenas, os cursos profissionais é que tem aulas todos os dias de manhã e de tarde, dado que “a carga horária destes alunos é muito superior e, ainda por cima, no ano passado não conseguiram realizar algumas horas de formação em contexto de trabalho e, portanto, vão ter que as realizar este ano e estão muito mais condensados”, a diretora explica que os horários dos cursos estão desfasados e, “apesar de estarem cá todos os dias, não estão cá todos ao mesmo tempo. Com o espaço do balneário “restrito”, os alunos tomam banho em casa e vêm já de casa prontamente equipados.
No que diz respeito aos intervalos as turmas do ensino regular têm intervalos de 5 e 10 minutos, enquanto que os alunos do ensino profissional possuem um intervalo de 15 minutos. Quanto ao bar, o seu funcionamento está muito mais condicionado em comparação ao ano transato. A cantina encontra-se a funcionar presencialmente, “marcamos turnos para cada turma poderem almoçar”, de momento a escola não possui regime de take away, mas “os encarregados de educação estão alertados para o facto que isto pode ser alterado”.
Para os professores agora vai ser “uma nova readaptação, porque a realidade não é a realidade presencial que era”, no entanto os docentes acordaram de não abandonar a “plataforma que tivemos que começar a utilizar quando passamos para o regime à distância, uma vez que corremos o risco de a qualquer momento termos de voltar e obviamente que isto é um momento de nova readaptação por parte do pessoal docente”, a responsável explica que são vários os fatores que tornam mais difícil esta readaptação, como por exemplo a questão de utilização das máscaras que têm interferência direta no desempenho na sala de aula, “em termos de voz e respiração”, os horários que, pelo facto de serem poucos alunos, os professores têm que dar aulas aos alunos do ensino regular e profissional o que, consequentemente, torna os horários mais desfasados.
Na opinião da diretora para o pessoal docente e não docente, a utilização da máscara torna-se mais complicada “os alunos como são mais novos adaptam-se mais facilmente, mas para nós docentes que temos que falar mais é extremamente difícil conseguir aguentar tanto tempo” e o facto de os professores terem os horários mais desfasados é uma vantagem porque têm tempo entre as aulas para descansar. Quanto aos funcionários torna-se mais difícil utilizar a máscara, por causa do esforço físico que fazem ao realizar as limpezas das instalações, principalmente agora que a higienização é muito mais apertada e com os alunos o esforço dos auxiliares é muito maior, “felizmente, as pessoas que colaboram connosco são impecáveis e estão sempre disponíveis” para o necessário.
A responsável refere que a escola tem um plano de contingência, implementado desde o dia 9 de março, “foi o nosso primeiro plano de contingência e fomos adequando à forma como se ia desenrolando a situação”, a instituição tem uma sala devidamente equipada com acesso direto ao exterior, caso seja necessário uma ambulância, que possui uma capacidade de isolamento para duas pessoas e garante que “dentro do que conhecemos e do que é possível estaremos preparados”, concluiu.
No quesito da aprendizagem “a aula não pode ser pensada da mesma forma, porque um horário que era de 50 minutos, agora passa a ser de 75 minutos”, nesse sentido, foi pedido aos docentes que utilizassem o método de ensino que considerassem mais adequado, “a parte pedagógica não pode ser burocrática”.
A diretora afirma que “há coisas que nós não podemos tolerar, tais como alguns comportamentos, não vamos tolerar nada que ponha em risco a saúde dos outros, eu sempre fiz questão de dizer isto aos meus alunos” a tolerância é zero, quem não utilizar máscara por puro ‘capricho’ vai embora. “Nós alteramos o nosso regulamento interno e acrescentamos que o retirar a máscara e recusar-se a colocar” será considerada uma infração muito grave.
[caption id="attachment_18948" align="aligncenter" width="225"] > Aurora Vieira, vereadora da Educação do Município de Gondomar[/caption]
Mensagem da Vereadora Aurora Vieira, responsável pelo Pelouro da Educação em Gondomar, quanto a volta às aulas em tempos anormais.
A abertura e organização do ano letivo é competência da Escola, e neste ano no que se refere às medidas de saúde face ao COVI19 da DGS, que em conjunto com o Ministério da Educação definiram as orientações. O provimento de recursos de competências da Câmara Municipal é partilhado com os Agrupamentos/Escolas através de um contrato interadministrativo. A preparação deste ano letivo inicia-se muito antes do seu começo, setembro, tendo decorrido desde junho. A preparação foi feita para todos os procedimentos necessários, que abaixo se descrevem, para um funcionamento garantido tal como seria em normalidade, e um plano B para as adaptações necessárias, sendo que essas vão surgindo a cada momento em função das situações.
