Em 1982, a Lipor foi constituída como Associação de Municípios. Atualmente a empresa é responsável pela gestão, valorização e tratamento dos resíduos urbanos de oito municípios – Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde – e recebe por ano cerca de 500 mil toneladas de lixo. O Vivacidade foi visitar o pólo de Baguim do Monte e conhecer as centrais de tratamento da Lipor.
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O relógio marca 9h58 do dia 29 de abril e a equipa do Vivacidade encontra-se no Pólo de Baguim do Monte da Lipor. À entrada explicam-se as regras de circulação dentro dos 36 hectares da unidade de gestão de resíduos e após um período de espera recebemos autorização para entrar no edifício administrativo.
Fomos recebidos por Rosa Veloso, responsável pelo Departamento de Educação, Comunicação e Relacionamentos Institucionais, que nos acompanhou ao longo da visita. Por norma o trajeto iniciaria pelo Centro de Triagem, mas as obras de remodelação daquela unidade obrigaram a Lipor a considerar um plano B.
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O espaço dedicado às visitas é o primeiro ponto de paragem. “Aqui acolhemos as nossas visitas e sensibilizamos as pessoas para a necessidade de reciclar. Os visitantes devem trazer-nos alguns materiais para depositarem os nossos ecopontos. Não deixamos de fazer a visita se não trouxerem resíduos, mas apelamos a isso”, conta Rosa Veloso, enquanto percorre a sala com ilustrações de materiais recicláveis.
Avançamos para o Ecocentro da Lipor, um espaço aberto ao público de segunda a sábado, entre as 9h e as 18h. “Nos oito municípios que integram a Lipor dispomos de uma rede de 21 ecocentros e quase 3000 ecopontos. Os Ecocentros são espaços próprios, onde o cidadão pode colocar uma grande diversidade de resíduos de pequenas e grandes dimensões”, afirma.
Divididos por zonas de reciclagem, desde os óleos alimentares e mecânicos, à roupa e outros resíduos como monstros e monstros não metálicos, os Ecocentros passaram a ser mais procurados desde novembro de 2013, data em que foi lançado o cartão EcoShop.
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Nas Plataformas de Triagem, um camião da Rede Ambiente descarrega uma nova carga de resíduos, que vão ser triados e agrupados por categorias pelos funcionários da Lipor. “Nesta zona fazemos uma inspeção visual e apartamos os materiais. É nesta plataforma que conseguimos perceber quais sãos os materiais que podem ou não ser reaproveitados”, explica-nos Rosa Veloso.
Mais à frente, o Parque Aventura, um espaço verde de 19 hectares que outrora serviu como aterro da Fertor e hoje está disponível aos visitantes de maio a setembro. “Durante vinte anos este local serviu de depósito de resíduos e atualmente é um espaço ao serviço da comunidade, com vários prémios ambientais”, conta a funcionária da Lipor.
Após conhecer o Parque Aventura, entramos na Central de Valorização Orgânica. O espaço remodelado, era no início um dos principais problemas da Lipor, graças aos maus odores produzidos pela compostagem. “Houve um compromisso da organização em melhorar esse problema, sobretudo com a introdução de novas tecnologias e novos processos. Hoje a fábrica é totalmente f
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echada e os odores são muito reduzidos, porque não queremos prejudicar os territórios que nos aceitaram”, garante a responsável pelo departamento de comunicação.
Segundo Rosa Veloso, “a unidade de valorização orgânica tem capacidade para receber cerca de 60 mil resíduos orgânicos por ano. Em 2013, recebemos 40 mil toneladas e conseguimos obter cerca de 10 mil toneladas de composto, que é comercializado com a Lipor”.
Enquanto percorremos a Central de Valorização Orgânica vemos uma parcela de terreno cultivado. Para que serve aquele espaço? “Ali temos um terreno disponível para os nossos funcionários cultivarem várias culturas diversificadas e produzirem para consumo próprio. Dessa forma fomentamos o convívio e a consciência ambiental”, diz.
Encerramos a visita à Lipor de regresso à portaria onde fomos recebidos. Durante 32 anos chegaram a Baguim do Monte toneladas de resíduos, mas mais importante do que o desperdício é saber reaproveitar o lixo que produzimos.
“Estamos preparados para o futuro, isso é garantido”
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José Luís Marques trabalha na Lipor há 13 anos e lidera o gabinete jurídico da empresa. “O que começou por ser uma lixeira a céu aberto de uma empresa privada [Fertor] é hoje uma associação de oito municípios responsável pela gestão, valorização e tratamento de resíduos urbanos. Desde 1982, fizemos um grande trabalho e atualmente servimos um milhão de habitantes que produzem anualmente cerca de 500 mil toneladas de resíduos sólidos”, começa por dizer.
Satisfeito com a evolução de 32 anos da Lipor, o dirigente revela ao Vivacidade um dos segredos para o sucesso: a harmonia entre municípios. “Somos um exemplo flagrante do intermunicipalismo. Nunca existiu uma divergência que impedisse o normal funcionamento dos nossos serviços e nunca fomos palco de lutas políticas dos autarcas. Sabemos que estamos sujeitos a variações e ciclos políticos, mas a partir do momento em que um autarca cessa o seu mandato, cessa também as suas funções na Lipor”, acrescenta.
