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Foi numa cerimónia no auditório do edifício da sede da Associação Comercial e Industrial de Gondomar (ACIG), que decorreu a entrega dos cheques aos 17 empresários. 

Graciano Martinho, Presidente da ACIG, foi o primeiro interlocutor da cerimónia tendo desde logo começado por sublinhar que este é o momento que “marca o fim do calvário que foi este programa”. Para o Presidente da Associação o “Comércio Investe” ficou marcado pelos sucessivos atrasos na entrega das verbas devidas aos empresários, desde o seu início em 2015, “apesar das primeiras duas tranches terem sido pagas em tempo útil”.

Já no final da cerimónia, em declarações exclusivas ao nosso jornal, Graciano Martinho afirmou que  “as críticas efetuadas têm razão de ser porque quando estabelecemos o contrato inicial entre as três partes (ACIG, empresários e IAPMEI) estávamos todos de boa fé e era para todos cumprirem. Os empresários cumpriram, a Associação também e lamentavelmente a única entidade que tinha mais obrigações para cumprir era o IAPMEI. Não é nada agradável vermos pessoas a fazerem investimentos com base em financiamentos efetuados na banca, estarem a pagar juros dos quais possivelmente nem são ressarcidos com o montante aqui recebido.

Com a ACIG as coisa têm que ser “pão pão, queijo queijo” e quem lidar connosco já sabe como somos e tem que fazer rigorosamente igual”.

Presente também nesta cerimónia esteve o autarca gondomarense Marco Martins que parabenizou a Associação pelo trabalho desenvolvido, lamentando também ele os atrasos registados neste pagamento, lançando já novas metas para o futuro.

“É pena que venha atrasado. Este é um projeto que começou em 2015 e que a câmara já na altura apoiou. Contudo, este é um momento ainda mais importante para o comércio local, em que os empresários estão a fazer um esforço muito grande para manterem os seus negócios abertos e qualquer ajuda é bem vinda".

Temos que começar a trabalhar no novo Quadro Comunitário, no novo Programa de Apoio à Valorização do Comércio Tradicional que, como se viu nesta pandemia, é cada vez mais essencial. A Covid veio mostrar-nos que somos todos iguais, que não há diferenças etárias, de género ou de etnia e que acima de tudo o comércio tradicional pode ser uma grande solução para a maioria de nós”.

O autarca anunciou ainda que a isenção de diversas taxas pagas ao Município pelos comerciantes e que se encontram suspensas desde o início da pandemia, assim se irão manter durante o ano de 2021. “A Câmara vai deliberar, já temos isso preparado, que durante o ano 2021 todo o comércio tradicional não pagará qualquer taxa de publicidade, esplanada, ocupação de vida pública e tudo aquilo que esteja ligado à sua atividade comercial e à abertura de lojas”.

Durante a cerimónia foram então entregues 17 cheques num total de cerca de 72 mil euros, a que se somam 80 mil já entregues em agosto. Contudo o Presidente da ACIG lembrou que falta ainda uma verba que neste momento está em litígio entre a Associação e o Instituto Estatal.

“A este valor ainda falta um prémio, por causa de um diferendo entre a Associação e o IAPMEI, quanto à finalização da data da candidatura que o responsável pelo IAPMEI da altura disse que receberíamos por email e até agora não temos nada, nem está no Balcão 2020. É um prémio de 10% sobre o valor dos incentivos atribuídos, o que significa cerca de 20 mil euros para distribuir pelos associados. Só vão ter que respeitar o que está estabelecido e nada mais, enquanto isso não acontecer a ACIG vai reivindicar e a reclamar”.

Sérgio Sousa, proprietário do Talho do Povo, em declarações ao nosso jornal mostrou-se satisfeito por ter finalmente o cheque na sua mão, que chega numa altura em que vai fazer um novo investimento para melhoria das instalações da loja. “É sempre dinheiro bem vindo. Nós vamos fechar agora dia 31 para remodelar a nossa loja que reabrirá dia 21 de janeiro, foi um investimento que já tínhamos feito de mais de 70 mil euros há 5 anos e esta verba é uma ajuda ao que gastamos. Vem na altura certa porque podemos encaixar no novo investimento que estamos a fazer”. O empresário afirma ainda que deveria “haver mais apoio ao pequeno comércio que de tanto se fala e que dá vida à cidade”.

José Santos, do Centro Ótico de Gondomar é outro dos empresários que receberam o apoio afirmando que este “é bem vindo”. “Depois de um ano atípico como este continua a fazer sentido receber este tipo de apoios. As ajudas para o comércio nunca são demais”, conclui.

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