O “inimigo” foi declarado e são muitos profissionais de diversos setores que, hoje, em plena pandemia mundial não baixaram os braços. Muitos homens e mulheres estão expostos, diariamente, ao perigo de contágio para um bem maior que é o de servir a população. Desde muito novos, idealizamos o que é ser um herói e, à medida que vamos crescendo apercebemo-nos que não existem. No entanto, o VivaCidade quis provar o que para muitos é uma ilusão e, neste mês de abril, quisemos homenagear, além dos Médicos e Enfermeiros, aqueles Heróis que todos os dias saem para fazer do mundo um lugar melhor.

Em situações de crise, como a atual, o psicológico é, muitas vezes, o primeiro a colapsar. O medo, a incerteza e a preocupação afeta muitos Gondomarenses que se encontram a trabalhar ou em isolamento em casa.

[caption id="attachment_18458" align="aligncenter" width="200"] > Psiquiatra António Torres[/caption]

Assim, o VivaCidade esteve à conversa com António Torres, Coordenador do Serviço de Psiquiatria do Hospital Escola da Universidade Fernando Pessoa, que nos referiu a importância de ficar calmos nestes momentos de desgaste emocional.

António Torres começa por nos elucidar que, o COVID-19, trouxe ao Mundo uma nova realidade nunca antes presenciada pelas Gerações atuais. O médico acredita que o problema foi, notoriamente ampliado, pela globalização dos atuais meios de comunicação social. Devido à afluência de informação, a saúde mental é afetada quer num nível individual, como no coletivo. O médico explica que nesta fase, é mais recorrente os síndromes ansiosos devido à situação de crise atual e, portanto, presenciamos uma “prévia patologia psiquiátrica ansiosa (ansiedade generalizada e perturbações de pânico, fóbicas e obsessivas)”. O especialista constata que o Governo conseguiu implementar medidas que minimizaram os efeitos do vírus e, consequentemente, dos óbitos, por conseguinte, a “mobilização criativa e ativa da população na resposta coletiva permitiu que, tanto quanto empiricamente podemos verificar, não houvesse uma repercussão preocupante na vivência pessoal até à presente fase”. Agora, estamos na preparação da transição para o regresso das atividades laborais que foram repentinamente suspensas e teremos que enfrentar as alterações económicas que se irão apresentar. Segundo o especialista, por melhor que as coisas corram, é necessário estar preparado para enfrentar “patologias de manifestação tardia, seja no domínio de respostas depressivas a estas perdas e na reação às mortes que enlutaram muitas famílias” que, devido às medidas sanitárias, não tiveram a possibilidade de realizar o habitual e cultural momento fúnebre dos rituais religiosos. Muitos poderão sentir “expressões ainda ansiosas e psicossomáticas de stress pós-traumático”. Muitas consultas foram canceladas, no entanto, os serviços mantiveram o contacto com a população mais vulnerável de pacientes crónicos que, de uma forma geral, “não viram agudizadas as suas patologias por manutenção das medicações habituais”. Apesar disso, António Torres sublinha que é necessário retomar as consultas e os tratamentos e, os meios de saúde terão que começar a explorar os meios informáticos que a população tem acesso em casa. Assim, para evitar o contágio, terá que ser estabelecido no terreno a tele-psiquiatria com o mesmo grau de satisfação e segurança das consultas presenciais. O especialista explica que, a Ordem dos Médicos validou a tele-medicina, no entanto, esta tem que ser adaptada às novas circunstâncias e possuir o mesmo rigor ético e a mesma qualidade adaptada conforme o setor que o paciente está a ser consultado- “Quando a preocupação de contágio diminuir, esta inovação pode justificar-se pela economia de tempo em deslocações e esperas” dos pacientes. Nas últimas três semanas, o Hospital Escola Fernando Pessoa regressou à continuidade do atendimento psiquiátrico de uma forma não presencial, recorrendo assim ao meio online. Segundo o psiquiatra, as consultas revelaram-se “perfeitamente conseguidas na nossa avaliação e na dos nossos pacientes”. António Torres constata ainda que, as teleconsultas permitem ao paciente de “estar no meio doméstico, se tiver condições de privacidade e meios informáticos que o permitam”, caso o utente não possua estas condições, o paciente pode deslocar-se ao Hospital Escola onde dispõe de um gabinete e meios informáticos próprios que se encontram isolados dos restantes espaços do edifício onde o risco de contágio poderia ser acrescido. António Torres conclui referindo que é necessário sermos inovadores para permitir a continuidade dos tratamentos no setor da Psiquiatria e da Psicologia, tendo sempre em atenção da ameaça que o COVID-19 representa para a população.

