O Bloco de Esquerda tem como rosto à candidatura à Câmara Municipal de Gondomar José Ricardo. Estivemos à conversa com o candidato.
Quem é José Ricardo?
Sou de Gondomar, tenho 34 anos e sou sociólogo. Estou a tirar o doutoramento na Universidade de Barcelona, em parceria com o Instituo de Sociologia da Universidade do Porto. Ao longo da minha juventude estive ligado a várias associações sociais, desportivas e culturais do nosso concelho.
O que o levou para a política?
Desde cedo que fui educado a ser uma parte ativa da comunidade. Os meus pais têm ambos um percurso político próprio e a política sempre esteve presente nas nossas vidas, nas nossas conversas. Sempre tive uma atividade política presente na minha vida. Falando de política partidária, mais especificamente, e de quando me juntei ao Bloco de Esquerda, foi durante os tempos em que estudei Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e participei em campanhas de listas para a Associação de Estudantes e aproximei-me de pessoas que eram do partido. A partir daí, comecei a participar em mais iniciativas e a ter um papel mais ativo na organização de algumas ações – como colagens, apoio a manifestações. Por fim, o que me leva à política é então esta cultura que me foi passada tanto pelos meus pais, como pelas pessoas que me ajudaram a crescer nos vários grupos dos quais fiz parte. Por outro lado, é ter a consciência de que temos de ser ativos nas nossas comunidades, refletir em conjunto, desenhar propostas que melhorem a vida de toda a gente, lutar pelo direito a uma vida digna para todas e todos.
Porque se candidata à Câmara Municipal de Gondomar?
A candidatura é coletiva, sou apenas o primeiro nome de uma lista de gente que luta, e que luta há muitos anos, por uma vida melhor para todas as pessoas de Gondomar.
Na sua ótica quais são as necessidades do concelho?
Na nossa ótica, as maiores necessidades do concelho são a construção de mais habitação e a garantia de que todas as pessoas têm acesso a uma habitação digna. A mobilidade, não faz sentido, ainda, se apostar tanto no automóvel individual como meio de transporte prioritário, mais ainda num território em que tanta gente vive cá, mas trabalha noutros lugares. É necessário haver mais autocarros e com maior frequência, alargar o serviço do metro e promover uma mobilidade que seja mais amiga do ambiente e que poupe tempo à vida das pessoas.
O que seria um bom resultado?
Penso que um bom resultado seria manter os lugares de representação autárquica que temos.
Faria coligação? Com que partido(s)?
As coligações em que o Bloco de Esquerda participa são decididas coletivamente, ora pelos grupos de direção local, ora a partir de decisões dos órgãos de direção política nacional. Contudo, penso que qualquer coligação que una as forças políticas de esquerda, que sirva para garantir que os nossos objetivos principais para o concelho sejam cumpridos e, por outro lado, que permita manter as forças, cada vez mais conturbadas da direita do espectro político fora de lugares de decisão e de poder, seria uma boa coligação para Gondomar.
Que mensagem gostaria de deixar aos gondomarenses?
A mensagem que deixo é de esperança e de luta. De luta por uma sociedade mais justa, por uma vida digna para toda a gente, de luta contra os poderes que nos oprimem e que vão apertando o cerco com todas as suas mentiras. E de esperança. Esperança por um concelho mais unido, com mais vida comunitária e não apenas um dormitório. Esperança em Gondomar como uma terra de toda a gente e para toda a gente.