João Silva, gondomarense, conquistou o primeiro lugar na Volta a Portugal do Futuro, bem como na classificação individual terminou como líder e com a respetiva camisola amarela, com um total de 13h36m35 ao fim das quatro etapas.
Como é que começou a paixão por esta modalidade?
Começou quando tinha cerca de 14 anos, quando entrei no ciclismo. Antes até jogava futebol, mas já tinha o “bichinho” pelo ciclismo.
Há dois anos foste campeão nacional, o que mudou desde então?
Sim, os sonhos que eu tinha em júnior, continuam sempre os mesmos, a verdade é que sonho alto e até alcançar esses objetivos ainda faltam dar muitos passos. Depois de ser campeão júnior estive numa equipa em Espanha, durante dois anos, acho que foi muito benéfico para mim. Aprendi muito, mesmo a nível pessoal, não só enquanto ciclista, mas também enquanto pessoa. Adaptar-me a várias condições, acho que foi muito benéfico. Agora estou numa equipa profissional portuguesa que é o Kelly Oliveirense.
Como é que foi essa transição de Espanha para o Kelly Oliveirense?
Corri em Espanha, mas também fiz corridas cá em Portugal, campeonatos nacionais e corridas mais secundárias e sempre obtive bons resultados. Mesmo correndo em Espanha, as equipas portuguesas viram o meu valor, como foi o caso do Kelly.
Sentes que aqui em Gondomar estão a valorizar o teu percurso?
Acredito que sim.
Sentes esse reconhecimento?
Já senti, mas acho que com o tempo vou sentir mais.
Qual é o teu próximo objetivo?
O meu próximo objetivo como estou no campo profissional passa por trabalhar pela equipa e ter os melhores resultados possíveis, e depois tenho objetivos a nível pessoal.
Relativamente a esta prova que venceste, como é que foi feita a preparação?
Nós preparamo-nos o ano todo, claro que 1 mês ou dois antes da prova, começa a ser mais afincada a preparação, tanto a nível de treino como a nível de alimentação, mas também, diria que na hora da corrida o mais importante é fazer tudo correto é o mais importante.
Falaste aqui da alimentação e da preparação antes da prova até que ponto isso é importante, pode influenciar o teu resultado?
Quando falo de alimentação e de preparação, falo das corridas que fazemos antes da própria prova para o corpo se habituar ao esforço e à alimentação que é, o corpo tem de se habituar não só fora como na bicicleta. Durante a corrida temos de ter uma alimentação adequada e a hidratação também é muito importante. Mas isto tudo requer uma preparação, para que o corpo não estranhe antes da corrida.
Achavas que ias ganhar a prova?
Desde início do ano já tinha esta corrida marcada no calendário, é a corrida mais importante que os sub-23 têm aqui em Portugal. Vinha à partida para esta corrida com a vitória na cabeça. Na primeira etapa proporcionou-se logo uma corrida benéfica para mim, que ganhei uma vantagem sobre os principais adversários, e depois foi saber gerir. Foi uma corrida muito tática, foi ganhar na inteligência.
Qual foi a sensação de saber que ganhaste a prova e teres a camisola amarela?
A sensação foi muito boa. No sábado chegar até lá foi um dia épico, com queda de granizo durante a etapa, foi um dia mesmo à ciclismo e foi uma chegada à camisola amarela épica. Parti para o último dia para muitas possibilidades de a perder eram 9 segundos para o segundo e 10 para o terceiro e eram da mesma equipa, e depois na última etapa, principalmente a primeira parte da prova foi difícil e tive que me defender mais porque nos atacaram por todo o lado, mas felizmente consegui.
Quais são os teus objetivos futuros?
Eu não gosto de pensar muito além, mas a longo prazo gostava de ser campeão do mundo, preferia isso a ganhar qualquer outra corrida, a curto prazo quero evoluir, tentar ser o melhor e ajudar a equipa.