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Empresa gondomarense é responsável pela produção da taça da Liga NOS

Domingos Guedes LDA / Foto: Ricardo Vieira CaldasFundada em maio de 1980 por Domingos Guedes, a Domingos Guedes, Lda. é atualmente responsável pela manufaturação de todas as taças da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), entre outros objetos artesanais espalhados pelo mundo.

Até 24 de maio o FC Porto ou o SL Benfica vão (tudo indica) erguer a taça da primeira divisão portuguesa de futebol, um “caneco” totalmente produzido em Gondomar por uma empresa sediada em São Cosme.

Há 35 anos atrás, Domingos Guedes, fundador e responsável pela Domingos Guedes, Lda. regressou do Ultramar e decidiu pôr mãos à obra ao criar uma empresa artesanal em Fânzeres, de onde é natural. “Como já trabalhava neste ramo dei seguimento e decidi começar a trabalhar por minha conta”, recorda o empresário.

[caption id="attachment_3418" align="alignleft" width="200"]A empresa produz também peças de arte sacra / Foto: Ricardo Vieira Caldas A empresa produz também peças de arte sacra / Foto: Ricardo Vieira Caldas[/caption]

“No início passamos momentos complicados na altura do Processo Revolucionário em Curso (PREC) mas mesmo assim decidi arriscar e criar um negócio. A partir daí fui-me adaptando e começamos por trabalhar com produtos mais pequenos até surgir a oportunidade de exportar para o Brasil”, conta Domingos Guedes.

Desde então a empresa virou-se para o comércio internacional e exporta atualmente para vários países: Suécia, Inglaterra, Dinamarca, Suíça, Espanha e Estados Unidos. Segundo Domingos Guedes, Portugal ainda não acolhe as “condições necessárias para o desenvolvimento económico” das empresas de artesanato e o mercado não apresenta condições favoráveis ao ramo de atividade, por isso a empresa continua a focar-se no estrangeiro.

Segredo do sucesso? “Fazemos o que as grandes empresas não fazem e nunca dizemos não a um trabalho”, sublinha o responsável. A jovem equipa, composta por 16 artesãos, já lidou com encomendas de grandes quantidades, a última veio de França e pedia mais de um milhão de anéis. “Demos conta do recado como sempre”, refere Domingos Guedes ao recordar os dias difíceis antes do prazo da entrega. “O pessoal questionava porque é que eu tinha aceite uma encomenda tão grande, mas mais uma vez cumprimos com o nosso trabalho”, afirma o diretor da empresa.

Quanto ao futuro, o empresário não tem dúvidas, “a empresa vai continuar a seguir o seu caminho e a assumir todas as encomendas”, desde as pequenas peças aos grandes troféus desportivos.

“A Supertaça Cândido Oliveira foi distinguida como melhor troféu do ano”

[caption id="attachment_3422" align="alignleft" width="300"]Em 2013, Paulo Fonseca, ao serviço do FC Porto, com a Supertaça Cândido de Oliveira / Direitos Reservados Em 2013, Paulo Fonseca, ao serviço do FC Porto, com a Supertaça Cândido de Oliveira / Direitos Reservados[/caption]

Em 2011, quando Fernando Gomes foi eleito presidente da FPF, a federação optou por uma mudança de imagem nas taças das principais competições nacionais de futebol. A aposta recaiu na Domingos Guedes, Lda, que ficou responsável pela produção da taça da Liga NOS, Taça da Liga e Supertaça Cândido Oliveira.

“A FPF andava à procura de uma empresa que executasse aquele trabalho e chegaram a pensar pedir a uma empresa italiana, mas alguém sugeriu que fossemos nós e começamos a trabalhar com a federação”, lembra o empresário.

No primeiro ano, a federação insistiu em acompanhar a execução dos trabalhos e deslocou uma equipa de designers ao local. A partir daí a confiança estabelecida e a qualidade das taças “são garantias para a FPF”.

[caption id="attachment_3421" align="alignleft" width="300"]A Domingos Guedes Lda. e a Federação Portuguesa de Futebol desenvolvem laços profissionais já há vários anos / Foto: Ricardo Vieira Caldas A Domingos Guedes Lda. e a Federação Portuguesa de Futebol desenvolvem laços profissionais já há vários anos / Foto: Ricardo Vieira Caldas[/caption]

“Alguns trabalhos até já valeram distinções, como é o caso da Supertaça Cândido Oliveira que foi distinguida nos Estados Unidos como melhor troféu do ano”, destaca Domingos Guedes.

As taças são preparadas com meses de antecedência e prontas a ser entregues no jogo da consagração do título, mudança instituída pela presidência de Fernando Gomes. “Temos sempre que fazer duas ou três taças para a FPF ter os troféus prontos caso vença o Porto ou Benfica”, conclui.

A empresa foi também responsável pela produção das taças Quinas de Ouro, entregues no centenário da FPF, e por todas as réplicas do Museu CR7, de Cristiano Ronaldo.

Domingos Guedes ofereceu cálice barroco ao Papa Bento XVI

[caption id="attachment_3417" align="alignleft" width="300"]"Fazemos o que as grandes empresas não fazem", afirma Domingos Guedes / Foto: Ricardo Vieira Caldas "Fazemos o que as grandes empresas não fazem", afirma Domingos Guedes / Foto: Ricardo Vieira Caldas[/caption]

Na arte sacra a empresa é “suficientemente conhecida” e trabalha com várias paróquias. Entre as peças mais famosas está uma réplica de um cálice barroco do século XVIII, oferecido ao Papa Bento XVI. “No Vaticano adoraram a peça e entretanto já tivemos que fazer várias cópias”, conta Domingos Guedes ao Vivacidade.

“Temos poucos clientes no concelho”

Apesar do sucesso fora de portas, o diretor da empresa lamenta a escassez de clientes no concelho. “Curiosamente só comecei a trabalhar com a FPF depois da saída do Major Valentim Loureiro da presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e em Gondomar quase não trabalhamos”, admite Domingos Guedes. A empresa mantém, no entanto uma relação muito próxima com diversas Universidades e autarquias do Norte de Portugal.

Supertaça partida por Paulo Lopes

Superada partida por Paulo Lopes / Foto: Ricardo Vieira CaldasNa empresa está guardada a Taça da Liga partida por Paulo Lopes, guarda-redes do SL Benfica, no ano passado. O Benfica venceu o Rio Ave nas grandes penalidades, após o nulo durante 120 minutos, e o guarda-redes subiu à baliza com a Supertaça erguida. O festejo acabou mal com a taça partida e um dedo cortado.

“Há sempre casos em que as taças partem, por isso enviamos sempre duas ou três para prevenir essas situações”, refere Domingos Guedes.

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