Devido à crise pública que Portugal e o Mundo estão a ultrapassar, muitas empresas encontram-se receosas e esperançosas quanto ao futuro da nação. O VivaCidade recolheu alguns depoimentos de empresários de Gondomar que transpareceram a atual situação da vida empresarial no Município.
[caption id="attachment_18441" align="aligncenter" width="300"] >Natalino Sousa[/caption] Restaurante Clube dos CaçadoresAtualmente, segundo as normas implementadas pelo Governo o espaço encontra-se encerrado ao público e funciona apenas com o serviço Take Away. Devido à pandemia, o restaurante sofreu uma quebra na faturação na ordem dos 95%, pelo qual foram obrigados a implementar um regime de “lay-off”. A expetativa do empresário é que num futuro próximo, possam abrir novamente, as portas aos seus clientes, visto que se a situação continuar como está, serão obrigados a realizar uma reestruturação na Organização da empresa. Natalino Sousa refere que está a fazer os possíveis e os impossíveis para evitar o despedimento dos seus funcionários. Para proteção do seu STAFF, o estabelecimento tem seguido à risca as normas da DGS, sendo assim utilizadas luvas e máscaras, a higienização do estabelecimento também foi reforçada, com a utilização de uma solução antissética de base alcoólica em intervalos regulares. Quanto aos alimentos, o empresário referiu que “desde sempre que são desinfetados aquando a sua entrada no armazém”. Natalino constata que “é certo que esta crise não se resolverá de um dia para o outro. Vai levar tempo até chegarmos à solidez que tínhamos antes da pandemia”, mas, por enquanto, o responsável não vê a necessidade de recorrer à banca num curto espaço de tempo. Natalino Sousa esclarece que quanto ao futuro do estabelecimento “não pondero outro cenário senão o da reabertura do restaurante dentro de poucas semanas”. O empresário deixa um apelo aos Gondomarenses em nome de todas as empresas de restauração: “Não se inibam de utilizar os serviços de take way, por forma a garantir a sustentabilidade das empresas de restauração e evitar ainda mais despedimentos”.
[caption id="attachment_18442" align="aligncenter" width="300"] > Paulo Pontes e Rita Moreira, proprietários da Dona Sebentinha[/caption]Dona Sebentinha
A Dona Sebentinha é uma empresa de Gondomar que apresenta várias valências desde: o estudo Individual ou em grupo; o transporte escolar; Atividades de férias letivas; Terapia da fala; Psicologia; e Atividades Extracurriculares realizados em parceria com o Ginásio da Venda Nova e a Academia Pausa. Tendo em conta as recomendações da DGS, o estabelecimento encontrase com as portas encerradas desde o dia 16 de março e aguardam ordens para poder iniciar novamente as suas atividades. O mês de abril teve que ser desempenhado em layoff para os empresários conseguirem suportar com todas as despesas. Segundo os responsáveis, a empresa já está a sentir o impacto, sendo que foram obrigados a entregar uma loja à Imobiliária por não conseguirem arrecadar com tantas despesas. O estabelecimento sentiu a necessidade de reinventar os seus métodos para que o fluxo da receita não congelasse totalmente. Uma das medidas que estão a realizar é o acompanhamento online a todos os alunos que integram o quadro da empresa, o processo deste acompanhamento passa pelo envio de uma ficha aos estudantes, dedicada a uma matéria em concreto, após receberem as respostas os profissionais esclarecem todas as dúvidas via Skype ou Whatsapp. Os responsáveis da Dona Sebentinha acreditam que caso reabram em maio, “que é o que esperamos”, irão realizar as suas atividades por marcações e, apenas, com dois alunos por sala. Para proteção individual, as sessões serão realizadas com a utilização de máscaras e desinfetantes, “tudo isto, de forma a ajudar os nossos alunos que se têm sentido muito perdidos neste terceiro período”. Quanto aos Gondomarenses, a Dona Sebentinha deixa um único conselho “que se cuidem e principalmente lutem, pois, se não lutarem ninguém o vai fazer por vós”.
[caption id="attachment_18443" align="aligncenter" width="300"] > João Pedro Sousa[/caption] Mercado das ViagensJoão Pedro Sousa é o responsável da agência Mercado das Viagens. A empresa disponibiliza produtos e serviços relacionados com viagens de lazer ou profissionais, e comercializam pacotes completos de aviação ou hotelaria. Devido às recomendações implementadas pelo Governo e por uma questão de segurança dos seus clientes, o estabelecimento encontra-se encerrado desde o dia 17 de março. Foi com o recurso à tecnologia (telemóvel ou email) que a empresa tem estado mais próxima dos seus clientes. João Sousa refere que o Mercado das Viagens faz parte dos setores mais afetados pela pandemia e o impacto é enorme, tal como acontece em muitas outras empresas. “A cadeia de valor parou devido às restrições e a procura por parte dos clientes deixou de existir”. Refere ainda que é percetível que o impacto económico ainda se irá agravar, no entanto, nesta fase, o empresário constata que o foco deve ser a saúde e que com o esforço da nossa sociedade a situação se irá normalizar o mais rápido possível. “O 2º semestre de 2020 e o ano 2021 será um período de desafios, mas considero que o tecido empresarial português e gondomarense já deu provas de resiliência”. O responsável acredita que tem que haver compreensão no momento em que vivemos por parte dos clientes, das empresas, dos fornecedores e do estado. “Tudo ainda é uma incógnita e ainda existem muitos fatores externos incontroláveis que têm uma grande influência. O empresário refere que num futuro “serão incontornáveis medidas adicionais de apoio”, neste momento João menciona que, a única possibilidade passa pelo “incentivo ao crédito com juros e sem juros (quando permitimos o pagamento faseado dos impostos ou protelamos as rendas) e a simplificação do layoff, que já era uma ferramenta disponível na nossa lei”. Conclui referindo que apesar da situação aparentar estar mais calma, “os Gondomarenses, neste momento, têm que continuar com o que têm feito até agora e não podem tomar decisões que possam inverter a tendência de controlo do surto e quando chegar o momento de retoma das suas vidas optem por consumir nas nossas empresas locais para ajudar na reconstrução do nosso concelho e do nosso país”. ▪