Centro Cultural de Rio Tinto será a sede do grupo
Inserida na Associação Cultural de Plectro (OPGBAC), que tem como objeto social a divulgação e preservação da toda a música de plectro, a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins (OPGB) – com origem no Município da Maia - está “de malas e bagagens” para Rio Tinto. O objetivo é “crescer em Gondomar” e a apresentação oficial deu-se a 17 de fevereiro, na sua nova sede.
Fundada pelo maestro António Manuel de Sousa Vieira e pelo guitarrista Sérgio Dinis, em 2007, a OPGB insere-se na Associação Cultural de Plectro que teve a primeira sede na cidade da Maia. O primeiro concerto foi no dia 14 de Dezembro de 2007 e sete anos depois a orquestra apresenta-se ao Município de Gondomar no Centro Cultural Amália Rodrigues, em Rio Tinto, local que irá servir de sede ao grupo a partir de agora. Ao Vivacidade, António Vieira, diretor artístico da OPGBAC, justifica a mudança com o desejo de maior crescimento para o grupo e maior integração na comunidade gondomarense. “A OPGBAC procurou sempre novas sinergias que pudessem incentivar todas as suas valências para um projeto de crescimento. Vários dos nossos associados são munícipes de Gondomar, e contactaram a Câmara Municipal tendo em vista um projeto de residência artística que tivesse impacto na vida cultural da cidade. As ideias foram sendo debatidas e aprofundadas em conjunto e ao fim de algum tempo concluímos que partilhávamos muitos pontos de vista sobre o papel que uma associação cultural deve ter no meio em que se insere. A partir daí, e dado o interesse mútuo, a mudança tornou-se evidente”, afirma o maestro.
Orquestra apresentou-se ao Município a 17 de fevereiro
A apresentação oficial da orquestra a Gondomar foi recente e escolheu a nova sede como palco para um espetáculo “especial”. A OPGB expôs o programa do primeiro CD - cuja gravação irá ocorrer em maio – e estreou uma obra do compositor Paulo Bastos sob direção do maestro luxemburguês Juan Carlos Munoz. O Centro Cultural de Rio Tinto é um “espaço importante”, garante ao Vivacidade o maestro António Vieira, já que “tem as infraestruturas necessárias para desenvolver a atividade musical, com auditório e salas para ensaio”. Contudo, o essencial, acrescenta o músico, é “prestar um serviço à comunidade. É importante que o nosso objeto social, a dinamização da música de plectro, seja encarado como uma mais-valia para todo o concelho”, indica.
“Seria ótimo ter uma temporada regular de concertos por todo o Município”
“O futuro da OPGB passa pela gravação do seu primeiro CD que contará com convidados especiais que muitos nos honram”, explica ao Vivacidade o maestro António Vieira. “O projeto de gravação será único a nível nacional. Uma Orquestra de Guitarras e Bandolins a gravar as obras que lhe foram dedicadas, divulgando deste modo também os nossos compositores, é a melhor publicidade que a música de Plectro pode ter. A parte pedagógica de fomento do ensino do Bandolim e da Guitarra também sairá valorizada”, continua o diretor artístico da OPGBAC. Para além dos concertos, a associação quer deixar em Gondomar o ensinamento da música de plectro. “Queremos passar o nosso saber a todos os gondomarenses que estejam interessados em aprender e tocar música de Plectro, já que há nitidamente falta de uma escola/formação de públicos”, afirma. “Costumo dizer que ao ensinar bandolim e guitarra aos mais novos não estamos necessariamente a formar músicos profissionais no futuro. O que é fundamental é que estejamos a formar novos ouvintes. É esta nova geração que vai ter o gosto de ir ouvir uma orquestra como a OPGB e que vai elevar o conhecimento para os níveis que todos nós pretendemos” refere ainda. Para o maestro “seria ótimo ter uma temporada regular de concertos por todo o Município.” “Vamos seguramente realizar o Festival Internacional de Música de Plectro novamente este ano de 2015. E muitas outras valências pode a OPGBAC oferecer a todo o concelho”, afirma António Vieira que rejeita a ideia de que o bandolim não possa ser associado à música clássica. “Para mim os instrumentos são todos iguais! Só em Portugal é que existem essas etiquetas de ‘Clássico’ ou ‘Erudito’ versus ‘Popular’ ou "Tradicional". O bandolim é um instrumento para o qual foram compostas obras por nomes sonantes da história da música como Vivaldi, Caldara, Mozart, Hummel, Beethoven, Verdi, Mahler, Schoenberg, Webern e Boulez.
O bandolim nas mãos do maestro António Manuel de Sousa Vieira
António Manuel de Sousa Vieira iniciou os seus estudos no Conservatório de Música da Maia onde estudou guitarra clássica. Termina, mais tarde, o curso complementar de Bandolim Conservatório de Música de Coimbra. Ingressa depois no Conservatório de Esch-sur-Alzette no Luxemburgo, onde estuda com o Maestro Juan Carlos Munoz os cursos de bandolim napolitano/barroco e música de câmara. Desde março de 2006 é Maestro Titular e Diretor Artístico do Grupo Coral de Professores do Porto. Fundou o Duo Magalhães da Gama e a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins da qual é o seu Concertino e Diretor Artístico. Foi o primeiro português a integrar a EGMYO – European Guitar and Mandolin Youth Orchestra e é o único elemento português da Orquestra Europeia de Guitarras e Bandolins. É também o instrumentista convidado para executar as partes de bandolim de diversas orquestras em Portugal, tendo já colaborado com a Orquestra Sinfónica da Casa da Música do Porto. Em 2010 inicia o curso de bandolim na Companhia da Música em Braga e em 2013 no Conservatório de Música do Porto.