A iniciativa promovida pelos Azes Valboenses e financiada pelo IPDJ (Instituto Português do Desporto e Juventude) contou com a participação de 20 jovens oriundos de Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália e da Palestina. O projeto deste Campo de Trabalho Internacional partiu de uma parceria realizada com o Grupo Moinhos de Jancido.
Foi em Foz de Sousa, mais propriamente nos Moinhos de Jancido que do dia 10 de julho até ao dia 26, um grupo de 20 jovens esteve em linha com os valores da Associação Azes Valboenses, dado que a iniciativa promoveu “o bem-estar individual e comunitário, ancorados em valores de sustentabilidade e respeito pela diversidade” o que permitiu o desenvolvimento das competências pessoais dos participantes.
Com o objetivo de alertar para a importância da redução do impacto ambiental, a alimentação do grupo foi realizada de forma mais local possível e totalmente vegetariana.
Segundo os responsáveis, esta ação não teria sido possível sem todo o apoio da comunidade local, principalmente do “grupo informal de reabilitação dos moinhos de Jancido, cujo trabalho, dedicação e participação cívica inspirou este projeto”. Em simultâneo, aproveitaram para realizar um agradecimento a todos os que apoiaram a causa: “aos escuteiros que facilitaram o workshop de sobrevivência, à União Desportiva Sousense, que nos abriu portas e nos acolheu nas suas instalações, à MaqMais que contribuiu com materiais para o nosso trabalho, à Padaria de Jancido, ao Minimercado Isabel e ao Kyaya que nos confortaram o estômago, e a restante comunidade que nos ofereceram produtos locais, diversos materiais e contribuíram com a sua experiência”.
Muntaha Abu Dayyeh é uma jovem Palestiniana de 29 anos que visitou pela primeira vez Gondomar e, em concreto os Moinhos de Jancido. Para Muntaha estas iniciativas são muito importantes, tanto para a comunidade como também para o pessoal. “A nível pessoal é importante porque conhecemos e trabalhamos com pessoas de diferentes culturas e de diversas origens o que faz quebrar todos os estereótipos que temos, é através destes projetos que descobrimos que no fundo somos todos iguais e que cada cultura pode nos enriquecer tornando-nos em pessoas melhores através da comunicação, em simultâneo, a experiência permite-nos ver o mundo de outras perspectivas Nós aprendemos a trabalhar em equipa e a criar pontes entre nós. Segundo a jovem “tive que aprender a resolver problemas sem ferramentas que tenho normalmente no meu dia a dia, tive que aprender a utilizar o meu cérebro de forma diferente”, Muntaha destaca ainda que este Campo de trabalho internacional foi importante para perceber que “normalmente aprendemos que o voluntariado é um dever que temos perante a comunidade, mas neste campo, aprendi que a humanidade está acima de tudo e melhorar qualquer comunidade é o meu dever na vida. Muntaha afirma ainda que voltaria a participar “neste maravilhoso e enriquecedor projeto”, a jovem acrescenta que, inicialmente, pensava que esta experiência seria “normal” às outras atividades internacionais que já participou, mas que no final o Campo de trabalho comprovou que ela estava errada e que há ainda muita coisa para apreender. A jovem estrangeira mostrou o seu agradecimento para com todos os envolventes no projeto e, principalmente com a comunidade local e, ao longo da entrevista não conteve os elogios à beleza natural dos Moinhos de Jancido, situados em Foz de Sousa.
João Bruno tem 23 anos e é natural Atouguia da Baleia, localidade situada no Concelho de Peniche, distrito de Leiria. Veterano em experiências internacionais, foi a primeira vez que participou num Campo de Trabalho. Na sua opinião “adorei a experiência e vou repetir sempre que possível. A interação com pessoas de todo o mundo e de culturas variadas só nos enriquece. Quanto ao campo de trabalho em si, não custou nada! O espaço era maravilhoso e recôndito num Portugal que passa despercebido a muita gente, o projeto era interessante e amigo do ambiente e o trabalho foi simples e muito recompensador. Fiquei muito feliz por poder ajudar os voluntários dos Moinhos de Jancido e a comunidade local”. Na perspetiva de João, “Conheci pessoas fantásticas com maneiras de ver o mundo diferentes. Conectei-me com a Natureza e quebrei a rotina. Fiz algo pela comunidade e diverti-me. Experimentei comidas diferentes e conheci mais um pedaço do meu país. Foi muito bom!” ▪