Câmara Municipal de Gondomar Política AUTÁRQUICAS 2025

LEONARDO SOARES: “ESTOU CONVICTO QUE É NA ESCALA LOCAL QUE SE PLANTAM AS SEMENTES DA MUDANÇA”

Leonardo Soares, tem 26 anos, é candidato à Câmara Municipal de Gondomar, à Assembleia Municipal e à Assembleia de Freguesias da União de Freguesias de S.Cosme (Gondomar), Valbom e Jovim, pelo partido LIVRE.

Quem é Leonardo Soares?

Sou o candidato à Câmara Municipal de Gondomar. Nasci numa democracia jovem, porque tenho 26 anos e sou herdeiro dos valores de Abril. Desde cedo que fui para a esquerda política por acreditar que somos livres quando o resto da sociedade tem liberdade para florescer. Testemunhei na primeira pessoa os benefícios do Estado Social e foi graças ao Estado que fiz a minha formação académica. 

Tirei licenciatura em ciência da informação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e o mestrado em Ciências da comunicação, na mesma faculdade. Atualmente trabalho como investigador científico na Universidade do Porto e como bolseiro do doutoramento na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Trabalho em parceria com a Universidade de Munique nos temas da comunicação pública, políticas locais, alterações climáticas e participação cidadã. Ao longo destes, quase cinco anos de investigação, também, trabalhei um ano como investigador no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, fui coordenador e investigador no projeto de mobilização climática, que foi um projeto em parceria entre a Universidade do Porto, a fundação Gulbenkian e a Câmara Municipal de Paredes. Em 2024 juntei-me à Associação Reboot, uma associação sem fins lucrativos que trabalha a sustentabilidade, tentando criar espaços de diálogo para debater estes temas.

Nasci no Porto, mas vivi toda a minha vida em Gondomar, em S.Cosme, e, agora, moro em Valbom. A minha família materna é de Vila Verde, Valbom, as raízes da minha família estão por aqui. 

O que o levou para a política? 

Desde cedo perceber as desigualdades sociais que existem, por isso é que disse que beneficiei e testemunhei na primeira pessoa os benefícios do Estado Social. É um tema fundamental, sentir na pele as desigualdades que existem na sociedade. Quando entrei para a faculdade decidi tornar-me mais vocal nas questões da política, envolvi-me no associativismo e, agora, também me juntei a uma associação sem fins lucrativos para a melhoria do estado climático. Foi ter vivido as desigualdades e ver os meus pais a trabalharem arduamente e a receberem muito pouco. Vi os meus pais a perderem tudo com a crise de 2007/2008, e isso fez-me sentir que tinha alguma responsabilidade. Costumo dizer que não fui eu que fui ter com a política. A política está no meio de todos nós e decidimos se queremos ter alguma responsabilidade ou não, tudo o que fazemos é política. Acho que é importante termos esta consciência política e fazermos a nossa parte. Ter consciência do que há 50 anos não podíamos fazer e hoje podemos. 

Juntei-me a nível partidário porque só conseguimos mudar o estado das coisas por dentro, dentro do sistema. 

Sente que a política é o meio de combater as desigualdades e debater sobre o Estado Social?

Sem dúvida. Na política há atores muito importantes nesta discussão. Há o poder e a voz. Estamos numa sociedade que não tem voz e quando a tem, não tem o mesmo poder. Acredito, vivamente, que a política é um dos meios mais importantes para mudar o estado do mundo. 

Porque se candidata à Câmara Municipal de Gondomar

Estamos conscientes que a esquerda nacional vive momentos de turbulência e nós achamos que o Livre tem de estender a sua visão de desenvolvimento partilhado para o concelho de Gondomar. Mais que nunca é preciso que o partido se ramifique nas autarquias e na política local, onde é possível, ouvir a população, transformar os bairros e desenhar as cidades com as comunidades da população e as associações. 

O que o leva a pensar que Gondomar se prepara para falhar nessas vertentes?

Antes demais a experiência no território. Viver aqui faz com que tenha essa perceção, mas também falar com as pessoas. Não estou a dizer que tudo está mal, há coisas que foram bem feitas. Sou uma pessoa ambiciosa e acho que todos o deveriam ser. Não devemos olhar para tudo com um olhar pessimista, temos de admitir que há coisas que foram bem feitas e, atualmente, temos padrões de vida que antes não tínhamos e por isso o nosso rigor tem de ser diferente. Nesse cenário é que esta candidatura pretende inverter esse caminho de governação desnorteado. Sei que há coisas que estão a acontecer e que são boas, mas temos de ir mais além. Ir mais além significa termos uma candidatura aberta à comunidade civil, abrir o diálogo, um espaço de construção de interação com a comunidade civil. 

Na sua ótica quais são as necessidades reais do concelho?

Gondomar desviou-se desta rota de transformação sustentável. De facto, temos assistido a esta tentativa do Executivo de reanimar um concelho que ficou aquém das expectativas para muita gente. Esta candidatura apesar de ser individual não deixa de passar por um processo de imaginação coletiva, neste caso do Livre, de um Gondomar mais livre, que pretende repensar o concelho e propor medidas que assentam em alguns eixos de atuação que considero prioritários. 

