Os Virgem Suta atuam no Auditório Municipal de Gondomar, no próximo sábado, no âmbito das celebrações do 25 de Abril. Nuno Figueiredo e Jorge Benvinda estiveram à conversa connosco antes do grande concerto.
Como começaram os Virgem Suta?
Nuno Figueiredo: Os Virgem Suta começaram por ser um sonho de dois jovens amigos, no Alentejo profundo, mais propriamente em Beja, ainda nos anos 90 do passado século, altura em que os telemóveis eram raros, pesados e enormes, imagine-se. Como tantos outros criadores de canções, sonhávamos um dia vir a ter uma banda com discos gravados e concertos em palcos grandes. O sonho tornou-se realidade bastantes anos mais tarde, em 2009, quando iniciamos a nossa carreira discográfica. Desde aí já lançamos quatro álbuns de originais e demos centenas de concertos não só em Portugal como no estrangeiro.
Porquê o nome “Virgem Suta”?
Jorge Benvinda: O nome combina dois conceitos: VIRGEM caracteriza o lado naif, intuitivo que utilizamos quando estamos a compor e SUTA - termo em Beja atribuído a um estado de excesso ou descontrolo - caracteriza o lado mais "desregrado", que também é uma constante nas nossas vidas (embora tenha sido mais no início).
São, normalmente, os compositores das vossas músicas?
J.B: Somos sempre os compositores das nossas músicas.
Se sim, em que se inspiram?
Inspiramo-nos no quotidiano. Ambos somos compositores e, como tal, as canções surgem das nossas diferentes vivências e realidades. Falam de Portugal e desta "condição" de ser português. Falam de amores, desamores, futebol, petisco e tantas outras coisas boas que nos caracterizam. Não temos barreiras nem nas temáticas nem nas sonoridades, no nosso trabalho tudo pode acontecer e esse é que é o maior estímulo.
Falar em composição de músicas, já tiveram um papel importante nessa vertente no Festival da Canção de 2017, como foi a experiência?
N.F: A experiência surgiu de um desafio que a RTP me lançou para participar numa nova versão do Festival da Canção. Eu gostei do desafio e convidei o Jorge para interpretar a minha canção – “Gente Bestial”. Curiosamente a experiência foi bastante enriquecedora pela novidade e partilha com os restantes concorrentes e, sem imaginarmos, acabámos por viver, in loco, aquela experiência especial de ver o Salvador Sobral ganhar com o “Amar pelos dois”. E acabámos por ficar em 4º lugar, o que não foi nada mau…
Gostariam de voltar a repetir?
N.F: Tudo tem o seu tempo. Foi uma ótima experiência e, como tal, é melhor manter esta boa recordação e abraçar novos desafios.
Das vossas músicas qual é a que vos é mais querida?
J.B: É muito difícil responder a essa questão. Na verdade, o que costumamos dizer sempre é que a preferida é a última que fizemos, porque é novidade. Mas por uma questão de marco na nossa carreira, posso referir o “Linhas Cruzadas”, por ser uma das canções que mais destaque nos deu.
Vêm atuar a Gondomar, no próximo dia 17 de maio, no âmbito das comemorações do 25 de abril do concelho, como foi visto esse convite?
N.F: Foi visto com enorme alegria. É muito bom voltar a Gondomar, uma terra onde chegámos a atuar mesmo antes de sermos conhecidos, num festival de bandas ainda nos anos 90. Belos tempos!
Quais são as expetativas para este concerto?
J.B: Temos expectativas elevadas, até porque vamos estrear um novo formato de banda e apresentar bastantes temas do novo álbum, o nosso “No céu da boca do lobo”.
O que as pessoas podem esperar?
N.F: Podem esperar um serão bem divertido e uma “viagem” pelo nosso cancioneiro, percorrendo temas dos quatro álbuns. É uma ótima oportunidade para nos conhecerem melhor e conhecerem o nosso trabalho.
Querem deixar alguma mensagem os gondomarenses?
Queremos fazer um convite alargado, dizer-lhes que vamos a Gondomar com enorme entusiasmo e gostávamos muito que eles nos viessem visitar no próximo Sábado, pelas 21H30, ao Auditório Municipal. Estamos certos que não se vão arrepender.