
Foi com 17 anos, enquanto estudava na Escola Alexandre Herculano que viveu o momento político mais marcante, o 25 de abril. Joaquim Espírito Santo, candidato pelo Bloco de Esquerda à união de freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, esteve sempre ligado a uma ideologia de esquerda e nunca considerou o PS “verdadeiramente de socialista”. O militante do Núcleo de Gondomar do Bloco de Esquerda, desde a sua origem, foi eleito há oito anos para a Assembleia de Freguesia de Fânzeres, recusou ir para o executivo PSD/CDS, por incompatibilidade política, e é contra a união de freguesias em Portugal.
O que pensa da união de freguesias? O BE sempre se opôs a esta reforma administrativa territorial autárquica. Fizemos moções que foram apoiadas, exceto pelo PSD, para que a reforma não avançasse porque consideramos que representa uma perda de democracia. A proposta do BE é baseada na participação, democracia e transparência dos processos. A população devia fazer um voto de rejeição à união de freguesias. Depois do que PS e PSD fizeram às autarquias ninguém devia votar neles, deviam ser os grandes derrotados.Fui nascido e criado aqui [Fânzeres], mas Fânzeres e S. Pedro da Cova são identidades completamente distintas, não faz sentido representar 50 mil pessoas.
Qual é a principal aposta da sua candidatura? A transparência dos processos e a participação das pessoas. Consideramos isso essencial e por isso temos apresentado ao longo deste tempo propostas como orçamentos participativos. As freguesias deviam criar gabinetes de levantamento de crise, onde seria possível haver uma noção dos problemas da freguesia.
Que problemas existem nas freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova? Não há nenhum levantamento dos prémios devolutos e era importante fazê-lo, nomeadamente em Fânzeres. A nível ambiental, as margens dos rios de Fânzeres e S. Pedro da Cova poderiam dar boas zonas de parques urbanos.
E a questão das minas é importante? Há um problema no aterro de S. Pedro da Cova que está a ser resolvido. As minhas fecharam mas é preciso perceber, em termos ambientais, como está esse processo.
As freguesias foram bem geridas nos últimos quatro anos? Em comparação com o governo anterior da freguesia [PSD/CDS], temos que reconhecer que houve alguns avanços, mas para nós [BE] foi sempre pouco porque o essencial é por as pessoas a participar. É possível fazer melhor através da participação.
Apesar da união vai manter os recursos das freguesias? Já ouvi várias versões e suponho que vá haver despedimentos. Gostaria que não houvesse união de freguesias mas a lógica vai ser essa.