
Tendo iniciado funções de vereador em 2004 e logo suspendido devido a questões de índole judicial retomou, em 2005, o cargo de vereador com pelouro na área do Ambiente até 2009. No atual mandato, Joaquim Castro Neves é vereador da Câmara Municipal de Gondomar e assume os pelouros do Ambiente, Turismo Económico e Defesa do Consumidor.
Acha possível não associar a área do ambiente ao vereador Castro Neves? Envolvi-me muito e é conhecido o empenho que tenho na área do ambiente. Hoje falando bem ou mal do ambiente, a culpa é do vereador Castro Neves. Contudo, gostaria que ficasse claro que quando tinha meios, fazia o trabalho bem feito. Por vezes, chegava a ter 14 a 15 camiões avariados, mas o lixo era recolhido na mesma. Notei que as pessoas criavam pressão sobre mim, mesmo sabendo que a recolha não dependia de mim.
Neste momento existe uma crítica sobre a nova empresa que recolhe o lixo e que esta tem vindo a piorar. Concorda com a crítica? Tenho acompanhado e tenho visto algumas falhas, mas penso que não se deve ao equipamento da empresa. O trabalho não é difícil de fazer e muitos funcionários que eram da câmara passaram para essa empresa e já sabiam fazer o trabalho. Inicialmente dizem que a recolha era melhor – eu tenho ideia contrária – mas não vemos grande lixo nas ruas. Foi uma decisão da Câmara fazer a privatização. Era um investimento avultado para a autarquia, adquirir camiões novos e passar a fazer a recolha.
Ainda que saia mais caro? Não sei se sai mais caro porque não tenho esses dados. Mas acho que têm conseguido dar outra dinâmica à limpeza do concelho. Têm mais varredoras e lava-contentores e conseguem dar outro acompanhamento.
A vinda da Lipor para Baguim também teve a ver com a sua vereação? A Lipor é anterior a mim. Comigo à frente deste pelouro criámos a recolha de resíduos nos cemitérios, que também foi inovadora. Fomos pioneiros nessa área. Criámos também uma recolha dos resíduos elétricos e eletrónicos. Quando apareceram os plasmas, as pessoas começaram a deitar fora as televisões antigas e não era dado o encaminhamento correto desse tipo de resíduos. A recolha dos óleos alimentares usados foi feita através de uma empresa que criámos e que colocou na rua cerca de 160 contentores, para criar condições para que as pessoas não tivessem que despejar os óleos alimentares usados nas bancas das cozinhas, o que é absolutamente poluidor.
No que diz respeito à poluição, considera que o seu trabalho foi positivo no combate à poluição dos rios? A despoluição de um rio ou ribeiro não é mais do que a ligação das águas residuais domésticas e industriais ao saneamento. E na zona hidrográfica de Rio Tinto, está praticamente concluído todo o saneamento. Há coletores para as pessoas ligarem as águas residuais ao saneamento. Existem sempre prevaricadores, mas aumentámos a fiscalização da zona, juntamente com as Águas de Gondomar. Tentei fazer tudo o que pude para que o Rio Tinto fosse despoluído e continuarei a fazer.
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E relativamente à ETAR de Rio Tinto? Toda a gente sabe que a minha ideia não era fazer aquele tipo de obra. Sempre disse que se fosse possível, deviam ligar o coletor daquela zona do Meiral ao Freixo e encaminhar as águas residuais para a ETAR do Freixo. Disseram-me que tecnicamente não era possível, mas o alerta da minha parte, foi feito. Mas se as Águas de Gondomar investiram 5 milhões na ETAR, penso que vai melhorar o funcionamento.
No que diz respeito à ligação do ambiente com o turismo, o que foi feito nos últimos 4 anos? A limpeza de praias, monitorização da água, construção de equipamento nos areais atraem pessoas a Gondomar, essa é uma ligação que fica entre o ambiente e o turismo. Na área ambiental fizemos uma repovoação de larvas de Lampreia na zona de Foz de Sousa para que essas espécies não desapareçam do Douro e ao criar o parque de Merendas em Zebreiros, com 30 mesas e 12 churrasqueiras procurámos uma forma de convidar as pessoas que não são de Gondomar, a vir até cá.
Ao nível do turismo acha que ficou tudo feito? Tentámos sempre divulgar tudo aquilo que tínhamos de melhor. Tentámos a construção de um hotel mas não depende da Câmara de Gondomar. Temos hotéis licenciados, mas são os empresários que têm que construir.
Há alguma medida que destaque pela positiva? Aumentámos as áreas verdes, com 38 hectares de áreas jardinadas.