[caption id="attachment_18449" align="aligncenter" width="300"] > Bombeiros Voluntários de São Pedro da Cova[/caption]

Romero Granda é o Comandante dos Bombeiros de São Pedro da Cova e, hoje, falou por todos os seus colegas que dão auxílio diário à população no combate desta “guerra”.

Todos os dias vários homens e mulheres dos elementos do Corpo de Bombeiros, saem das suas casas para cumprir o dever que possuem para com a população. Todos os dias, milhares destes homens e mulheres sentem um misto de emoções, entre a missão que os move e a sua proteção individual e das suas famílias. Segundo o Comandante, atualmente, a dinâmica que teve que ser imposta no Corpo de Bombeiros fortaleceu, ainda mais, o companheirismo e a entreajuda entre os elementos que se encontram diariamente em serviço, visto que o número de operacionais é mais reduzido e o volume de serviço é, sensivelmente o mesmo. O surto foi uma novidade para todos os profissionais, pois nunca tiveram em contacto com algo como o COVID-19. Desde que a pandemia se instalou em Gondomar, foram muitas as histórias que marcaram os elementos das Corporações. Para o Comandante dos Bombeiros de São Pedro da Cova, um dos momentos mais difíceis que a corporação enfrentou, foi quando três operacionais prestaram auxílio a um elemento da força de segurança, que se encontrava em serviço e que teve que ser socorrido. Posteriormente, veio a confirmar-se que o elemento de segurança estava infetado e, apesar de todo o equipamento de proteção individual utilizado, o Quartel dos Bombeiros de São Pedro da Cova viu três dos seus camaradas a arrumar as botas porque tinham que ser isolados profilaticamente durante 14 dias, para despistar qualquer sintoma, o que no fim, como todas as histórias, teve um final feliz, visto que o trio pode regressar ao trabalho e socorrer mais vidas, porque os testes acusaram negativo. Tivemos que nos reinventar, tivemos que alterar os nossos procedimentos e implementar medidas de contingência, “lidar diariamente com este “inimigo” invisível,

"Estar na frente de combate, é uma missão que requer, muita calma, algum estudo, muito empenhamento, mas acima de tudo uma preocupação constante, para que não falte nada aos operacionais e para que os mesmos se sintam seguros, na sua “segunda casa” e se sintam igualmente seguros e confiantes no terreno."

é mais fácil do que lidar com o desconhecimento que temos sobre ele”. Segundo o Comandante, o acompanhamento dos operacionais teve que ser mais próximo e constante, não há margem para erro quando toca a salvaguardar a vida dos que saem de casa todos os dias para socorrer o próximo, independentemente da missão e do seu tipo. Estar na frente de combate, é uma missão que requer, muita calma, algum estudo, muito empenhamento, mas acima de tudo uma preocupação constante, para que não falte nada aos operacionais e para que os mesmos se sintam seguros, na sua “segunda casa” e se sintam igualmente seguros e confiantes no terreno. Tornou-se mais fácil de combater esta “batalha”, porque os operacionais do Corpo de Bombeiros “têm sido inexcedíveis no cumprimento da sua missão”, ressaltando todo o apoio imprescindível prestado por todos os restantes elementos do Comando, da Oficial Bombeira, responsável pelo plano de contingência e da Exm.ª Direção da Associação, na pessoa do Sr. Presidente, bem como, dos restantes elementos. Para o combate ser eficaz é necessário a utilização de armas e a melhor arma para o combate do vírus é a higienização, assim, além dos equipamentos de proteção individual que os elementos necessitam utilizar, as ambulâncias passam por um controlo de higiene rígido. Simultaneamente, para prevenir, foram implementadas a obrigatoriedade de todos os doentes/vitimas utilizarem máscaras e luvas, independentemente da emergência. Toda a dinâmica dentro da Quartel mudou, o número de operacionais presentes teve que ser reduzido, de forma a diminuir o risco de contágio. Afinal, numa “guerra” temos que tirar todos os trunfos ao “inimigo” e quanto menos elementos juntos no mesmo espaço melhor, porque o aglomeramento é a melhor arma do “inimigo”. Numa “guerra” é necessário manter a estabilidade emocional dos seus soldados assim, este é um quesito que o Comandante Romero Granda gosta de dar uma maior atenção, revelando-se orgulhoso de todo o trabalho que os operacionais têm vindo a desempenhar de forma motivada e confiante. Romero Granda deixa um apelo aos Gondomarenses referindo que, é necessário continuar a fazer este esforço de manter as medidas impostas, “sabemos que são duras e difíceis”, mas só assim é que conseguimos diminuir os números e evitar uma segunda “batalha”. O Comandante refere que o País não pode esquecer os Bombeiros, pois quando esta fase difícil terminar, continuarão presentes nos momentos de maior aflição de cada cidadão, sejam eles por doença ou catástrofes naturais.

