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O Gens SC elegeu recentemente um novo Presidente e uma nova direção marcada pela juventude. Estivemos à conversa com Mário Santos que com 26 anos assumiu as rédeas de um clube quase centenário e nos revelou pormenores quanto ao futuro do clube e anunciou a homenagem que pretendem realizar a António Eleutério Gonçalves.
O Gens assume uma nova direção e um novo Presidente. Elucide-nos um pouco este percurso. Como é que te sentes sendo o Presidente mais novo da Associação de Futebol do Porto?
Nós em setembro não sentíamos a necessidade inequívoca de termos uma figura de um lider, de um representante legal da Associação do clube. De facto, com o passar do tempo verificamos que as coisas não poderiam continuar assim, porque o Gens precisava de uma liderança e acima de tudo precisava de uma restruturação. Antes de tudo, e antes de entrarmos por essa tal restruturação, é importante dizer que o legado que o anterior Presidente nos deixou é irrepetível, ninguém pense que nos Gens vai fazer mais do que ele, porque é impossível, pelos anos que ele tinha de casa e, acima de tudo, por aquilo que ele deu ao clube, portanto o legado que eu, ou qualquer outro Presidente que venha a seguir a mim tem para "carregar às costas" é muito grande, diria até que é irrepetível. E, portanto, o trabalho que temos pela frente é árduo uma vez que houve esta perda do nosso Presidente, nós sentimos a necessidade com o aumento dos desafios constantes do clube de termos uma liderança forte e depois aproveitar também para realizar uma reestruturação da direção e foi isso que nós fizemos. Nós agora temos um departamento de marketing e comunicação isso não existia, não tinhamos pessoas focadas apenas nesta área esse é um dos motivos para nós sentirmos que existia a necessidade de convocarmos novas eleições para a direção do Gens SC e, foi nesse sentido que a anterior direção, que passou agora para a nova direção, decidiu demitir-se em bloco e dar a palavra aos sócios, se de facto era nesta direção que confiavam ou não para assumir os desafios do clube. É importante de frisar que eu sou só um elo nesta engrenagem toda, nós nos órgãos sociais ao todo somos 28 e todos tem o mesmo propósito que é ajudar o clube e colocá-lo num patamar superior. Eu diria que cerca de 35% da direção são mais novos, ou seja, são 10 elementos mais novos que eu. Quanto à outra questão prendia-se com o facto de como é que me sinto por ser o Presidente mais jovem, pelo menos a nível da AFP, por acaso, nunca tinha pensado nisso, mas assim muito abertamente e estou a falar para mim, no ano passado também assumi o futebol sénior e praticamente todos os atletas que me rodeavam eram mais velhos que eu e, pelo contrário, eu não senti qualquer tipo de dificuldade em controlar uma equipa com atletas mais velhos, porque para mim a idade é apenas um número, desde que nós tenhamos a consciência e a competência de honrarmos os nossos compromissos.
Pegando na bengala do desafio digital, temos muitos clubes que não valorizam tanto esse caminho digital foi uma preocupação vossa de ter esta repaginação de trazer mais jovens e explorar esse meio?
Sim, sem dúvida, porque nós hoje, não só nas redes sociais e podemos falar mais abertamente na área da comunicação, até a nível administrativo e processual, precisamos de ter conhecimentos da forma como se processa este mundo digital e quando falamos deste tema parece uma palavra difícil, mas estamos a falar por exemplo em inscrever um jogador, porque a exigência que é hoje a inscrição de um atleta é muita.
Portanto, se nós não tivermos esta preocupação com a renovação geracional e sobretudo colocar jovens que estão muito mais habituados com esta realidade digital, nós iríamos acabar por desaparecer ou por ser muito complicado de aguentar o clube. Para nós foi prioritário adotar uma visão departamental do clube, isso é muito importante para conseguirmos fazer face a outros desafios diários, porque se nós tivermos as pessoas certas, nos departamentos certos é muito mais fácil de andarmos com isto para a frente, facilita-nos o trabalho a cada um.
E no futuro o que é que pretendem implementar no clube, qual é a vossa principal
preocupação neste momento para além da pandemia, têm algum objetivo?
O que nós quisemos fazer quando tomamos posse foi estabelecer sete objetivos basilares que vou passar a citar, o primeiro objetivo é a construção dos balneários e a bancada coberta durante o mandato que durará até 2022, o segundo é manter e afirmar o clube na principal divisão da AFP, na divisão de elite, o terceiro é aumentar de forma gradual o nível de certificação da formação do clube, recordo que somos um dos únicos três clubes de Gondomar certificados pela Federação Portuguesa de Futebol no que diz respeito ao futebol de formação. O quarto objetivo também tem a ver com a colocação de todos os escalões de formação na principal divisão da AFP, já tínhamos um para este ano que era os sub 17 e queremos também colocar os sub 15 e os sub 19, pretendemos também abrir a equipa de veteranos à comunidade do lugar e a ex atletas e, aqui é mais num sentido de praticar desporto, há aquilo que nós chamamos e que já existe noutros clubes que é o futebol fitness e, portanto, nós já temos uma equipa de veteranos que tem um espírito e um cariz puramente social e o que nós queremos é juntar nessa secção um projeto de futebol fitness. O sexto objetivo é abrir à comunidade a história do Gens SC, divulgando a mística e a simbologia do clube e, eventualmente escreveremos um livro ou recolheremos algumas peças de museu para colocar aqui no nosso espaço. E, por fim e não menos importante, para perpetuar a memória futura e para honrar também o trabalho que o nosso Presidente fez e porque não pode ser a direção a decidir isso, mas pode ser a direção a levar à Assembleia Geral, nós decidimos levar a proposta de nomeação do campo de futebol designado como Parque desportivo de Gens, como Estádio António Eleutério Gonçalves, portanto o poder de decisão quem tem é os sócios, mas nós vamos levar essa proposta a uma próxima Assembleia Geral. ▪