O também responsável pelo apoio aos órgãos de decisão da unidade de gestão de resíduos recorda ainda o difícil acolhimento da população de Baguim do Monte que se queixava frequentemente do mau cheiro produzido pela estação da Lipor, nos anos 80. “Hoje temos um aterro selado e um parque [Parque Aventura] que colocamos ao dispor da população, mas recordo-me que morava em Alfena e quando o vento estava a favor, sentia o mau cheiro da Lipor, nos primeiros anos”, refere José Luís Marques.
Agora os objetivos da empresa são diferentes. Atingir um alto patamar europeu e sensibilizar os portugueses para a importância da reciclagem são as prioridades da Lipor. Pelo meio encontra-se uma tarefa difícil: motivar os gondomarenses. “Em Gondomar há um grande trabalho a ser feito. Neste momento, no que diz respeito à reciclagem, a Maia destaca-se e os valores têm vindo a aumentar. Por outro lado, Gondomar - que tem todas as condições para chegar ao nível da Maia - não está a atingir os valores pretendidos”, admite o líder do gabinete jurídico.
Para motivar os munícipes a Lipor lançou em novembro de 2013 o cartão EcoShop, que possibilita a troca de bens e serviços por materiais reciclados. Atualmente o projeto conta com 500 aderentes. “O cartão EcoShop é mais um incentivo à população para reciclar. No entanto, esclarecemos que a Lipor não oferece nada a ninguém. O projeto funciona através de parcerias celebradas com a empresa. A Lipor não oferece nada. Para obter os benefícios são oferecidos vales que o cidadão poderá descontar”, diz José Luís Marques.
Sobre o futuro não existem dúvidas. “A Lipor está preparada para o futuro, isso é garantido”, afirma José Marques. Fruto da aposta na investigação e desenvolvimento das novas tecnologias ligadas à gestão e reaproveitamento de resíduos, o responsável não teme os novos desafios. “A mais recente reformulação do Centro de Triagem, no pólo de Baguim do Monte, vai permitir receber uma maior quantidade de resíduos. Na Lipor II, na Maia, foi recentemente renegociado o contrato de exploração por mais 10 anos e entretanto já temos mais 15 milhões de euros prontos a ser investidos nessa unidade. Temos a preocupação de acompanhar o desenvolvimento tecnológico”, conclui.
Agora os objetivos da empresa são diferentes. Atingir um alto patamar europeu e sensibilizar os portugueses para a importância da reciclagem são as prioridades da Lipor. Pelo meio encontra-se uma tarefa difícil: motivar os gondomarenses. “Em Gondomar há um grande trabalho a ser feito. Neste momento, no que diz respeito à reciclagem, a Maia destaca-se e os valores têm vindo a aumentar. Por outro lado, Gondomar - que tem todas as condições para chegar ao nível da Maia - não está a atingir os valores pretendidos”, admite o líder do gabinete jurídico.
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Para motivar os munícipes a Lipor lançou em novembro de 2013 o cartão EcoShop, que possibilita a troca de bens e serviços por materiais reciclados. Atualmente o projeto conta com 500 aderentes. “O cartão EcoShop é mais um incentivo à população para reciclar. No entanto, esclarecemos que a Lipor não oferece nada a ninguém. O projeto funciona através de parcerias celebradas com a empresa. A Lipor não oferece nada. Para obter os benefícios são oferecidos vales que o cidadão poderá descontar”, diz José Luís Marques.
Sobre o futuro não existem dúvidas. “A Lipor está preparada para o futuro, isso é garantido”, afirma José Marques. Fruto da aposta na investigação e desenvolvimento das novas tecnologias ligadas à gestão e reaproveitamento de resíduos, o responsável não teme os novos desafios. “A mais recente reformulação do Centro de Triagem, no pólo de Baguim do Monte, vai permitir receber uma maior quantidade de resíduos. Na Lipor II, na Maia, foi recentemente renegociado o contrato de exploração por mais 10 anos e entretanto já temos mais 15 milhões de euros prontos a ser investidos nessa unidade. Temos a preocupação de acompanhar o desenvolvimento tecnológico”, conclui.
Gondomar aderiu ao movimento ‘Vamos Limpar a Europa!’
No dia 10 de maio, no âmbito da campanha ‘Vamos Limpar a Europa’, realizaram-se em Gondomar, três ações de limpeza que contaram com o apoio de 80 voluntários. Os locais escolhidos foram a Ribeira da Castanheira, em Rio Tinto, o rio Torto e a Ribeira de Silveirinhos, na União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova.
No total, foram 50 sacos de 110 litros de plásticos, vidros, entulho e monstros, numa operação marcada pela motivação dos voluntários para limpar as margens e os leitos das ribeiras urbanas.
A ação foi promovida pela Câmara Municipal de Gondomar e Lipor, e teve o apoio da União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova e da Junta de Freguesia de Rio Tinto.