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Topázio faz "peças de arte" há 140 anos

Em 2014, a Topázio comemora 140 anos a trabalhar o ouro, a prata, entre outros materiais de ourivesaria, joalharia e decoração. Sediada em Valbom, a empresa fundada por Manuel José Ferreira Marques viveu um dos momentos mais complicados da sua história a 29 de agosto, quando um incêndio, provocado por um curto-circuito, destruiu grande parte do armazém. A administração e os funcionários não tiveram mãos a medir e recuperaram o trabalho perdido em poucas semanas. Hoje o ritmo de trabalho é o mesmo de sempre com a garantia de qualidade que levou a empresa à expansão para mercados internacionais.

[caption id="attachment_2131" align="alignnone" width="509"]Topázio / Foto: Ricardo Vieira Caldas Topázio / Foto: Ricardo Vieira Caldas[/caption]

Começou em Gondomar mas rapidamente mudou-se para a rua do Heroísmo, no Porto, para voltar novamente a Gondomar, em 1940. Atualmente trabalham na fábrica da Topázio – com cerca de 8000m2 – 106 funcionários, que diariamente produzem peças de joalharia, ourivesaria e decoração com os mais de 100 mil cunhos originais da marca centenária.

[caption id="attachment_2132" align="alignleft" width="300"]Carla Costa, diretora de marketing da Topázio, junto ao "cofre" da empresa onde estão guardados os desenhos de todas as peças / Foto: Ricardo Vieira Caldas Carla Costa, diretora de marketing da Topázio, junto ao "cofre" da empresa onde estão guardados os desenhos de todas as peças / Foto: Ricardo Vieira Caldas[/caption]

Há 140 anos, Manuel José Ferreira Marques fundiu o primeiro fio de ouro e deu início à aposta no setor da joalharia de ouro. Mais tarde, na década de 1940, a empresa começou a trabalhar outros materiais e peças de grande dimensão.

Na entrada da fábrica está um dos cofres mais valiosos da Topázio, o armário onde estão guardados todos os desenhos manuais das cerca de 65 mil peças produzidas pela empresa. “Este é o nosso cofre. Vamos iniciar uma tarefa de digitalização de todos os desenhos, com as devidas anotações, porque estes trabalhos ainda hoje são consultados”, diz Carla Costa, diretora de marketing.

Entre a pancada seca das máquinas e a batida precisa do processo de estampagem das peças, a atenção dos funcionários desvia-se para saudar os que passam e em seguida retomar a criação de “verdadeiras obras de arte”. Lado a lado com as mais recentes tecnologias estão as antigas máquinas Schuler, responsáveis pelo salto da empresa para o mercado internacional, na década de 60.

“Estas foram as primeiras máquinas a permitir uma abordagem internacional, quando já éramos uma conceituada marca de peças de ourivesaria artesanal a nível nacional. Na década de 60 participamos na nossa primeira feira internacional, em Hannover, e desde aí que marcamos presença nas principais mostras internacionais, como a Maison et Objets, New York Now, entre outras, porque cada vez estamos mais focados para feiras internacionais”, afirma Carla Costa.

Entre as maiores referências da empresa estão os cunhos, os acabamentos, o polimento, e o banho de prata das peças Topázio. “Um dos segredos para o sucesso é a aposta nas pessoas. Temos trabalhadores com mais de 40 anos que aprenderam este ofício através dos pais e isso é cada vez mais raro. Só assim conseguimos personalizar as nossas peças”, refere a diretora de marketing.

Empresa renasceu das cinzas

Na madrugada do passado dia 29 de agosto os funcionários da Topázio acordaram em sobressalto quando receberam a notícia do incêndio que destruiu parte do armazém, em Valbom.

[caption id="attachment_2133" align="alignleft" width="300"]O banho de prata é uma das referências da empresa / Foto: Ricardo Vieira Caldas O banho de prata é uma das referências da empresa / Foto: Ricardo Vieira Caldas[/caption]

“Quando soube do incêndio fiquei preocupada mas procurei logo ajudar a resolver o problema”, lembra Lurdes Almeida, responsável pelos acabamentos.

No dia do incêndio os administradores da empresa garantiram aos funcionários que os postos de trabalho não estavam em risco e de imediato todos começaram a trabalhar na recuperação do armazém.

“Soube da notícia durante a noite e tive que vir desligar as máquinas", refere Manuel Magalhães, funcionário da Topázio há 42 anos.

Segundo a Polícia Judiciária, o incêndio foi causado por uma "autoignição de uma tomada de parede", uma causa acidental que foi imediatamente detetada. Carla Costa recorda uma semana “muito complicada” que serviu para provar a “grande harmonia que existe entre os funcionários e administradores da Topázio”.

Após o susto, ficam por avaliar os danos e prejuízos causados pela calamidade. As peças que estavam a ser desenvolvidas pela empresa ficaram derretidas e inutilizadas.

“Foi um dia muito triste mas ajudamos todos a recuperar a fábrica e ninguém perdeu o seu trabalho”, afirma Susana Alves, trabalhadora da Topázio há 27 anos.

Bisneta do fundador dá as boas-vindas aos clientes

À entrada do armazém está a Loja Topázio, um expositor de todas as peças produzidas pela marca. Cecília Azevedo, bisneta de Manuel Marques, não conheceu o fundador da empresa, mas recorda-se do tempo em que vinha para a fábrica com o avô. “Vinha muitas vezes brincar para aqui e em casa falava-se muito da Topázio. Acabei por ir trabalhar para os escritórios no Porto e hoje sou diretora de lojas da empresa”, conta ao Vivacidade.

[caption id="attachment_2134" align="alignleft" width="300"]A Loja Topázio é um expositor de todas as peças da empresa / Foto: Ricardo Vieira Caldas A Loja Topázio é um expositor de todas as peças da empresa / Foto: Ricardo Vieira Caldas[/caption]

Cecília refere-se a si mesma como “a 4ª geração da família” e considera que o bisavô ficaria “orgulhoso ao ver a continuidade que a fábrica teve e perceber que os problemas foram sempre resolvidos”.

“A família foi aumentando mas conseguimos sempre entender-nos de maneira a dar continuidade a esta casa”, conclui a diretora de lojas.

Continuar o bom trabalho e a aposta em mercados internacionais é o principal objetivo da Topázio. Para comemorar este aniversário, a empresa está a preparar uma exposição de catorze autores nacionais e internacionais, inspirados numa das peças mais icónicas da marca, que desenvolveram peças decorativas. Ao todo são 14 peças em exposição, uma por cada década da Topázio. A inauguração da exposição está prevista para novembro.

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