Em abril assinala-se o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância. Em Portugal, a campanha, simbolizada pelo Laço Azul, é amplamente divulgada por todo o território, quer pela Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, quer pelas CPCJ, que realizam numerosas ações de prevenção contra os maus-tratos.
Foi com esse sentido que a CPCJ, em parceria com a Câmara Municipal de Gondomar e o CINDOR, assinalaram este mês de proteção com a construção de um laço colaborativo, na praça do cidadão.
Seguindo a premissa, “Serei o que me deres... que seja amor”, várias entidades locais e regionais participaram na cerimónia, contribuindo para a construção de um Laço Azul Colaborativo (cor que simboliza o Movimento Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância). Todos os presentes manifestaram grande alegria na construção do laço colaborativo.
No seu discurso, Liliana Martins, responsável da CPCJ, frisou que é por “Amor à Causa de Proteger as Crianças” que toda a comunidade se uniu naquela tarde. Liliana agradeceu o apoio e a sensibilidade do município por esta causa e sublinhou que este é “Um Município que protege as suas crianças, implementa os seus direitos e semeia a esperança para um futuro melhor. Neste momento difícil que o mundo atravessa, nada melhor do que lembrar que as crianças são a nossa esperança. Sabemos e sentimos que em conjunto protegemos mais e melhor. Proteger compete a todos”, acrescentou Liliana.
Marco Martins, aproveitou o momento do seu discurso para enaltecer todo o trabalho que tem sido desenvolvido pela causa da proteção de menores e elogiou o esforço da Comissão que tem vindo a realizar “Um excelente trabalho”.
Pela primeira vez, a CPCJ associou-se à CINDOR e juntos criaram o Laço Colaborativo. Sobre a parceria realizada, a responsável da CPCJ, explica o seguinte: “Para nós, a criança é a jóia mais valiosa e preciosa da coroa, as crianças são o nosso Ouro e o cuidar delas é Arte. Assim, tivemos a honra de associar esta campanha, à Ourivesaria, através do CINDOR, que há 40 anos passa esta herança -que representa a arte identitária do Território Gondomarense- a arte de trabalhar cuidadosamente e de forma muito delicada, através da filigrana, o nosso ouro. Unida compõe a mais linda obra de arte. O nosso sonho é ter nas mãos os instrumentos e saber que todas elas, as crianças, estão protegidas nesta rede, que se une, que coopera e que minuciosamente trabalha para a garantia dos direitos das crianças”.
Simbologia do “Laço azul”
Em 1989, uma mulher norte americana (Bonnie Finney) amarrou uma fita azul na antena do carro, em homenagem ao seu neto, vítima mortal de maus-tratos. Com esse gesto quis “fazer com que as pessoas se questionassem”. A repercussão desta iniciativa foi de tal ordem que abril passou a ser o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância. A história que Bonnie Finney contou aos elementos da sua comunidade foi trágica: o seu neto já tinha morrido de forma brutal por ter sido espancado pela mãe e pelo namorado. A cor azul serve para não esquecer os corpos cheios de nódoas. O azul, que simboliza a cor das lesões, servir-lhe-ia por isso como uma imagem constante na sua luta na proteção das crianças contra os maus-tratos. Esta campanha, que começou como uma homenagem desta avó aos netos, expandiu-se e, atualmente, muitos países usam as fitas azuis, durante o mês de abril, em memória daqueles que morreram ou são vítimas de abuso infantil. O Slogan da Comissão Nacional é o “Serei o que me deres...que seja amor”.