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Entrevista a José Fernando Moreira: “Neste Natal até o lixo pode ter um final feliz”

[caption id="attachment_3183" align="alignleft" width="300"]Lixo 1 As metas comunitárias e o Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU) 2020, obrigam os municípios a atingir uma taxa de reciclagem de 50%[/caption]

"Um final feliz" é o que a LIPOR, o Município de Gondomar e os restantes parceiros esperam para os lixos recolhidos este Natal, através de uma campanha conjunta. O Vivacidade quis saber quais as mudanças na recolha de resíduos na época natalícia e qual o destino final dos mesmos na “época alta” da produção de lixos. José Fernando Moreira, vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Gondomar encara o futuro com “otimismo” e traça estratégias para o aumento da taxa de reciclagem no concelho.

Qual o principal objetivo desta campanha para a recolha dos lixos neste Natal? Esta campanha surge no âmbito da estratégia conjunta que o Município de Gondomar e os restantes parceiros da LIPOR definiram sobre a abordagem da temática dos resíduos. Nas nossas casas cerca de 80% dos resíduos que são gerados têm potencial para serem reciclados ou valorizados, mas na realidade só uma pequena parte é que está a ser separada. Importa saber que os resíduos que não são separados são sujeitos a um tratamento de eliminação que sai muito caro aos municípios e, por conseguinte, aos munícipes através da fatura mensal da tarifa de resíduos. Assim, é com o objectivo de sensibilizar a população para a necessidade de olharmos os resíduos como algo que ao ser encaminhado para reciclagem, adquire valor e deixa de ter um custo, que surge a campanha ‘Neste Natal até o lixo pode ter um final feliz – Hoje separamos muito com a sua ajuda poderemos separar ainda mais’.

O cenário que se verificava anteriormente no dia 25 de dezembro, com uma recolha insuficiente ou inexistente dos lixos, pode voltar a repetir-se? Todos estamos conscientes do que era o cenário em determinadas épocas festivas anuais, no que respeita à recolha dos lixos. Este executivo quando chegou à Câmara Municipal, há pouco mais de um ano, encontrou um novo operador a trabalhar na área da recolha dos resíduos e da limpeza urbana, no âmbito da contratualização de uma prestação de serviços. Consideramos que houve um período de transição e de adaptação da empresa prestadora de serviços, em que algumas coisas não correram tão bem, e é por esse motivo que conjuntamente estamos empenhados em melhorar e que naturalmente este Natal já será visível, com um reforço das recolhas.

Quando serão feitas as recolhas no dia e véspera de Natal? A recolha dos resíduos praticamente não irá ser afetada, encontrando-se já concertado com o nosso prestador de serviços [Rede Ambiente] o plano de trabalhos. No dia 24, para os circuitos diurnos a recolha será efetuada da parte da manhã e para os circuitos que habitualmente se realizam à noite será efetuada da parte da tarde. No dia 25 não haverá a recolha, prevendo-se eventualmente existir um circuito que possa atuar em zonas de maior produção de resíduos. No dia 26 a recolha será efetuada normalmente. Em que patamar se encontra Gondomar no que diz respeito à reciclagem? Infelizmente Gondomar encontra-se numa posição não muito favorável no que se refere às taxas de reciclagem, rondando os 12%, o que denota um certo desinvestimento nesta área ambiental nos últimos anos. No entanto, esta situação não nos impede de encarar o futuro como um desafio e com optimismo uma vez que é nossa convicção que, perante os projetos que temos em mente, será possível a médio prazo atingir a média dos municípios da LIPOR.

A recente instalação, por parte da autarquia, de cerca de 100 contentores no concelho vai trazer menos sujidade por esta altura do Natal? É obvio que os cerca de 100 novos ecopontos que foram instalados têm contribuído para melhores condições de higiene e limpeza dos arruamentos e uma melhor imagem do concelho. No entanto, o objetivo principal desta ação foi garantir que todos os cidadãos tenham perto de si um ecoponto e incentivar a reciclagem no sentido de atingir as metas de recolha seletiva. As metas comunitárias e o Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU) 2020, obrigam todos os municípios, a nível nacional, a atingir uma taxa de reciclagem de 50%, relativamente ao total dos resíduos urbanos produzidos, no período de 2015 a 2020. Deste modo, vemo-nos obrigados a estudar quais as melhores soluções a implementar no terreno, se através de equipamentos de deposição colectiva, ou então, tal como se verifica em alguns municípios portugueses e estrangeiros, através do sistema de recolha porta-a-porta.

