Há cerca de 2 semanas, foi discutido e votado em assembleia municipal, aquele que foi apresentado como o "maior orçamento de sempre". 140 milhões de euros. Um aumento de 14 milhões face ao anterior. O primeiro problema? Este crescimento é empolado por um "discreto" empréstimo de curto prazo de 5 milhões de euros, mais de um terço do tão aclamado aumento. O orçamento real é de 135 M€, uma variação de 7% sobre o ano anterior. O segundo problema? Os impostos e taxas cobradas aos gondomarenses crescem 10%. Apesar da muito tímida descida da taxa de IMI, que continua mais alta que a praticada no município do Porto, havia margem para aumentar a descida num ano que se prevê bastante difícil para as famílias. Para se conseguir isto, não é necessariamente obrigatório encontrar receita extra, basta apenas cortar em algumas despesas supérfluas e que não se adequam aos tempos em que vivemos. 240 milhares de euros em iluminação natalícia é um destes exemplos. O ano passado o município de Gondomar conseguiu chegar ao top 5 nacional de gastos com iluminação natalícia com 184 milhares de euros. Este ano arriscamos a ficar no pódio.
Face a um contexto económico adverso, inflação galopante e crescimento reduzido, quem continua a precisar de umas luzes sobre como gerir o orçamento é o executivo do PS, que em vez de fazer os ajustes necessários às despesas, prefere continuar com o alto peso dos impostos na receita e contrair empréstimos. É preciso também incidir alguma luz sobre o orçamento, pois não é aceitável que num orçamento desta grandeza, 20% das rubricas de despesas sejam apresentadas como "Outros", sem que seja possível perceber como é alocado o dinheiro.
Continuamos com os mesmos problemas estruturais, as mesmas dúvidas e com um cenário macroeconómico ainda pior, mas, enfim, esqueçamos isso, que ao menos este ano as luzinhas são mais bonitas.