Paulo Ferreira, fotógrafo e videografo gondomarense, após o sucesso do documentário sobre o Parque das Serras do Porto, lança novo documentário com imagens da Ilha Graciosa, no próximo ano.
Como correram as gravações deste novo projeto?
A recolha de imagens na ilha Graciosa, correu muito bem. Apesar de 4 dos 12 dias previstos terem sido de chuva, ainda assim posso considerar total concretização do trabalho a que me propus. O meu objetivo era recolher imagens de fauna e flora autóctone (algumas uma raridade na ilha e no arquipélago dos Açores), bem como de ambientes marinhos e paisagens naturais. O que se veio a confirmar apesar de o tempo não ter ajudado no que à parte marinha diz respeito, dado que a equipa de mergulho não conseguiu estar no mar, durante todos os dias que haviam sido definidos, por força da forte ondulação que se fez sentir. No entanto e de uma forma geral e apesar de todos os contratempos, considero que o trabalho foi totalmente concretizado.
Porquê da escolha da Ilha Graciosa?
A escolha da ilha Graciosa, deveu-se ao facto de no ano passado ter realizado na ilha das Flores, o documentário natural (Naturalmente Flores) e nesse seguimento as entidades da Graciosa (Municipio, Turismo e Ambiente), lançaram-me o desafio de realizar um trabalho semelhante. O documentário da ilha das Flores irá passar em televisão no próximo mês de agosto. Por outro lado, e depois de estudar um pouco a ilha, descobri que tem algumas particularidades que a tornam única, como por exemplo a enorme Caldeira da Graciosa que guarda no seu seio e debaixo de terra, uma enorme furna cuja dimensão ultrapassa tudo o que possamos imaginar.
O que podem esperar os espectadores?
Os espectadores podem descobrir uma ilha pacata, onde vivem pessoas para quem o tempo parece ter parado. Como por exemplo o cenógrafo Franco Ceraolo que trabalhou com Ettore Scola, Federico Fellini, Bernardo Bertolucci e Martin Scorsese, estando neste momento a desenvolver um projeto sobre a recuperação do burro da Graciosa (uma espécie autóctone), que remonta aos tempos das pirâmides do Egito (existem ilustrações). Por outro lado, podem ficar a conhecer algumas plantas muito raras e aves marinhas que existem nos ilhéus ao largo da Graciosa, como por exemplo o Painho-de-monteiro ou a Alma-negra. Aves muito raras.
Tem data de estreia o novo documentário?
O documentário irá estrear a 22 de abril de 2024, à semelhança de todos os trabalhos que realizo, dado que é o dia da Terra.