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SC MONTEZELO: Uma associação em risco de encerrar as portas

Arminda Gomes

Em 2021, o executivo municipal anunciava a cedência de sintéticos a várias coletividades gondomarenses que ainda tinham campos pelados. O SC Montezelo aparecia na lista como um dos contemplados com esta medida. No entanto, a história tomou outros contornos e até ao momento, o Montezelo é o único desta lista que ainda não recebeu o seu sintético. Esta questão têm colocado em causa o futuro deste clube.

Para Arminda Gomes, presidente da associação, “esta situação arrastou-se devido à questão da legalização do campo que, anteriormente pertencia à proprietária”. A responsável explica que, quando receberam a notícia, não tinham o campo no nome do Montezelo, por esse motivo, o município não conseguia realizar esta doação e o processo ficou parado. Nesse sentido, para Arminda a notícia recebida teve um sabor agridoce, pois o seu sonho continuaria a ser adiado.

A responsável não baixou os braços e empenhou-se na legalização, dado que o Presidente da Autarquia, Marco Martins e a antiga vereadora responsável Sandra Almeida tinham garantido que assim que o terreno estivesse legalizado, o Montezelo teria o seu esperado sintético: “Quando recebemos a notícia, foi uma enorme alegria, pois pensávamos que já éramos um caso perdido, mas quando levaram a proposta a Assembleia Municipal e foi aprovado, percebemos que ia mesmo acontecer”.

“Desde o momento em que a proposta foi aprovada, aceleramos o processo. No entanto, houve alguns problemas burocráticos com a senhoria, mas conseguimos marcar a escritura e ela fez-nos uma doação. Que no qual, o Montezelo será eternamente grato a ela, pelo seu gesto”, explica.

Com a escritura na mão, Arminda explica que, nunca explicaram como é que é funciona um processo de atribuição do sintético e movimentação de verbas: “Nunca nos foi explicado pelo município como é que seria este processo, o que nos levava a querer que seria um processo fácil, após a obtenção da escritura. A escritura foi realizada em novembro de 2021 e de imediato enviamos para a Câmara. Naquele momento, pensava que iríamos dar uma boa notícia de natal aos atletas e aos pais, bem como a todos que gostam do Montezelo, mas isso, infelizmente, não aconteceu”.

A presidente explica ainda que, na altura, coincidiu com as mudanças de pelouros o que a mesma acredita que essa situação tenha atrasado o caso particular do Montezelo. Apesar de inúmeras tentativas de pedido de audiências, conseguiu uma para janeiro de 2022, com o vereador que acabava de assumir funções.

“Infelizmente a realidade que detetei é que a nova vereação do Desporto não conhecia muito bem o processo do Montezelo. Apenas sabiam que éramos uma coletividade. Ainda nessa reunião percebi que não havia o projeto que tínhamos apresentado ao município em 2016 que concerne à requalificação daquele espaço para beneficiar aquela zona de Fânzeres”.

Arminda acrescenta que esse projeto é um sonho que tem e que há muito tempo luta por isso. Basicamente, após a requalificação daquele espaço, Arminda gostaria de, durante o dia, colocar o campo sintético disponível para serviço de pessoas com incapacidade motoras e mentais: “Eu sou muito sensível a pessoas especiais, eu tive muitas pessoas especiais na vida, fizeram me ver a realidade de uma maneira diferente e eu gostava de lhes dar um miminho, estarem no campo durante o dia”.

No entanto, o projeto apresentado, não estava presente nas pastas que tinham sido passadas à nova vereação: “Não quero estar a acusar ninguém, não é essa a minha intenção, mas fiquei muito triste e frustrada. Senti-me indignada de ir para uma reunião de tamanha envergadura e nem terem conhecimento da realidade do Montezelo. Nem estava mencionado na nossa ficha que nos tinha sido atribuído um sintético”.

