Concelho de Gondomar Destaque

SE É OU CONHECE ALGUÉM VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PEÇA AJUDA!

Os números de violência doméstica em Portugal têm vindo a aumentar, segundo dados apresentados pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), no período de 2021 a 2023, que indicam que foram vítimas de violência doméstica e apoiadas pela associação 31.117 pessoas. Os crimes de violência doméstica registados foram 54.899. Maior parte dos crimes são praticados pelos cônjuges das vítimas, maioritariamente do sexo masculino entre os 36 e os 45 anos.

Em Gondomar o cenário não é muito distinto do que é retratado a nível nacional. No ano passado o total de vítimas foram 303, em que 183 foram novos casos apresentados. Este ano, até 31 de Outubro, aumentaram o número de casos para 328, sendo que 189 foram novos. 

Destes casos resultaram 638 atendimentos presenciais em 2023 e 666 em 2024. No que toca aos não presenciais 3439, em 2023, e 941 em 2024. 

A maior percentagem de vítimas é do sexo feminino e com idades compreendidas entre os 26 e os 55. Contudo a percentagem tem vindo a aumentar em idades inferiores a 18 anos e entre os 18 e os 25. A relação com a pessoa agressora, normalmente, é de cônjuge, companheiro, ou ex-companheiro, empregados, com o ensino secundário. 

De realçar que os números nas outras faixas etárias e relações com os agressores tem vindo a aumentar de ano para ano, com algumas exceções. Apesar de o sexo mais afetado ser o feminino, o masculino também é vítima deste crime público, e tem vindo a crescer. 

As crianças e os jovens acabam por ser envolvidas nestes atos irrefletidos pelos parentes, e acabam por ficar inseridos em cenários de violência doméstica. O número de atendimentos a crianças e jovens em 2023 foi 256, até 31/10 deste ano, aumentou para 444. Contudo todos os envolvidos nestes anos têm tido acompanhamento psicológico individual. 

Face a este cenário a Câmara Municipal de Gondomar criou uma rede especializada em Violência Doméstica, em 2021, que era uma necessidade identificada pelos instrumentos de diagnóstico e planeamento da rede social do município. 

“Começamos, inicialmente, com a capacitação de técnicos, depois um guia de referenciação para o encaminhamento das pessoas com esta questão da violência doméstica, familiar, e de género. Percebemos que o que estávamos a fazer não era suficiente e constituímos esta rede especializada. Tem vindo a trabalhar no sentido de articular toda a intervenção nas situações efetivas de violência doméstica.  É uma problemática muito complexa, envolve vários parceiros, a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, o Ministério Público, forças de segurança, o centro de emprego, a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, a Cruz Vermelha (como retaguarda), CPCJ, Segurança Social, Serviços de Saúde, toda a articulação com as entidades, sendo que é uma rede coordenada pela Câmara Municipal”, refere a vereadora da ação social da Câmara Municipal de Gondomar, Claúdia Vieira. 

Esta rede visa não só o apoio no âmbito da violência doméstica como também previne e sensibiliza os demais. “Para isso temos um projeto de relações positivas que vamos dinamizar em contexto escolar. Conseguimos ao longo deste percurso associarmo-nos ao Parque Nascente, onde existem empresas que priorizam a integração de vítimas de violência doméstica no mercado de trabalho. E se as pessoas forem aos quartos de banho do Parque Nascente têm acesso a toda informação para pedirem ajuda”, menciona a vereadora. 

Inicialmente a informação estava nos espelhos, contudo foi percecionado pelos intervenientes do projeto que as pessoas tinham vergonha de apontar ou tirar fotografia às informações. Por isso colocaram dentro de cada quarto de banho individual.

“É uma estratégia inovadora onde temos tido várias pessoas que tiveram esta informação através deste modelo de divulgação a nossa resposta”, afirma Claúdia Vieira.

Esta Rede Especializada para Intervenção na Violência Doméstica e em Contexto Familiar (RIVD Gondomar) tem como objetivos: agilizar procedimentos de referenciação de casos de vitimação, enquadrados no crime de Violência Doméstica; garantir a celeridade das respostas por partes de todos os parceiros, tornando as respostas mais concertadas e eficazes; prevenir e garantir a melhoria das respostas fomentando a participação dos parceiros nesta matéria; assegurar a proteção adequada às vítimas, encontrando estratégias de combate ao fenómeno; diagnosticar e encaminhar precocemente as situações que representam risco de Violência Doméstica; capacitar os profissionais de primeira linha para a identificação e/ou acompanhamento das situações de Violência Doméstica e sensibilizar os/as munícipes para a adoção de relacionamentos saudáveis na esfera privada.

A rede dispõe ainda de uma linha de aconselhamento 24h/dia que é gerida pela Estrutura de Atendimento à Vítima Silêncio Quebrado da Cruz Vermelha Portuguesa Gondomar Valongo, onde a equipa presta apoio Psicossocial

Intervenção em crise, apoio Psicológico para vítimas adultas e ainda crianças e jovens vítimas, apoio Social, informação jurídica, grupo de ajuda mútua, encaminhamento e transporte para respostas de acolhimento, acompanhamento das vítimas em diligências processuais, formação, sensibilização e informação

 Este apoio só é facultado através do contacto e do pedido de ajuda não só de quem está a passar por uma situação de violência, mas por cada um dos cidadãos que assistirem a este tipo de crime. A violência Doméstica e a Violência no Namoro são consideradas crimes públicos desde 27 de Maio de 2000.  

Ano após ano os números têm vindo a aumentar bem como o número vítimas mortais de violência doméstica. Por isso é importante que peça ajuda. Há uma linha 24 horas por dia que é o número 910401054. É uma linha que é descentralizada e está disponível em todas as freguesias do concelho.

A Associação de Apoio à Vítima (APAV) para assinalar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres realizou a campanha “Stop the Purple” que consistia em vestir roxo. Numa forma de mencionar que o roxo era só para vestir e não para marcar. Transformar esta cor num sinal de solidariedade e esperança e não como um símbolo de dor e violência. No mesmo sentido o Auditório Municipal de Gondomar foi o local escolhido para o I Congresso internacional sobre as Políticas Públicas e Redes de Intervenção na Violência Doméstica e de Género, organizado pela Rede Especializada para a Intervenção na Violência Doméstica e em Contexto familiar, de Gondomar, onde se refletiram sobre políticas públicas de combate à violência doméstica e de género, destacando boas práticas e estratégias para reforçar as redes de apoio e intervenção.

Desde 2021 até 31 de Outubro deste ano foram atendidas 1144 vítimas adultas, 298 crianças e jovens. No que respeita a atendimentos foram no total realizados mais de 24678 atendimentos e diligências no âmbito do acompanhamento.

  “O nosso mote é confia em ti! Confia em nós!”

    

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