Que eixos são esses? 

A habitação é um tema fundamental, se calhar para todos os municípios neste momento, mas Gondomar tem uma agravante: tivemos dados do instituto nacional de estatística que Gondomar lidera o processo de aceleração dos preços das casas nos municípios com mais de 100 mil habitantes, que ronda os 25%, com o nível de percentagem mais alto. Sabemos que a habitação é uma dimensão fundamental de intervenção nas políticas locais e exige respostas concretas para aliviarmos a precariedade habitacional que tem consequências profundas no desenvolvimento social e no equilíbrio socioeconómico. Precisamos de aumentar a oferta de habitação pública a nível municipal, promover um mercado de arrendamento publico compatível com os rendimentos médios da população, concluir a carta municipal da habitação, fundamental para sabermos onde e como vamos intervir, num diagnostico global da realidade concelhia, sei que a carta está a ser realizada, mas ainda não terminou, e, em terceiro lugar, precisamos de promover as cooperativas de habitação em edifícios públicos devolutos ou vazios e promover a construção em terrenos camarários. 

O segundo vetor de atuação que é prioritário é a mobilidade é uma realidade que não podemos deixar para trás. É uma questão premente no concelho. Não é só uma questão que afeta a boa disposição de alguém que fica infinitamente à espera de um autocarro é o problema de um gondomarense que tem de acordar duas horas mais cedo para se deslocar para o trabalho, é um problema para todos os gondomarenses. É preciso rever a rede de transportes em Gondomar, precisamos de garantir uma maior distribuição dos horários que respondam as necessidades de vida das pessoas, melhorar a acessibilidade aos transportes públicos, melhorar as carreiras de bairro e pensar se realmente poderá haver uma solução de transportes em terrenos de menor densidade, garantindo, também, estacionamento público nas áreas mais estratégicas de metro. 

Se calhar terminar com este último, apesar de haver mais eixos de atuação estes para nós são os prioritários, que é o ambiente e os espaços verdes. Diria que o Parque Urbano de Gondomar oferece metade daquilo que poderia oferecer, o próprio resultado nem sequer combina com o protótipo inicial, que era uma zona de recreio infantil, uma zona de jogos de mesa e equipamentos fitness. Acho que este lugar deveria ser um local de encontro e de convívio social e descanso nas horas de descanso do trabalho e isso não está a acontecer. Gondomar é uma zona com uma vertente rural e estes espaços têm de ser valorizados com uma política ambiental e ecológica mais estruturada. E, desde logo, abandonar uma política sazonal que existe, queremos uma política para o ano inteiro, deveríamos pensar numa ação de voluntariado para a limpeza e conservação das florestas. Promover as iniciativas locais de educação ambiental e ciência cidadã que sejam complementares às que já existem no setor ambiental da Quinta do Passal e promover os corredores verdes nas zonas urbanas. Há duas medidas que queria também referir a nível económico, uma delas é experimentar a redução da semana de trabalho a quatro dias seja no setor público seja no setor privado. Temos de desenvolver programas de apoio ao artesanato local e à filigrana que é um marco fundamental no nosso concelho, promovendo os conhecimentos técnicos e transmitir os saberes às novas gerações. Simplificar o processo burocrático para a fixação de empresas e serviços, criando um gabinete local de apoio, que acompanhe e agilize todas as fases do processo. Estes são os pontos fundamentais, temos várias outras questões que queremos trabalhar, que serão apresentadas no nosso programa eleitoral. 

O que seria um bom resultado? 

Temos de ser modestos, não temos muita experiência na política local, pelo menos em Gondomar, um bom resultado seria termos um eleito à Assembleia Municipal.

Faria coligação? Com que partido(s)? 

Faríamos coligação, desde logo, com todos os partidos à esquerda: PS, PCP, BE, o PAN ninguém percebe de que área é que eles são, são muito imprevisíveis nesse sentido, mas não fechamos o diálogo com o PAN. 

Que mensagem gostaria de deixar aos gondomarenses?

Estamos convencidos que do lado do eleitorado existe esta vontade de mudar Gondomar. Queremos deixar a mensagem que teremos todo o tempo para ouvir as preocupações das pessoas e com elas construir um projeto que concretize esta mudança que todos nós ansiamos. Queremos, acima de tudo, construir uma candidatura com a comunidade civil por isso comprometemo-nos a iniciar este diálogo construtivo com a população, com as organizações, associações, com a abertura deste processo de participação nas diferentes fases do trabalho autárquico. Vamos construir, isto é uma promessa, um programa abrangente para todas as fases da vida local com políticas de coragem, que garantem uma visão de desenvolvimento partilhado e isto significa valorizar o conhecimento, as comunidades e o território. Candidato-me para transformar a política local numa dinâmica de constante auscultação, diálogo e intervenção nas comunidades. 

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