Ao longo dos anos a história das profissões foi evoluindo, contudo há algumas que continuam a ser indispensáveis mesmo que se tornem despercebidas pelo hábito que temos de usufruir dos seus trabalhos. Com o aparecimento das novas tecnologias e das máquinas de barbear, que além de promover uma autonomia no trabalho de cortar o cabelo e a barba ainda promove uma poupança na carteira. Mas não é por isso que os barbeiros deixam de existir e muitos com a arte a correr desde os 14 anos.
José Ferreira, conhecido como José Barbeiro de Broalhos, começou a cortar cabelos com o pai, o famoso José da Portela (do Couço).
“Ainda me lembro do primeiro cabelo que cortei, foi na Lixa. Estava a ver o meu pai a cortar cabelos e chegou lá um senhor que pediu para ser eu a cortar. Fiquei um pouco nervoso, mas de seguida o meu coração encheu-se de orgulho com o resultado, em que o meu pai me disse que cortava melhor o cabelo que ele (risos)”.
A profissão não é a barbearia, mas é o gosto e a promessa que fez ao pai, que com 90 anos, o faz continuar nesta arte de cortar cabelos. Há 76 anos que faz com que os outros se sintam melhor.
“Estou aberto todos os dias, só fecho ao domingo à tarde. Prometi ao meu pai que não fechava isto até não poder mais e sou um homem de palavra. Enquanto tiver saúde continuarei a fazê-lo”.
A vitalidade é algo notório quando se olha para o José, caminha ao seu ritmo, e é completamente autónomo. “O meu segredo é, além do trabalho, faço uma caminhada todos os dias, cerca de uma hora. Acho que é isso que me faz ter saúde”.
Com pentes e máquinas de última geração, José também se vai atualizando do mercado e do que é pedido pelos clientes que lá passam. “Tenho muito orgulho na minha atividade. Sou muito feliz aqui e muito feliz em ver que, ainda há pessoas, que ficam contentes com o meu trabalho”, remata o barbeiro.