Maria Caldas, gondomarense, pratica karaté desde os cinco anos e venceu pelo segundo ano consecutivo a Taça do Centro Português de karaté, na categoria de katas (demonstração/combate imaginário) infantis. Estivemos à conversa com a jovem, o pai, Marco Caldas, a mãe, Isabel Dias, e a treinadora, Natália Tavares.
Como começou o percurso no Karaté?
Maria Caldas: Comecei com cinco anos, quando andava no infantário. Quando era pequena experimentei o ballet e a natação, mas não gostei de nenhum desses dois. Decidi optar pelo karaté.
O que é que o karaté lhe traz?
Maria Caldas: Gosto do karaté, porque fico concentrada e é algo útil para o meu dia a dia. O karaté dá-me autoconfiança e autocontrolo emocional.
Marco Caldas: A Maria é uma menina muito mexida e precisa de estar sempre em atividade e fomos percebendo nas atividades que foi experimentando que é no karaté onde se sente melhor. Ela é mais focada e concentrada na escola e no dia a dia.
Isabel Dias: A Maria antes de chegar ao Shotokan de Rio Tinto, com a Sensei Natália Tavares, estava noutro clube de karaté e começou a não sentir-se tão identificada. Achamos por bem experimentar noutro clube e contactamos a Sensei para vir cá experimentar. Na altura percebemos que a Natália era muito exigente, dava muito de si, mas exigia foco e compromisso. A Maria quando chegou ao final do treino disse logo que “é aqui que quero ficar”.
O karaté é uma peça fundamental no dia a dia?
Marco Caldas: Sim, penso que sim. Porque como é uma menina muito mexida tinha mais pretensão a ser distraída, com o karaté percebemos que ela é uma menina muito concentrada. É representante da turma e também se vê isso nos resultados escolares. O desempenho dela mudou tanto na escola como no desporto.
Como é que concilia a escola com o karaté?
Isabel Dias: É preciso muita organização, porque além do karaté a Maria faz música e teatro, é preciso gerir muito bem o tempo. Até acho que o karaté lhe trouxe isso, porque não quer faltar a um treino e assim gere o tempo para o estudo, para os treinos e, também, para brincar. Penso que a ajudou muito no sentido que consegue fazer tudo com calma e ter bons resultados.
Quando se aperceberam que a Maria estava preparada para ir às competições?
Natália Tavares: No primeiro dia, como já dou aulas há muitos anos consigo detetar os alunos que têm potencial para a competição, e percebi que a Maria, apesar de me ter caído de paraquedas, tinha muito potencial.
Como viu que tinha esse potencial?
Natália Tavares: Vi o gosto nela e os olhares empáticos que nós trocamos nesse dia.
Como foi a primeira competição?
Natália Tavares: Na primeira competição que fez, não tinha muita experiência e conquistou logo um segundo lugar. O meu objetivo é que a Maria entre na seleção, e aí ela terá de ter outras exigências.
Nunca pensou em desistir?
Maria Caldas: Não, eu gosto mesmo disto.
Quais são os objetivos futuros?
Maria Caldas: Quero ser uma grande atleta de Karaté e ir para a seleção.
A curto prazo gostava de obter um bom resultado nos regionais, pelo menos ficar nos oito melhores, para conseguir avançar e ir para os nacionais.
Gostava de ter um centro de karaté e artes. Para poder ter tudo aquilo que nós quisermos fazer.
A procura pelo karaté é predominante em que género?
Natália Tavares: A minha turma é mista. Agora acho que a procura é mais pelas mulheres por causa da autoestima e da autoconfiança.
Marco Caldas: Acho que agora é uma procura pelos pais de meninas no sentido de terem uma forma de proteção, face ao panorama atual.
A quem gostaria de agradecer?
Maria Caldas: Aos meus pais e à minha Sensei.
Marco Caldas: A ti (Maria), também, e ao teu esforço.