Desporto Fânzeres e S. Pedro da Cova

Gonçalo Gonçalves é bicampeão do mundo em Kickboxing

Gonçalo Gonçalves, fanzerense, é bicampeão mundial de kickboxing, venceu na categoria de menos 75 kg e na de menos 86 kg. Estivemos à conversa com este jovem promissor e com o seu treinador e treinador da seleção nacional, presente no mundial, Pedro Castro.

Conte-nos um pouco do seu percurso.

Tinha muitos colegas da minha escola que andavam no boxe e apresentaram-me ao Ginásio Boa Forma e gostei da experiência. Logo no início vi que era isto que queria. Ao início só queria fazer boxe e com o tempo começaram a insistir para o kickboxing. Achei uma modalidade desafiadora e que me realizava. 

Como é que foi a experiência no campeonato do mundo, em Alicante, Espanha?

O facto de estarmos com o nosso treinador, já faz logo a diferença. O grupo da seleção nacional, o sítio e a organização foram muito bons e profissionais. Tivemos muitos atletas em competição.  
A primeira luta que fiz foi contra um espanhol, numa final direta nos menos 75 kg, acho que foi razoavelmente fácil, apesar de algumas dificuldades no primeiro round, porque a modalidade que fiz não foi a mesma que faço em Portugal. Mas no segundo round quando falei com o treinador as coisas mudaram. Ele "acordou-me" e entrei com outra tática dita pelo meu mestre. Consegui impor-me sobre o meu adversário e ele acabou por pedir desistência técnica, apesar de ser campeão europeu e espanhol. E, desta forma, fui campeão mundial na categoria dos menos 75kg.

Na prova dos menos 86kg, que foi a segunda luta, foi contra um romeno fortíssimo e muito mais pesado que eu. Invencível no país dele, que leva muito mais a sério as artes marciais. Era muito bom lutador, foi um combate mais duro, a pancada era diferente que o anterior, mas consegui vencer na mesma, com desistência técnica por parte do adversário. 

Na final lutei com um português, dos Açores, também muito forte e muito promissor e venci mais um título por decisão unânime dos pontos da luta. 

Qual foi a sensação de vencer este campeonato mundial por duas vezes? 

Foi uma felicidade enorme, treinei para isso. A partir de agora é sempre dar o máximo. Houve também um espírito de grupo muito forte da nossa seleção nacional. Até recebemos o apoio de outros países. 

Sente-se reconhecido tanto a nível nacional como municipal?

Há mais reconhecimento das federações dos outros países, do que o nosso país.  Custa-nos não termos aquele apoio que precisamos para nos ajudar. 

Levamos com muito orgulho a bandeira do nosso país, do nosso concelho e da nossa União de Freguesias. 
 

Pedro Castro, enquanto treinador, acompanhou tanto o seu atleta Gonçalo Gonçalves, como também a seleção que seguia para o mundial. 

Como é que vê o trajeto do seu atleta?

O Gonçalo apareceu cá nos inícios, era muito tímido, e vi logo que tinha potencial. Era muito focado no que queria. Veio sempre com a intenção de lutar boxe, mas achei por bem lhe mostrar a área, onde eu também já tinha ganho bastantes títulos, o kickboxing. Sempre teve um foco muito direto e fez com que conseguisse ganhar muitos títulos. Todas as competições que lhe apareciam do boxe e kickboxing este ano, ele conseguiu titular todos. O Gonçalo há dois anos foi vice-campeão do mundo e apesar de estarmos no topo desta modalidade, o ano passado o Gonçalo não foi ao mundial porque não havia apoios financeiros para irmos. Apesar disto, disse ao Gonçalo: “para o ano vamos ao Mundial, mas é para sermos campeões”. Aceitou, sempre com o receio de não conseguir ser campeão, e acabamos por ser bicampeões.

É campeão mundial duplamente, em duas categorias, isso mostra todo o trabalho que tem sido desenvolvido com o atleta? 

Duas vezes campeão em duas categorias, duas medalhas de ouro. Menos 75 kg e em menos 86 e venceu nas duas. Foi campeão nas duas vertentes.  O Gonçalo este ano fez um percurso fantástico. Está à vontade no querer e vai muito longe. É um rapaz muito focado o que é muito importante. Junta-se o útil ao agradável, a humildade com o foco. Temos treinado no pavilhão na Biquinha de Matosinhos o que tem sido fundamental para conhecer outras equipas e evoluir. Temos uma parceria com o Arena de Matosinhos. Treina quase todos os dias e dá sempre o melhor em todos os treinos.
 

Foi, também, treinador nacional, sente que todos os atletas estavam à altura?

Enquanto treinador acabei por treinar outros, porque a ir fico como treinador da seleção nacional. De realçar que Portugal trouxe 16 medalhas de ouro, 16 de prata e 6 de bronze. Fizemos um Mundial incrível e fomos muito elogiados por outros países. 
 

Os apoios nesta arte marcial têm sido suficientes para alavancar as deslocações para as provas?

Os apoios são escassos, estamos num patamar muito alto onde levamos atletas aos campeonatos nacionais e internacionais...e isto acarreta muitos custos. Mas temos alguns como o do BOCA, a Câmara de Gondomar deu-nos um apoio, mas insuficiente. O ano passado não tivemos grande saídas nem fomos a grandes competições porque não tínhamos capacidade financeira. Gostávamos que as entidades competentes tivessem noção do grau em que nos encontramos e ver até que ponto nos podem ajudar mais.  A União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova vai-nos dar um apoio extra tendo em conta o valor que gastamos com o mundial. 

Para o ano pretendem ir ao mundial? 

O Mundial é na China ou na Colômbia, em Novembro, e além deste ainda temos os campeonatos nacionais e europeus. Precisávamos mais apoios até porque o objetivo é manter os títulos. O campeonato europeu deste ano ocorreu na Áustria não conseguimos ir porque não tínhamos verbas. 
 

Como é que foi o seu percurso até chegar a treinador?

Já ando nas artes marciais há 32 anos. Tenho o ginásio há 26 anos. No qual eu tenho formações de boxe, Kick boxing e Muay Thai. Há uma frase fundamental que digo muitas vezes: “o boxe e o kickboxing é de todos, mas não é para todos”. Porque maior parte das pessoas pensa que isto é só pôr as luvas e dar uns socos, mas não, é preciso foco, disciplina, rigor e objetivos isto tem os seus patamares. 

Para mim são todos iguais, mas óbvio que dou foco aos que têm mais potencial, tenho 38 atletas e eles apoiam-se uns aos outros. 

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