[caption id="attachment_18451" align="aligncenter" width="201"] > Polícia Municipal - Artur Magalhães Teixeira[/caption]

Em representação de todos os Agentes de Autoridade, apresenta-se ao serviço Artur Magalhães, Comandante da Polícia Municipal de Gondomar. Que nos relatou como um Agente de Autoridade lida, diariamente, com esta epidemia.

Todos os dias a missão é unânime para todos os agentes, é necessário manter a segurança de todos os concidadãos e, em particular, de todos os Gondomarenses. Para o comandante este “inimigo” é teimoso e não retirará o seu exército assim tão cedo o que é necessário sermos mais inteligentes do que a pandemia. “É extraordinariamente difícil lidar com o que não se vê”, porque nos obriga a ter mais atenção e cuidado. Assim, os procedimentos de higienização são implacáveis para estes heróis. Atualmente, a limpeza é mais reforçada nas esquadras e nos veículos e os agentes de segurança possuem novos procedimentos para assegurar a proteção individual, sendo um deles a utilização de equipamento de proteção que foi disponibilizado pela Autarquia. Quando toca ao tópico da higiene, os Agentes sabem que para ajudar os Munícipes é necessário a utilização destes equipamentos que lhes são confiados. Como numa “guerra”, os agentes tiveram que implementar uma nova estratégia de combate que vai além da higienização. Desde o início de março, os procedimentos de entrada e saída da esquadra foram apertados, bem como, se passou a trabalhar com equipas em espelho para minimizar os contactos. A união é visível, “a polícia municipal, a proteção civil e a fiscalização, complementados pela gestão administrativa, trabalham em equipa e deste modo cada um tem sempre um ombro de apoio que alivia a pressão nos momentos difíceis”, porque no final do dia, a união é que faz a força. O comandante Artur Magalhães Teixeira refere que a sua família sabe os riscos que corre todos os dias e têm noção que “me dou sem reservas” à minha nação e “orgulham-se por isso”. O responsável revela que de um modo geral, os Gondomarenses “compreendem a gravidade da situação que vivemos e são solidários no respeito e cumprimento das normas” implementadas. O comandante aproveita para apelar a todos os seus cidadãos que é necessário “estar atento” e seguir “os conselhos da Direção-Geral da Saúde”.

[caption id="attachment_18452" align="aligncenter" width="223"] > Limpeza urbana - David Silva[/caption]

David Silva trabalha para a Rede Ambiente e é o encarregado no sector de limpeza e higiene urbana. Uma profissão imprescindível na linha da frente e, hoje, representa todos os seus colegas que todos os dias saem de casa para manter o “campo de batalha” limpo e longe do Vírus.

O receio está presente nas equipas que saem, diariamente à rua para proteger a população. No entanto, como em todas as “batalhas” é, nas situações difíceis que vemos a garra de um soldado, que apesar do receio e preocupação não deixam de desempenhar as suas funções. O sentimento presente nestes profissionais é de “otimismo” e companheirismo com o colega, porque é necessário proteger o camarada de equipa que está todos os dias na frente de combate contra o vírus. A proteção individual dos funcionários foi reforçada com equipamentos apropriados como dita a lei, no intuito de preservar a segurança de todos os trabalhadores. O encarregado refere que é muito difícil lidar com esta epidemia, “mas nós temos a noção das nossas responsabilidades” e o nosso trabalho é essencial para manter o Concelho limpo e evitar a proliferação das doenças. “Estar na frente de combate com um “inimigo” sem o poder ver é uma ansiedade constante, pois como podem imaginar também tenho uma família em casa e ficaria muito triste se por qualquer eventualidade ficasse infetado” Como esperado, novos prosseguimentos foram adotados e seguidos para prevenir a proliferação do vírus, tanto no local de trabalho como, também em casa. Para além das luvas que já eram utilizadas, agora todos os profissionais têm os seus desinfetantes individuais, viseiras e máscaras descartáveis. Os veículos também passam por uma desinfeção rigorosa. Durante o dia esta ação é realizada no interior após a conclusão de cada turno. Também é efetuado uma lavagem/desinfeção no exterior das mesmas todos os dias e também se executa uma limpeza e desinfeção geral no interior das instalações, com especial atenção nos balneários e cacifos dos trabalhadores, mantendo assim uma maior confiança no local de trabalho para todos. O responsável refere que, em casa os cuidados também são elevados sendo que todo o vestuário de trabalho, bem como o calçado, é lavado à parte, como já era habitual, no entanto, com o perigo de contaminação os cuidados ainda são mais reforçados. Quanto aos Gondomarenses, David Silva refere que a grande maioria respeita as regras básicas de higiene e confinamento, no entanto, “ainda se verifica num ou noutro local várias pessoas a passear na rua e algumas delas muito próximas”. O responsável apela ainda a colaboração de todos neste momento critico, visto que ainda há muitos “monstros” que são depositados juntos aos equipamentos. O concelho é dos Gondomarenses e assim é necessário que todos colaborem para o manter limpo. As recolhas dos “monstros” podem ser previamente agendadas junto aos serviços de Ambiente da Câmara Municipal de Gondomar. “Assim todos juntos vamos lutar por um futuro melhor. VAMOS TODOS FICAR BEM.

