Descrito por quem o conheceu em vida como um homem ímpar, nobre, que levou o nome do nosso concelho além fronteiras com a Marcenaria. Um homem que desde sempre esteve ligado a esta arte que, para quem não o sabe, é um dos símbolos da história de Gondomar. Apelidado carinhosamente, como Engenheiro Mário Giesta, recebe agora uma exposição em sua honra na Biblioteca Municipal de Gondomar Camilo de Oliveira.
O espólio desta exposição resulta de uma doação realizada por parte do Eng. Mário Giesta, em 2018, ao Arquivo Municipal de Gondomar. Foram 4100 desenhos e plantas que Gondomar recebeu, provenientes da extinta fábrica de Móveis Giesta de Valbom, Lda.
Uma riqueza histórica para Gondomar que agora está na posse do Arquivo Municipal e que pode ser consultado através desta exposição que ficará patente até ao dia 31 de dezembro. Quanto à inauguração que decorreu no dia 2 de outubro, a técnica do Arquivo, Inês Lino, referiu que foi um sucesso. Foram muitos os interessados que não perderam a oportunidade de homenagear e de contemplar o trabalho que em tempos fora desenvolvido no nosso Município. Segundo a responsável, foram cerca de 70 pessoas e a procura não diminui. Para além da curiosidade do público, Inês revela-nos que houve investigadores da área que não resistiram em explorar as obras deixadas em vida pelo Eng. Giesta, inclusivamente, “Nós temos uma estudante de doutoramento que está a realizar uma tese sobre a Marcenaria em Gondomar, até nos ajudou na exposição que nos disse que este espólio é um objeto de estudo fabuloso”.
Inês explica-nos que, historicamente, para além da Ourivesaria, a marcenaria teve um papel importantíssimo para o desenvolvimento económico de Gondomar no século passado, e reforça que o Eng. Mário Giesta ficará eternizado como uma das personalidades mais relevantes da marcenaria gondomarense.
"A Marcenaria em Gondomar era muito forte, produzia para todo o país, tínhamos muitos marceneiros. O pai do Engenheiro é que deu o início a este trabalho da marcenaria, com a criação de uma oficina e depois mais tarde, é que os três irmãos, os três filhos do Joaquim Giesta, é que fundaram a Fábrica de Móveis e ai já tinham centenas de trabalhadores”, refere Inês Lino. Dos itens doados, evidenciam-se os desenhos de pormenor e à escala, as plantas com anotações (medidas, nome das madeiras, entre outros detalhes) e os desenhos de amostra realizados para futuros compradores. A exposição encontra-se dividida por técnicas que são: a Marchetaria a Ensamblagem, a Talha e a Palhinha. Quando a exposição terminar, os desenhos voltam para o depósito do Arquivo e ficaram disponíveis para consulta.
Para Luís Filipe Araújo, Vereador responsável pela Cultura, a opinião é a mesma “Este espólio possui uma grande importância para Gondomar, na mesma medida de importância de todas as artes ligadas na marcenaria. Graças a esta arte, o nome do Município esteve sempre bem considerado além fronteiras”, sobre os documentos referiu ainda o seguinte: “É muito importante a preservação, porque é um saber que ia acabar por perder-se, assim já estão conservados”.
A entrada é gratuita, não neces- sita de marcação prévia e não há limite de pessoas. Caso pretenda uma visita guiada, pode o solicitar através do email: cultura@cm-gon- domar.pt ■