
Quatro amigos gondomarenses juntaram-se e começaram a tocar juntos por brincadeira até ao dia em que decidiram tornar a ideia num “projeto sério”. A fusão de estilos musicais e um baixo partido deram origem aos “Baixo Soldado”, grupo formado por Luís Leitão, vocalista e guitarrista, António Correia, teclista e harmonicista, Tiago Fonseca, baixista, e Luís Dinis, baterista.
Como é que surgiu a ideia de fundar uma banda? Já se conheciam? Luís Dinis (LD) – Nós éramos todos amigos e surgiu a ideia de começarmos a dar uns toques juntos. Só depois é que decidimos tornar a ideia num projeto sério.
Quando é que formaram a banda? Tiago Fonseca (TF) – Em janeiro deste ano, é um projeto recente.
Porquê o nome “Baixo Soldado”? Luís Leitão (LL) – Nós tocávamos com um baixo que estava a funcionar e que entretanto deixou de funcionar porque alguém o estragou [risos]. LD – O baixo era meu mas eu emprestei-o e alguém estragou... TF – Eu estava a tocar e no dia seguinte o baixo já estava estragado. LL – Não ficou estragado, só queria descansar [risos]. Foi aí que o Luís trouxe a solda, abriu o baixo, soldou os cabos e o instrumento voltou a funcionar. Foi assim que surgiu a ideia de dar o nome “Baixo Soldado”. Ao contrário do que se pensa não tem a ver com a tropa.
Foi unânime a decisão? LD - Acabou por ser. Andávamos a pensar noutras alternativas mas acabou por ficar este nome.
É a primeira banda que vocês tocam ou já alguém tinha estado num grupo? LL – Eu já tinha estado em dois projetos. LD – Eu estive nuns grupos, mas nunca levei demasiado a sério. Este é o primeiro.
Desde janeiro como tem sido o percurso da banda? TF – Primeiro começamos com um concerto muito simples na Escola Artística Soares dos Reis, mas já fomos à Póvoa de Varzim e atuamos no Festival de Música Moderna de Gondomar. LD – Ficamos desde início como banda suplente porque surgiram uns atrasos nas inscrições e após a desistência de uma banda, acabamos por subir ao palco sem sequer aparecer o nosso nome no cartaz.
Foi uma surpresa agradável? LD - Foi porque não estávamos à espera de ter a oportunidade de tocar na nossa terra. TF – Eu lembro-me de vir aqui ver imensos concertos. LL – Todos os anos vínhamos aqui todos juntos ver o Festival de Música Moderna e nunca tínhamos pensado em tocar aqui.
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Acham que o Festival é uma boa oportunidade para as bandas de garagem? LL – Sim, porque é um Festival conhecido e já não admite bandas com álbuns gravados, apesar de aparecerem sempre bandas mais experientes. TF – O nosso objetivo não era vencer o Festival, era mostrar o nosso trabalho. E tem corrido bem porque as pessoas dão-nos um feedback positivo. Claro que notamos que ainda temos algumas falhas na nossa maneira de tocar.
Qual é o vosso estilo de música? LD – É difícil definir o nosso estilo. Temos várias influências e o nosso objetivo foi fundir vários estilos musicais. TF – Eu não gosto de dizer que temos um estilo definido. António Correia (AC) – Basicamente queremos ser diferentes. LL – Somos um estilo eclético [risos].
Cruzam vários estilos musicais? TF – Sim, como nos conhecemos há muito tempo e o que ouvimos, partilhamos. Normalmente encontramos sempre alguns pontos de fusão uns com os outros. LD – Quando começamos a tocar nem sequer tocávamos músicas em concreto, era apenas improviso e achamos interessante porque percebemos que nos entendíamos sem comunicar.
Vocês são autodidatas ou têm formação musical? LD – Somos praticamente todos autodidatas. AC – Eu toquei órgão quando era mais novo e tenho essa base.
Ensaiam em Gondomar? LD – Sim, temos um estúdio aqui em Gondomar.
Têm sido bem acolhidos por quem vos ouve? LL – Sim, somos sempre bem recebidos nos sítios onde vamos tocar. Na Póvoa de Varzim o público acarinhou-nos muito e deu-nos força para continuar. AC – Temos o efeito surpresa. Somos uns putos e quando começamos a tocar as pessoas ficam admiradas.
Vocês foram protagonistas de uma jam session que deu que falar no festival Paredes de Coura. Foi bom para a banda? TF – Estávamos a tocar e ouvia-se pessoal a interagir connosco, o que é normal naquele festival. Depois os jornalistas vieram até ao nosso acampamento e disseram que estavam a gostar da nossa música e nós aproveitamos [risos]. LL – Deu-nos uma boa exposição.
Gostavam de tocar no palco principal de Paredes de Coura? LL – Mais do que nos outros festivais que existem em Portugal, o ideal era Paredes de Coura, porque é um festival diferente.
Quais são os vossos próximos concertos? LD – Vamos participar no Festival Termómetro e em outubro esperamos ter mais concertos.
Continuam a fazer música por carolice ou já levam isto a sério? LD – Ainda não porque ainda não fizemos um concerto Baixo Soldado [risos]. TF – Já vemos isto como algo mais sério mas ainda não ganhamos dinheiro.Para quando o single de estreia? LD – Em breve vamos divulgar o nosso single de estreia “Por Aqueles”, uma música inspirada num poema do Fernando Pessoa.
Para quem quiser seguir o vosso trabalho basta estar atento ao Facebook da banda? LD – Sim, porque a partir de agora o comboio vai começar a andar.
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