Faz agora um ano que deflagrou o conflito bélico, pela invasão russa da Ucrânia, que causou uma crise energética grave, e consequentemente, inflação.
Em menos de três anos, a Europa debatia-se com uma terceira contração económica, o que desencadeou um profundo sentimento de pessimismo entre consumidores e investidores.
Mas um ano depois, e aquilo que a nossa comunicação social não gosta de dar relevância, é que "as boas notícias superaram claramente as más notícias" (Oliver Rakau, economista chefe da Oxford Economics).
A economia da Zona Euro está claramente fora de uma recessão técnica, e a Comissão Europeia veio rever em alta as suas estimativas de crescimento económico para os países da moeda única.
A equipa da multinacional Goldman Sachs salienta três motivos preponderantes para este volte-face: um comportamento altamente resiliente do setor industrial europeu, a queda dos preços do gás, e a reabertura da economia chinesa após meses de confinamento.
Um início do ano quente para inverno, associado a um forte armazenamento subterrâneo e chegadas consistentes de gás natural liquefeito às costas europeias, ajudaram na independência do consumo de gás em relação à Rússia.
No que diz respeito às empresas, e mais concretamente ao desemprego, permanece estável e abaixo dos 7%, indicando que o cenário de despedimentos de milhares de trabalhadores para contrabalançar com as despesas (principalmente as energéticas), não se concretizou.
Sendo a China a segunda maior economia do mundo, havendo um crescimento consistente da economia chinesa nos próximos anos, terá obviamente um impacto positivo no Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
E as boas notícias para Portugal, as que a comunicação social teima em não dar relevância, são que a EU prevê que o PIB português cresça 1%, acima da Zona Euro. Bruxelas também está mais otimista ainda para a inflação. Aliás, a estimativa que Bruxelas apresenta agora é superior à apresentada nas previsões de Outono, quando esperava que a economia portuguesa crescesse apenas 0,7%.
Realço que Portugal cresce acima da moeda única, e também da UE, que Bruxelas prevê que avance 0,8% este ano, e a Comissão Europeia antecipa que a economia portuguesa comece a ganhar ritmo no segundo trimestre de 2023, e que acelere a partir daí, atingindo uma taxa de crescimento anual de 1,8% já em 2024.
Pese embora o conflito bélico da Ucrânia seja uma realidade triste, devemos também olhar para otimismo que normalmente não nos mostram com o fervor com que nos mostram as desgraças e o infortúnio, em prol das audiências e não da verdade jornalística.