[caption id="attachment_18453" align="aligncenter" width="225"] > Motorista - Alfredo Carvalho[/caption]

Alfredo Carvalho é motorista de pesados e conta-nos como são os seus dias a lidar com o COVID-19.

Todos os dias, o sentimento é unânime. Como um bom soldado, o medo está sempre presente, afinal é o que o faz ficar alerta e não baixar a guarda. Alfredo sabe que é o medo que o torna mais confiante para tomar todas as providências necessárias para manter a sua segurança e proteção individual. Desde o início de março que viu as suas funções a serem alteradas. Dado ao estado de emergência, é necessário limpar todos os equipamentos que vão para à frente de “batalha”. Um trabalho extremamente importante e, meticuloso, visto que está em causa a segurança dos seus colegas de trabalho. Todo o cuidado é pouco quando toca a um “inimigo” invisível. Mudanças foram implementadas e agora todo o trabalho é realizado com proteções individuais. “Para além das proteções que já usávamos como as luvas, agora usámos mascara, viseira e fatos apropriados”. Alfredo refere que o trabalho não pode parar. E, em casa, todo o cuidado é pouco dado que a sua esposa e o seu filho há um mês que não saem de casa e para o motorista, como para muitos profissionais, todo o cuidado é pouco quanto toca aos que mais ama, “adotei as medidas recomendadas, tenho o máximo cuidado na higiene, lavar bem as mãos e lavar as roupas de trabalho separadamente e a temperaturas altas”. “Ainda vejo que muitas pessoas anda na rua e o pior é que noto que andam somente por andar, arranjam sempre pretextos para sair de casa”, segundo o mesmo numa altura em que a nação encontra-se em “guerra” devemos evitar “ao máximo sair de casa e que pensem naqueles que, como eu, são “obrigados” a sair para trabalhar”. Alfredo Carvalho termina dando uma palavra de apreço a todos os seus colegas de trabalho, aos motoristas e aos técnicos de recolha que no último mês têm realizado um “esforço suplementar”. “Talvez as pessoas não se tenham apercebido, mas ao estarem todos em casa e tendo tempo para fazer limpezas e arrumações, os resíduos duplicaram em relação ao habitual. Como gondomarense, o meu obrigado a todos eles”.

[caption id="attachment_18456" align="aligncenter" width="241"] > Operadora de caixa- Catarina Pacheco[/caption]

Como sempre, numa “batalha”, é necessário manter o abastecimento da população. E é graças aos colabores das grandes e pequenas superfícies que isto acontece. O VivaCidade esteve à conversa com Catarina Pacheco, Operadora de Supermercado do Mercadona.

