Desde o início da pandemia que a Cultura tem vindo a ser colocada em causa, podemos inclusivamente dizer que, em 2020 este setor sofreu um grande impacto a todos os níveis e que, muitas Coletividades de Gondomar tiveram de readaptar-se, enquanto outras viram-se obrigadas a suspender a sua atividade. Estivemos à conversa com o Vereador responsável pelo Pelouro Luís Filipe, que nos elucidou mais sobre o assunto.
“Grande parte das coletividades têm a sua atividade extremamente reduzida ou até totalmente suspensa, nós temos mantido um contacto próximo com a maioria das Associações do concelho, algumas delas vão-nos reportando problemas mais urgentes e nós procuramos ajudar dentro do que é possível, mas tomamos nós próprios a iniciativa de ir ao encontro delas”, o responsável aponta para dois problemas que surgiram, um deles concerne à faixa etária avançada de algumas Associações que viram-se obrigadas a ficar completamente suspensas, enquanto outras coletividades vão “andando” como é o caso das bandas filarmónicas que como o próprio relata “vão ensaiando com todas estas dificuldades, respeitando todas as medidas e vão mantendo as escolas de música a funcionar e estou ciente do esforço que eles tem vindo a realizar para tentar diminuir um pouco o impacto desta situação”.
Na perspetiva cultural a eventos promovidos pela Autarquia esta fatia viu-se obrigada a virar-se para o digital, o que no qual Luís Filipe confessa que não tem o mesmo sabor do que viver a cultura presencialmente, mas é uma forma de eternizá-la. “Nós temos realizado concertos com a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins antes da pandemia, os concertos nem eram aqui, mas eram em redor de todas as freguesias do concelho e tinham sempre muito público, devo reconhecer que não sou muito adepto do online, mas nós não temos muita alternativa”, o responsável da Cultura relata que as transmissões ao vivo têm gerado um impacto muito grande quer na reação imediata dos comentários, quer no número de visualizações, “o último que se fez já estava com mais de dez mil visualizações”.
Neste ano de 2020 o Pelouro da Cultura teve como prioridade a conversão de documentos históricos do Arquivo Municipal que, agora, ficará disponível no online para todos os cidadãos. Para o Vereador é importante que a população tenha conhecimento da história e de todos os documentos do Município, “este ano houve tempo para colocar tudo direito e, agora, estamos a passar para o online. Estou convencido que até ao final do ano já vamos ter muitos documentos online e devidamente catalogados. Vamos começar com as atas de reuniões da Câmara, desde a primeira, em 1834, que foi quando houve a reforma administrativa em que se deu a criação dos concelhos e já temos tudo digitalizado”, Luís Filipe Araújo garante que é uma prioridade que o Município terá e que será realizada com todo o empenho, “porque o digital agora não vai embora, pelo contrário. E, em 2021 a história será muito valorizada por nós”.
Para o ano de 2021 o Vereador avança a novidade da revista “Lugar de Memória” que no qual visa abordar assuntos culturais “com artigos ligados à nossa etnografia e cultura local, ou seja, isto não é nenhuma resenha dos eventos que foram realizados, isto é mais um registo histórico”. O lançamento ainda não tem nenhuma data prevista e a mesma estará disponível em papel, bem como no digital. Quanto à programação de 2021 ainda há muitos detalhes por lapidar quanto à programação da Câmara, mas o vereador garante que a prioridade será a recuperação das atividades das coletividades, “porque muitas delas vão passar dificuldade”. ▪