Há 54 anos que Luís Santos e Maria Santos abriram uma loja em Valbom de eletrodomésticos e reparações, que mais tarde nasceu a vertente de videoclube. Atualmente, este é o último videoclube do concelho de Gondomar. O VivaCidade foi descobrir esta profissão com história.
O empresário começa por explicar que a vertente de Videoclube veio mais tarde, “porque era uma novidade na época e estava a começar a funcionar muito bem”, Luís Santos viu uma boa oportunidade de negócio e não pensou duas vezes em investir.
Apesar de trabalhar na área o responsável admite que nunca foi uma pessoa que consumia muito cinema, no entanto o seu género preferido continua a ser um filme de ação, enquanto que para Maria Santos, os filmes de eleição são os de romance. Na realidade, Luís explica que veio para este sector pela “parte comercial, nunca perdi muito tempo com o cinema, na época tinha funcionários que percebiam muito de cinema e eles é que ajudavam as pessoas a escolher filmes, porque percebiam mais sobre o assunto, mas eu não era tanto assim, eu sou de uma altura em que era só trabalhar”.
Foi por volta de 2008/2010 que a perspetiva do empresário mudou, “senti a diminuição da procura, quando começou a realizar-se pirataria em grande escala e quando começaram a vender nas feiras. Enquanto era em VHS era difícil fazer uma cópia, quer dizer era fácil, mas demorava muitas horas. Com a vinda do DVD, as cópias eram muito mais fáceis de fazer, em segundos fazia-se uma cópia”.
Ao recordar os tempos passados, Luís relembra que “antigamente, era centenas de pessoas que cá vinham, chegava a ser filas e filas de pessoas, quando era pelo Natal as empregadas andavam descalças porque já não podiam. Chegamos a ter muita coisa, eram muitas caixas e caixas, porque antes na noite de natal não havia nada a passar na televisão como hoje há”.
“Havia pessoas que gastavam centenas de euros em filmes mensalmente, foi um erro grande porque podíamos ter começado a reduzir logo na altura, mas convencemo-nos que não ia acabar e investíamos, até não podermos mais”, o empresário revelou ainda que, em tempos, o concelho chegou a ter quatro videoclubes ativos e que, entretanto, o único que resta é o seu.
Quanto o futuro, o empresário revela que enquanto a saúde deixar irá continuar a trabalhar, porque “isto também é uma distração para a minha mulher e porque também sou uma pessoa que está habituada a trabalhar e, enquanto puder, vou continuar, quando deixar de conseguir, vou fechar as portas e entregar a loja ao senhorio”. ▪