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Entrevista a Nuno Lobo

Depois de já ter enfrentado Pinto da Costa em 2020, Nuno Lobo é novamente candidato à presidência do Futebol Clube do Porto com a promessa de uma maior autonomia para o treinador na gestão do futebol e numa maior aposta no ecletismo do clube.

VivaCidade (VC): Esta é a segunda vez que se candidata à presidência do F.C. Porto. Porquê esta candidatura?

Nuno Lobo (NL): Candidato-me porque tudo aquilo que defendi em 2020, não vi nada ser aplicado ao longo deste último mandato. Com esta nova candidatura pretendo que essas ideias tenham outro eco.

Após ter formalizado esta segunda candidatura alertei uma vez mais para a situação das contas do clube e na segunda Assembleia Geral que se realizou Fernando Gomes veio já prometer capitais próprios positivos e a redução do passivo.

Em 2020 falei também da atitude (que ninguém entende), de atribuir prémios chorudos aos administradores da SAD quando a equipa não ganha, é uma situação inadmissível e que agora o presidente Pinto da Costa vem afirmar que vai acabar.

Outra situação que vejo agora refletida e que eu já defendia na primeira candidatura é o ecletismo do clube, com uma aposta maior na modalidades existente e criação de novas como o futsal, por exemplo, que agora surge na campanha de Pinto da Costa.

Muitas das coisas que defendi em 2020 e que me levaram a apresentar nova candidatura agora em 2024, vejo agora serem refletidas no programa eleitoral do presidente Pinto da Costa. Concluo que eu tinha razão e que esta candidatura faz todo o sentido.

VCEncontra na candidatura de Pinto da Costa mais pontos em comum com a sua?

NL: Sim, a questão da academia, por exemplo, já a defendíamos em 2020 e agora é um pilar fundamental da recandidatura do presidente, juntando todo o futebol de formação o profissional.

VC: Falando do tópico academia, André Villas-Boas defende um alargamento do Olival para incluir a academia, Pinto da Costa apresentou um projeto de grandes dimensões na cidade da Maia. Nuno Lobo propõe outra localização ou suporta algum destes projetos?

NL: Não sei o que é um Centro de Alto Rendimento (CAR), para mim aquilo é um ginásio e o Porto já tem muitos ginásios por aí espalhados.

VC: Está a falar do projeto de André Villas-Boas?

NL: Não estou a falar do André, estou a falar de quem defende esse projeto porque ao defendê-lo estamos a assumir que o Porto não tem um CAR. Para uma equipa que participa na melhor prova do mundo, a Champions, se isso é realidade então estou muito preocupado.

Outra situação que me causa algum incómodo é que este projeto esta dependente de investidores caso a candidatura seja vencedora, portanto eu chamo-lhe um projeto de boas vontades.

Por outro lado temos a academia apresentada por Pinto da Costa que, segundo se disse na apresentação, não está dependente da vitória nas eleições e é o sonho de qualquer portistas, ter todos os escalões juntos.

Portanto, de forma resumida, aquilo que eu defendo é uma academia, não um CAR. Se ganhar as eleições é no projeto da academia que irei pegar para dar continuidade.

VC: Já tocou também no tópico das contas do clube. André Villas-Boas já assumiu que não será remunerado se vencer as eleições. Defende o mesmo para si?

NL: Qualquer pessoa que desempenhe um cargo destes deve ser pago pelas suas funções. Ainda recentemente vimos o presidente Varandas pedir um aumento do seu salário!

Se eu vou dedicar a minha vida ao F.C. do Porto e deixar a minha profissional, então tenho que ser remunerado. Contudo, não defendo os salários exorbitantes que os nossos administradores auferem, a minha proposta serão 5 mil euros mensais.

VC: Este processo eleitoral tem estado envolto em algumas polémicas, isto afeta a sua campanha de alguma forma?

NL: Estou mais preocupado com aquilo que afeta e divide o Futebol Clube do Porto. Primeiro conseguiram dividir os sócios e agora estão a conseguir dividir as claques, isto é calamitoso.

VC: Falando agora do futebol, a paixão dos adeptos. Que objetivos desportivos tem para o seu mandato?

NL: Não podemos ignorar que uma importante fatia das verbas anuais provém da participação nas competições europeias, em especial a Liga dos Campeões, por isso aí não haverá grande discussão.

Também temos que olhar para o mercado de transferências com maior cuidado e atenção. Não podemos ter um plantel com mais de 100 jogadores que depois são emprestados a este ou aquele clube, nem deixar sair jogadores como o Sérgio Oliveira por 1 milhão. Recordo-me do Sissoko há uns anos que compramos por umas centenas de milhares de euros e vendemos poucos meses depois por milhões.

Temos ex-jogadores nas melhores equipas do mundo, mas que saíram a custo baixo porque o clube tinha mesmo que vender.

VC: E tem um nome que o vá ajudar nesse trabalho?

NL: O homem que tenho na cabeça chama-se Sérgio Conceição. Ao contrario dos outros candidatos, eu assumo que não me quero imiscuir no trabalho do futebol.

VC: E terá autonomia para isso?

NL: Eu quero dar-lhe essa autonomia.

O Sérgio tem que me dizer quais são as carências para o futebol. Não estou à espera que me peça o Mbapé ou o Haaland, acredito que terá esse bom senso.

Como presidente tenho que me preocupar com a casa, o deve e o haver, ter sustentabilidade do clube e elevar o seu nome. No futebol eu tenho que deixar a gestão para quem escolho para a posição de treinador.

VC: E terá um Diretor Desportivo?

NL: Para já não, isso ficará decidido numa conversa entre mim e o Sérgio Conceição. Se o treinador tiver a necessidade de ter esse homem então veremos, senão o treinador trata diretamente com a administração.

O treinador tem que ter o poder total, é ele que treina a equipa e que conhece aqueles homens.

VC: Já falou com o Sérgio Conceição?

NL: Não, será uma conversa a ter após as eleições, mas uma coisa garanto, não penso em Gasperini’s ou Zubizarreta’s ou outros nomes que são ventilados por aí, eu penso em Sérgio Conceição.

VC: Estamos quase a terminar. Com o entusiasmo que nos fala podemos assumir que a candidatura é para levar até ao fim?

NL: Não percebo essa questão. Fui o primeiro a formalizar a candidatura e desde então tenho sido alvo de diversos ataques pessoais a mim e à minha família. O que custa a esses Miranda’s e à comunicação centralista é que Nuno Lobo formalizou a candidatura.

O futuro a Deus pertence, mas esta candidatura é para ir até ao fim com uma postura de união e construção.

VC: O que é um bom resultado para si?

NL: Que as pessoas reconheçam o trabalho que fiz e como o fiz. As propostas que fiz em 2020 são hoje faladas e até o André fala nelas.

Em 2020 não fui o primeiro subscritor de Pinto da Costa, não subscrevi uma academia fantasista em Matosinhos, nem defendi o passivo astronómico que já na altura o clube tinha, ou os capitais próprios negativos. Eu denunciei tudo isso na altura e continuo a denunciar hoje.

VC: Se perder as eleições, o que fará na 2ª feira seguinte?

NL: Vou continuar a dar aulas e se houver algum jogo, de alguma modalidade, lá estarei para torcer pelo Futebol Clube do Porto. Não vou fazer uma birra por perder.

 

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