
Hernâni Torres é desde o início de setembro o guarda-noturno de Rio Tinto, o primeiro na história da freguesia, após abertura de um concurso público para esta área geográfica.
Foi escolhido para ser o primeiro guarda-noturno da cidade de Rio Tinto. O que o levou a candidatar-se a este cargo? Confesso que não tinha experiência nesta área, mas há uns anos tive conhecimento de um primeiro concurso para guarda-noturno. Na altura tentei participar mas não consegui e desta vez fui alertado por um amigo meu da PSP de Rio Tinto, que me indicou que a Junta de Freguesia iria abrir uma vaga para guarda-noturno de Rio Tinto. Foi aí que decidi candidatar-me.
Como encarou a sua escolha para o cargo? Soube do resultado em agosto e entrei ao serviço no dia 4 de setembro. Uns dias antes o presidente Nuno Fonseca ligou-me e veio apresentar-me ao intendente da esquadra de Rio Tinto.
Todos os dias tenho que me apresentar na esquadra antes de começar o serviço que dura, por norma, da meia-noite até às 6h. Excecionalmente, pode existir outro horário, sempre de seis horas, desde que a esquadra seja previamente avisada.
Que trajeto faz habitualmente? Começo na Praça da Estação até à Junta de Rio Tinto, passando pela Igreja, Estrada Nacional 15, Cidade Jovem e os dois campos do SC Rio Tinto.
Este é um trabalho muito isolado, realizado durante a noite. É difícil passar o tempo na estrada? Há pessoas que ainda não sabem que existe um guarda-noturno, nem conhecem a nossa função e por vezes desconfiam do nosso trabalho. Por isso, procuro sempre explicar o meu objetivo, a minha missão.
A sua rota pode ser alterada? A vigia é feita por zonas. Posso vigiar casas particulares, lojas ou empresas, desde que exista essa vontade por parte do cliente. Há clientes com alarme e que mesmo assim aderem ao nosso serviço. Os clientes que aderem têm direito ao dístico que fornecemos.
Além disso, tenho que andar sempre devidamente fardado e com o carro identificado.
Importa dizer que a Junta de Freguesia e a Câmara de Gondomar não me pagam nada, eu é que sou responsável por angariar clientes. Contudo, não é obrigatório pagar pela minha passagem em certas zonas, apesar de ser um contributo importante porque a patrulha também tem os seus custos. Cada um dá o que pode dar.
Acredita que um guarda-noturno fazia falta a Rio Tinto? Sem dúvida. Estamos a acompanhar a média nacional, que tem notado um crescimento dos guardas-noturnos em Portugal. Hoje há colegas que fazem o serviço de carro, outros que fazem a pé e outros que andam acompanhados por cães treinados.