No que se refere a medidas reforçadas e especificas face à situação derivada do COV19 tivemos uma 1ªfase, a do confinamento em que o município alocou equipamentos, computadores e acesso de internet, a alunos com dificuldade de acordo com as indicações das escolas. Contamos poder alocar mais computadores às escolas face a procedimentos em curso para o efeito. Ainda nesta fase, e que decorre desde aí, foram colocadas barreiras protetores para os atendimentos de entradas e secretárias de escola, dispensadores de gel para os estabelecimentos de ensino, gel, tapetes desinfetantes e equipamentos EPIS para todos os funcionários. Adaptamos forma e conteúdos do processo ensino aprendizagem à situação por recursos aos professores de AEC, à equipa multidisciplinar e aos técnicos da equipa municipal de educação. Mantivemos o apoio a quem mais necessitava quer através do fornecimento de refeições quer de cabazes para os alunos. Nesta fase de reabertura da escola a todos, podemos dizer que houve uma parte que é idêntica à rotina de outros anos, no que se refere aos procedimentos a ter para contratação dos técnicos de AEC, do projeto de expressões, do fornecimento de refeições, dos transportes escolares, da ação social, e de afetação de recursos, nomeadamente Humanos. Esta é sempre uma questão que gera alguma controvérsia e não a escamoteamos, assim , desde logo garantimos que o rácio estipulado por diploma legal é integralmente cumprido, depois, em geral há um acréscimo de pelo menos 10% em algumas situações um pouco maior até, existe um programa de reforço e apoio no prolongamento do pré-escolar em que são alocados monitores para esse período por grupos de crianças, e é efetuado uma contratualização com o IEFP para colocação de 100 pessoas, para suprir dificuldades de férias faltas e licenças.
Este ano letivo a câmara colocou, via processo concurso, até ao dia 1 de setembro mais 22 funcionário efetivos, e já foram colocados 86 dos contratos via IEFP. Considerando as tarefas e as preocupações de todos face a esta situação imprevisível e avassaladora em que vivemos duplicaremos os recursos via IEFP, estabelecendo uma bolsa de recrutamento. Contamos, ainda, poder vir a abrir novo concurso para melhorar a situação efetiva e permanente das escolas.
Este ano temos a responsabilidade de todas as refeições escolares, do pré-escolar ao secundário, e de acordo com as decisões organizativas das escolas estamos a adequar as respostas, nomeadamente para ser possível o regime de take-way.
O fornecimento de material de proteção foi efetuado por cada escola em função de verba disponibilizada para cada agrupamento sem prejuízo que continuamos a adquirir matéria adequado às necessidades e pedidos, como mais dispensadores de gel, tapetes de higienização, entre outros materiais.
Face às competências do Diretor e à situação de pressão a que se viram sujeitos nestas condições o nosso trabalho foi o de garantir o provimento de necessidades e de, em permanente contato, estabelecermos apoio mútuo e adequação à realidade e necessidade de cada momento em cada agrupamento em função das soluções adotadas.
Quanto aos projetos educativos, estamos em análise, sendo que alguns estão em suspenso face a decisões gerais de contactos, e iremos reunir com os diretores depois deste iniciar de ano para decidir os que podem e como podem prosseguir ou que teremos que modificar, num processo interativo que tem sido de permanente contacto e assim continuará.
Uma nota geral para dizer duas coisa: a primeira salientar a escola pública como um lugar seguro para as crianças e jovens do nosso concelho (dentro do que podemos todos, a cada tempo e em cada momento garantir de segurança, claro) e que esta situação deriva da preocupação, empenho e dedicação dos Diretores e de toda a comunidade escolar, docentes funcionários, autarquias, pais e famílias, trabalham em conjunto para que isso aconteça disponibilizando o máximo de recursos possíveis e dando o melhor de si; a segunda nota é de que as escolas em Gondomar abriram com muita normalidade, face à situação, como tive oportunidade de ver presencialmente na abertura do ano em algumas delas. As criança e jovens interiorizaram as normas e regras.
Uma nota final para afirmar que este é um problema coletivo que depende da ação e civismo individual, não há organização nem normas das instituições/entidades que nos preservem a todo o momento de tudo e os nossos comportamentos são cruciais neste processo, por isso o esforço de cada um para o cumprimento de normas nos seus núcleos de pertença ditará muito do que possa acontecer nos espaços coletivos.
Estamos numa fase das nossa vidas em que a pressão, a dúvida e o medo estão exacerbados, mas não podemos penalizar as nossas crianças e jovens e hipotecar o seu futuro a sua possibilidade de ser feliz, com mais pressão e dúvidas dos adultos. Cabe a todos nós e mais a quem detém responsabilidade garantir serenidade e ponderação. Este é um tempo de resiliência para todos e só seguramente cada um e todos nós podemos superar em conjunto.
A Câmara de Gondomar, o Sr. Presidente e toda a equipa executiva têm como foco o melhor para as crianças e jovens deste concelho e assumem a garantia de prover às necessidades e preocupações das escolas e das famílias. ▪