Como colaboradora do Mercadona, Catarina Pacheco mostrou-se segura e confiante com as medidas de prevenção que a cadeia adotou nos últimos meses. Referindo que numa “guerra” com um “inimigo” invisível e cruel, é muito importante quando o nosso esforço é reconhecido. No dia 13 de março, o Presidente do Mercadona, Juan Roig reconheceu todo a dedicação que os seus colaboradores têm vindo a demonstrar nesta fase de calamidade pública oferecendo a 90.000 funcionários um prémio de 20% do salário bruto como reconhecimento do trabalho demonstrado. Todos os procedimentos possíveis foram adotados para garantir a segurança de todos os trabalhadores e clientes. A profissional explica que, para além dos equipamentos de proteção individual que o Mercadona disponibilizou para os seus funcionários (máscaras, óculos de proteção e luvas), a segurança também foi reforçada com a colocação de divisórias de acrílico que protegem e separam os clientes dos colaborados nas linhas de caixa. Para os colaboradores, têm disponível serviço médico providenciado pela própria empresa, com cerca de 100 profissionais que estão em contacto permanentes com a DGS e que seguem todas as suas orientações. Em tempos de “guerra” contra um vírus, o primordial é manter a segurança da população, assim a entrada dos clientes passou a ser limitada e os horários das lojas foram reduzidas (09.00-19.00). Os estabelecimentos passam por um rigoroso processo de limpeza e desinfeção. Catarina refere que a empresa colocou à disposição dos clientes gel desinfetante e papel, para que estes possam limpar o manípulo do carinho, bem como luvas à entrada para estes utilizarem. No seu dia a dia, adotou medidas mais cautelosas, os encontros nos cafés e os almoços em família ficaram adiados e foram substituídos por videochamadas, porque há que proteger os nossos e, apesar de ter realizado anos em março, a colaboradora refere que a festa ficará para mais tarde, para quando este período mais conturbado passar. Catarina Pacheco constata que é essencial que os Gondomarenses respeitem e valorizem todas as medidas que foram tomadas pelo Mercadona, visto que foram implementadas com o objetivo de o proteger a si e a todos os seus colegas, bem como os próprios cidadãos que visitam todos os dias o estabelecimento.

[caption id="attachment_18457" align="aligncenter" width="283"] > Assistente Social- Raquel Amaral[/caption]

Por último, estivemos à conversa com outro setor fundamental no combate desta epidemia. Raquel Amaral é a Técnica Superior da Divisão do Desenvolvimento Social no Município de Gondomar. E confessaram ao VivaCidade às situações sociais que têm vindo a enfrentar.

É certo que, nenhum profissional, nem nenhum cidadão estava preparado para os efeitos devastadores que a pandemia decorrente da propagação da infeção pelo COVID-19, provocou na vida de cada um de nós. Desde logo as medidas preventivas que alteraram as rotinas, obrigando-nos a adaptar o nosso modo de vida e a conviver com o medo, e a incerteza. Por outro lado, para além das consequências do ponto de vista da saúde, o estado de emergência, conduz a impactos a nível económico e laboral, que tendem a aumentar as situações de fragilidade social. Sendo a principal área de intervenção do serviço social as famílias e os indivíduos em situação de fragilidade social, o atual contexto sócio económico, para além de agravar as situações já instaladas, alavanca diariamente novas situações de desigualdade que urgem ser avaliadas, intervencionadas e mitigadas. Os assistentes sociais, bem como os profissionais, estão focados em promover bem-estar das pessoas e constituem-se, neste período, como um grupo profissional chave para garantir os direitos e intervir junto dos grupos mais afetados, de forma a minimizar o impacto social desta “batalha”. Num contexto de acentuado acréscimo de sinalizações e solicitações o assistente social tem necessariamente que revelar uma capacidade acrescida de adaptação, reajuste e versatilidade procurando soluções inovadoras, eficazes e eficientes para as necessidades que emergem, respondendo àquelas que são as grandes preocupações dos cidadãos. A intervenção social em tempo de pandemia tem um desafio acrescido, já que a dimensão relacional está na base do trabalho social, exigindo proximidade à pessoa, à família, à rede formal e informal, que em tempo de crise sanitária são alterados, mas não anuladas. Nesta “guerra moderna”, as tecnologias urgem como um trunfo que permitiram a realização de teletrabalho. Estes métodos digitais, permitem gerir os procedimentos de serviços, no entanto, há determinadas áreas da intervenção social que não se compadecem com esta nova realidade, prevalecendo a necessidade de estar presente. Assim o assistente social, debate-se por um lado com o dever de missão, e desta forma diariamente coloca na sua intervenção o entusiasmo, o profissionalismo, para promover o bem-estar individual e comunitário fazendo prevalecer aqueles que são os direitos e garantias do ser humano e por outro lado o dever de sua própria proteção e da sua família, o receio da sua frágil condição de ser humano, face a um “inimigo invisível”. Nestas circunstâncias verifica-se a necessidade de cumprir com as orientações da Direção Geral de Saúde e utilizar os equipamentos de proteção individual, em simultâneo, exige-se dos profissionais um desempenho mais atento no que respeita à sua relação com o outro e na salvaguarda da sua própria proteção e da sua família. Gondomar e os Gondomarenses têm revelado uma atitude de responsabilidade e uma capacidade de superação e de resiliência no combate a esta pandemia. Não podemos, no entanto, facilitar ou diminuir as medidas de saúde pública que visam e reduzir o risco de transmissão individual e de propagação de COVID-19. Temos que manter a esperança, o ânimo e se formos capazes de continuarmos a ser responsáveis #VamosTodosFicarBem. ▪

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