
No dia 22 de abril, o Movimento em Defesa do Rio Tinto vai promover a 11ª edição da Caminhada pelo Rio Tinto. A iniciativa terá início às 10h, com início junto às piscinas municipais.
A luta do Movimento em Defesa do Rio Tinto (MDRT) está prestes a completar mais uma página da sua já longa história. No horizonte está agora a 11ª Caminhada pelo Rio Tinto, iniciativa que surgiu há 12 anos - foi suspensa um ano - para consciencializar a população e as entidades responsáveis pela manutenção do recurso hídrico para a necessidade de o recuperar.
"Quando o MDRT começou a sua caminhada, a grande maioria das pessoas considerava a recuperação do rio impossível. Alguns achavam até que o rio deveria ser totalmente entubado. Felizmente, estas caminhadas vieram alertar para a necessidade de preservar este recurso que dá nome à cidade", começa por dizer Paulo Silva, fundador do MDRT.
A 11ª Caminhada pelo Rio Tinto terá início pelas 10h, no dia 22 de abril, e contará com a presença de Pedro Teiga, investigador na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e coordenador nacional do Projecto Rios.
O percurso da caminhada voltará a fazer a ligação entre o centro de Rio Tinto e o Parque Oriental do Porto, "procurando demonstrar a importância da construção do intercetor da ETAR do Meiral e dando conta das obras que estão a ser realizadas ao longo do Parque Urbano de Rio Tinto".
"Esta edição não tem um objetivo superior ou diferente das anteriores. O objetivo principal continua a ser a tentativa de dar visibilidade ao rio Tinto, que será uma mais-valia para Gondomar e para o Porto", afirma Paulo Silva.
O MDRT espera receber, novamente, centenas de participantes nesta iniciativa.
Os ativistas não esquecem as conquistas alcançadas, "apesar das diversas tentativas de conotação política", e mostram-se unidos "para fazer a diferença". Marta Macedo, que integra o MDRT, lembra que os membros do Movimento "aprenderam a resistir a tudo e continuam a elogiar e criticar, conforme seja necessário".
"Temos tido vitórias e derrotas. A grande vitória foi, sem dúvida, a eliminação das descargas da ETAR do Meiral no rio Tinto. Outra vitória foi a eliminação da agressão da Ribeira da Granja, que provém da Maia. Por último, a construção de um parque urbano em Rio Tinto, que lamentavelmente não engloba a totalidade da Quinta da Boavista, que viu ser atribuída a uma parte do terreno capacidade construtiva", refere.
Por sua vez, Eugénia Faria contesta a construção de um lago artificial e o entubamento da Ribeira da Castanheira, no terreno da antiga feira de Rio Tinto, sem esquecer que o rio "continua a ter problemas nas zonas da Triana e de Campainha".
"Assim que seja concluída a construção do intercetor, passará a existir uma segunda fase da nossa ação. Sempre houve uma tentativa de dizer que as grandes doenças do rio não eram doenças, mas vamos continuar o nosso caminho. Esperamos que exista o diálogo que nos últimos tempos não tem existido com a Câmara de Gondomar ou com a empresa Águas de Gondomar", conclui a ativista.