O grupo Retrogaming Portugal foi fundado por três gondomarenses por iniciativa de Francisco Pérola. O Grupo é composto por António Rocha, Pedro Barbosa e Francisco Pérola, inclusive.
Como surgiu a paixão pelos videogames?
Francisco Pérola: A paixão dos videojogos já vem desde há muitos anos quando ainda era jovem, desde que começaram a sair em Portugal. O primeiro jogo foi o Pong seguido dos Asteroids, nas máquinas “Arcade”, estava localizado numa loja perto da praça da batalha, em meados de 1972. Nasci no meio dos jogos das máquinas onde gastávamos muito dinheiro na altura. Aqui em Gondomar, no Café Panda, o sucesso na altura era o R-Type. Depois surge a Atari que foi a minha primeira consola, mas a que gostei mais foi a Sega CD. O jogo que mais me marcou foi o Dune.
Como surgiu a ideia do grupo?
FP: A Página de retrogaming fui eu que criei, mas depois foi criado um grupo em Novembro de 2016. Fico muito orgulhoso com o crescimento do grupo, sendo o maior do género em Portugal e um dos maiores a nível europeu. Além do grupo, lancei dois livros sobre a temática do retrogaming. No inicio o propósito do livro era organizar o meu conhecimento porque acredito que a melhor forma de o fazer é escrevendo. Mas neste momento os livros estão disponíveis online, em formato digital, de forma gratuita. O primeiro livro tem cerca de 300 páginas e conta com várias ilustrações e o segundo tem cerca de 70. O objetivo principal destes livros é passar o meu gosto pelos jogos e contar um pouco da sua história.
Qual é o objetivo do grupo?
António Rocha: É divulgar. E também juntar pessoas numa comunidade e partilhar coisas, conhecimentos, experiências e até equipamentos. E para os novos verem como começou esta febre do retrogaming que voltou outra vez em força, assim como o vinil que voltou outra vez.
O que é o retrogaming?
AR: São videojogos e consolas antigas, logo não são estes os jogos da nova geração, de playstation 4 ou 3. Os retrogaming são videojogos que têm uma duração superior 15 /20 anos. É basicamente desde a fundação do primeiro videojogo que foi me 1972 até mais ou menos 2000 e 2002.
Como é que os mais novos podem ter acesso aos jogos que vocês tinham?
AR: Não vão ter da mesma forma nem os conhecem, na verdade, porque os videojogos estão em coleções privadas ou em museus juntamente com as máquinas. O bom que têm estes computadores novos é que têm moladores que permitem jogar estes jogos antigos, o que é uma forma de terem uma ideia apesar de os jogos não serem exatamente iguais. De notar que a dificuldade dos jogos não é a mesma que era antigamente. Para terem uma ideia os jogos começaram com cores muito limitadas, como o pong que só tinha duas tabelinhas e a bola andava a saltar de um lado para o outro.
Qual foi o jogo mais caro que comprou?
AR: O jogo da guerra das estrelas que me custou 12 mil escudos, cerca de 60€. Mas já era um jogo a cores , que tinha captura de vídeo de full motion. Era um jogo mais avançado já para computadores com dois CD’s, mas havia jogos como o secret files que tinha 7 CD’s.
Mas neste momento, tendo em conta que a febre voltou, os jogos voltaram a ter preços absurdos tanto na compra direta como em sites de revenda, como o olx.
Quais é os propósitos a longo prazo?
AR: Queríamos organizar uma convenção de retrogaming aqui em Gondomar. Já temos um grupo de pessoas que se voluntariaram para nos ajudar. Era um género de comic con, mas mais pequena de jogos de retrogaming. Mas precisavamos de arranjar ecrãs, computadores e máquinas das antigas, que achamos que vai ser o mais dificil.
Não nos podemos esquecer que estes jogos também fizeram parte da história.