[caption id="attachment_3184" align="alignleft" width="300"]Lixo 2 Gondomar instalou recentemente 100 novos ecopontos[/caption]

A recolha porta-a-porta (existente, por exemplo, na Maia e em Lisboa) poderá ser uma realidade em Gondomar? A estratégia do Município de Gondomar, entronca naquilo que são as suas obrigações legais e nas metas preconizadas pelo PERSU 2020. Neste sentido estão a ser analisados sistemas de recolha seletiva que, com eficiência, já atingiram metas de reciclagem acima dos 50% (caso da Maia, em Portugal e de municípios de Barcelona e Milão, no estrangeiro). Estes sistemas são do tipo recolha porta-aporta, quer através de contentores de recolha seletiva individuais, de pequena dimensão, quer através de sacos de cores diferenciadas para os diversos tipos de resíduos. É um processo que está a ser trabalhado em conjunto pelos técnicos dos vários municípios, com a coordenação do Conselho de Administração da LIPOR, do qual Gondomar faz parte. A novidade é que numa primeira fase poderá ser implementada a recolha da fração orgânicos - restos de comida e verdes - com a finalidade de reduzir o peso dos indiferenciados no sistema e aumento da taxa de recolha seletiva, e de, no imediato, dar um salto em direção às metas do PERSU 2020. Nesta fase será ainda de considerar a implementação do sistema de recolha seletiva porta a porta (em sacos ou em contentores) em algumas zonas do município de Gondomar, que funcionarão como zonas piloto, com a criação de circuitos para as diferentes frações, em dias e horários definidos, de acordo com o fluxo de resíduos a que pertencem.

Quantas toneladas de reciclagem produz o concelho de Gondomar anualmente? Pertencendo Gondomar à associação de Municípios da LIPOR, os fluxos dos resíduos recicláveis de papel/cartão, embalagens e vidro, e dos valorizáveis orgânicos e verdes são encaminhados para as sua instalações. Existem ainda um conjunto de pequenos recicláveis que também são para ali enviados. No total, por ano, são enviados, em média, 8582 toneladas de resíduos recicláveis e valorizáveis [dados de 2013]. A estas quantidades acrescem ainda cerca de 600 toneladas de madeiras recolhidas pela Jomar.

As madeiras recolhidas resultam também da operação de poda de árvores que tem sido feita pela autarquia recentemente? Os resíduos verdes resultantes das operações de podas em árvores pertença do Município são encaminhadas para o Ecocentro da Cal, que por sua vez faz o seu encaminhamento para a Central de Valorização Orgânica da LIPOR, convertendo-a em composto para incorporação no solo, devolvendo o seu valor à terra. O município possui um vastíssimo património arbóreo quer situado em espaços verdes públicos, como jardins e parques, quer em arruamentos e avenidas constituindo os alinhamentos arbóreos, até às áreas de domínio privado do município, como logradouros de escolas e outros equipamentos municipais, que são monitorizados e acompanhados no seu crescimento. Decorrente dessas monitorizações há necessidade de se proceder a intervenções de poda de formação, de manutenção, fitossanitárias ou de rejuvenescimento. Estamos, por isso, a executar trabalhos de poda de árvores, destacando-se atualmente as podas de formação e de manutenção dos plátanos da rua D. João de França, em Gondomar (S. Cosme).

[caption id="attachment_3185" align="alignleft" width="300"]Lixo 3 Segundo os dados de 2013, são enviados, em média, por ano 8582 toneladas de resíduos recicláveis e valorizáveis[/caption]

O que tem sido feito para resolver o problema das deposições clandestinas de resíduos e combate às lixeiras? Neste ano, pese embora de forma discreta, muito se fez nesta área. Foram identificadas e assinaladas várias lixeiras, algumas com resíduos perigosos, tendo-nos empenhado na sua remoção. De destacar a remoção da lixeira de Midões, zona a incluir numa futura área protegida, com o envolvimento conjunto e inédito dos proprietários de terrenos que confinam com os caminhos públicos. Para ter uma ideia foram recolhidos 10 toneladas de resíduos volumosos, quatro toneladas de pneus, 250 m3 de resíduos de construção e demolição e cerca de 10 m3 de resíduos de construção e demolição com amianto. Mais recentemente, esta semana, em Rio Tinto, na Rua Poeta Ary dos Santos, foi também desmantelada uma grande lixeira. Todos estes locais depois de limpos irão ser vedados e vigiados, tal como já acontece em Midões, com a colaboração do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente.

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