“Passados uns meses, em abril, foi marcado uma nova audiência com o Presidente da Câmara e com o vereador do Desporto. Nessa reunião o vereador desculpou-se e assumiu que esteve presente na assembleia em que o sintético foi atribuído ao clube. Mais uma vez, pensei que ia assinar os papéis, mas isso não sucedeu, em vez disso tive a triste notícia que estava atrasado”.

“Eu compreendo que tudo tem o seu tempo para legalmente ser enquadrado, mas ficamos adiados ainda para o orçamento de 2023. Mas eu tenho fé. Porque tenho que confessar que ainda estou a ver como decorre todo o processo e estou ainda à espera de explicações sobre o mesmo. Eu acredito que o Presidente e a nova vereação irão resolver esta situação num curto prazo. Não acredito que a vereação queira deixar o Montezelo às escuras até ao Natal, principalmente porque é a nossa única salvação aliado aos últimos acontecimentos, porque temos vindo a perder muitos atletas que vão para outros clubes que tem campos em condições. Cada vez mais, os pais escolhem clubes de topo, que aparentemente oferecem melhores condições porque têm campo sintético, porque assim, os meninos não se aleijam tanto”, explica a responsável.

“Nós somos capazes de gerir bem o clube e já provamos a nível de organização isso. Mas também precisamos de atletas. Tive de parar com a certificação do clube, porque não tinha recursos humanos para apresentar. Praticamente toda a gente foi embora com o confinamento”, desabafa.

Nos últimos meses o clube tem sofrido uma onda grande de atos de vandalismo e de assaltos, o que tem colocado em causa o bom funcionamento do clube. “Ultimamente, temos estado a sobreviver. Nos últimos meses tem sido terrível, devido à quantidade de assaltos. É muito triste e revoltante, mas tem sido só para estragar. Portas arrombadas, fechaduras, janelas estragadas, também nos roubaram pertences de valor que utilizávamos nos nossos eventos e no nosso dia a dia, como a bomba do poço e esquentadores. Roubaram até doações que nos ofereceram. No último assalto realizado, deixaram a torneira aberta. Aqui já entra em causa o funcionamento normal do clube”, refere tristemente.

Em paralelo, Arminda diz que a rua do Montezelo “está completamente ao abandono. Pois encontra-se cheio de ervas e lixo que muitas vezes, acabam por atirar para dentro do campo, ou colocar em risco os nossos atletas”.

Para concluir, a presidente reforça que não quer criar problemas com ninguém, apenas quer ajuda para conseguir continuar a manter de pé esta associação fundada 1979. Este é o seu pedido de ajuda. A responsável explica que, através do as- sociativismo quer trabalhar em prol da freguesia de Fânzeres e do concelho, mas para isso precisa de ferramentas.

Contactado pelo VivaCidade, José Fernando Moreira referiu o seguinte: “O sintético do Montzelo, como é público foi um projeto aprovado em reunião de Câmara. Neste momento, o Município está a analisar todas as possibilidades de poder colocar em prática aquilo que se comprometeu, no entanto, não temos nenhuma data específica ao dia de hoje, para conseguirmos aqui comprometer com a coletividade e com a comunidade local para quando isso possa ser uma realidade. Existiu um compromisso em reunião de Câmara, mas não existiu uma cabimentação, porque o clube tinha questões legais para resolver. Agora vamos trabalhar no sentido de podermos e se houver verbas que o permitam, no próximo orçamento, colocar esses valores para a associação”.

Sobre o assunto, o vereador acrescenta: “Até ao dia de hoje, não me posso comprometer com uma obra desse envergadura. O que posso afirmar e garantir à associação e à comunidade é que somos uma entidade de bem e que existe uma deliberação e o município vai fazer de tudo para a cumprir e executar. Temos que, no próximo ano começar a olhar para ele, para percebermos de que forma o iremos fazer. Este é um projeto que não pode ficar só pela reabilitação de um campo, porque não é só colocar uma relva sintética, porque atrás de uma relva sintética, com certeza é necessário criar outro tipo de infra-estruturas que são igualmente importantes.■

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