Neste mês de janeiro, o VivaCidade acompanhou o dia com o Presidente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, Pedro Vieira. Ao longo do dia, o edil revelou a sua opinião sobre assuntos atuais importantes e investimentos que foram realizados em ambas as freguesias. A União de Freguesias é a única do concelho que veste a camisola do partido da CDU.
Eram 9 horas quando o VivaCidade chegou à Junta de Fânzeres para acompanhar o dia de Pedro Vieira. No local deu-nos um breve comentário sobre os últimos anos de mandato, “estamos aqui a chegar ao final do mandato, já se passaram três anos” iniciou por constatar, “há naturalmente aqui questões que, quando tomamos posse em
2017, estavam no nosso plano eleitoral, havia alguns assuntos e muito importantes, como os resíduos perigosos de São Pedro da Cova”.
[caption id="attachment_19416" align="alignleft" width="300"] > Pedro Vieira no Museu Mineiro de São Pedro da Cova[/caption]
O primordial para o autarca quando assumiu a pasta era continuar com a luta que segundo o mesmo sempre foi “da população de S. Pedro da Cova” e acrescenta ainda
que “na altura a denúncia partiu da população e da Junta de Freguesia”. Pedro Vieira explica que “há aqui um momento nesta última fase, em que a Câmara aproveitou a oportunidade, e bem, de adquirir os terrenos. Dado que a área onde estão depositados os resíduos são privados, e, portanto, a Câmara Municipal aproveitando esta questão da segunda fase da remoção estar um pouco empancada, decidiu comprar parte dos terrenos onde estão depositados os resíduos, como também todo o património mineiro. Portanto a aquisição que a Câmara fez dos edifícios, foi um processo que foi realizado ao longo dos anos. Portanto, a Câmara aproveitou, e bem, aqueles terrenos que eram privados, colocou-os na esfera pública para aí sim poder realizar investimentos e para poder haver uma requalificação daquele espaço”. O autarca acrescenta ainda que “a CDU quando retomou novamente ao poder da freguesia de S. Pedro da Cova, em conjunto com a população que já tinha dado o alerta e feito a denúncia, assumiu também na íntegra essa luta. “Assim foi ao longo destes anos todos, tanto mais que a junta de freguesia é assistente no processo que está neste momento ainda em tribunal, para saber-se efetivamente quem são os culpados do depósito dos resíduos perigosos e das análises aos lençóis freáticos. A Junta desde logo demonstrou-se disponível a ajudar as autoridades e mostrou-se disponível para ser assistente no processo, e assim foi. E a Câmara Municipal nunca foi. A Câmara tem agora algum protagonismo porque de facto teve a oportunidade de adquirir os terrenos. E adquiriu-os”, o Presidente afirma que a população merece uma recompensa por tudo o que passou nesta luta e “pelo grave crime ambiental” que foi praticado e essa compensação deveria ser a requalificação daquele espaço.
Outro tema que o Presidente aproveitou para trazer para cima da mesa, foi a questão da desagregação das freguesias, “havia outro tema da nossa candidatura que era o facto de exigirmos a desagregação das freguesias, com o desígnio de proximidade”, para o edil a agregação de Fânzeres e São Pedro da Cova não tem cabimento, dado que
“é unânime e considerado por todos, que de facto S. Pedro da Cova tem uma identidade muito própria e devia estar
"A população merece
uma recompensa por tudo
o que passou nesta luta"
sozinha. Portanto, se estamos a falar de critérios de agregação, S. Pedro da Cova nunca devia ter sido agregada devido à sua população, às suas características, à sua identidade, ao seu património, portanto nunca devia ter sido agregada com nenhuma freguesia, aliás, nós não defendemos as agregações”.
Para o autarca esta decisão de agregação deveria ser responsabilidade dos órgãos eleitos, responsabilidade de “cada partido, de cada força política”.
Pedro explica que a agregação “prejudica seriamente as populações, seja aqui, seja em Vila Real, seja na Lomba, seja onde for, de facto onde houver agregações prejudica seriamente essa relação de proximidade que as Juntas têm de ter com as populações”. Sobre o tema o autarca acrescenta que “o governo desde 2015 que anda a prometer que iria criar uma lei que permita que é isso que pretendemos, é uma lei que permita, a desagregação. Não de todas, mas aquelas que o queiram. O governo desde 2015 que anda a adiar um problema que de facto já se chegou à conclusão, com dois mandatos de agregações que não houve ganhos nenhuns para ninguém. Portanto, até 31 de março, ainda é possível desagregar ou sair a lei cá para fora, sair a lei para que as Assembleias de Freguesia retifiquem esse pedido da Junta para desagregar, mas de
facto começa a haver pouco tempo”.
Saímos de Fânzeres em direção à Junta de Freguesia de São Pedro da Cova. No local, como habitual cumprimenta a equipa e é o seu momento de resolver qualquer situação que esteja pendente. Desta vez, um dos assuntos em cima da mesa era a candidatura da União das Freguesias à bandeira da ECO Freguesias, galardão este que a União tem vindo a receber nos últimos anos.
Ainda na Junta de São Pedro, surge o tema do preço praticado nas faturas das água, onde começa por explicar que é “uma luta legítima da população”, o edil revela que as reclamações por parte dos habitantes é constante, “vamos recebendo muitas reclamações dos serviços que foram privatizados, falo das águas como também da recolha do lixo, que também foi privatizado”.
Sobre o tema o responsável da União dá nota que: “os preços de custo que é a ligação à rede de saneamento, à rede pública, os custos que tem o consumo da água e tudo que está em volta dos contratos que as pessoas fazem com a Entidade de facto é muito caro. Mas o problema aqui é a privatização, naturalmente, como é óbvio muitos não
têm as condições financeiras” para pagar as faturas ao final do mês.
Após a hora do almoço, partimos em direção ao cemitério da Mó, em São Pedro da Cova, onde estão a construir umas campas. O autarca começa por contextualizar que o cemitério da Mó está a sofrer esta intervenção por falta de espaço e constata que o cemitério da Covilhã está a ser totalmente remodelado e o valor que está a ser investido ronda os 20 a 30 mil euros. Quanto aos cemitérios de Fânzeres o responsável dá nota de que esse é mais recente e não necessita de nenhuma intervenção.
[caption id="attachment_19409" align="alignleft" width="300"] > Obras no cemitério da Mó[/caption]
Ao longo da tarde fomos visitar algumas obras que estão a ser realizadas nas freguesias, sendo uma delas o parque que está a ser realizado na zona do Seixo em Fânzeres e que visa ser inaugurado em meados de março e pretende vir ao encontro das necessidades da população.
A intenção do edil é “dar aqui uma imagem mais bonita à freguesia e não tão
suja. De facto, já está muito suja pela má recolha ou mau serviço de recolha
do lixo, mas se podermos dar aqui também uma imagem melhor dos jardins,
das nossas rotundas nós fazemos esse investimento”.
Ainda no tema dos investimentos, a Cultura é para o executivo da União de Freguesias muito importante. Daí que para Pedro é importante os apoios aos Movimentos Associativos, o investimento realizado no Museu Mineiro e a criação de atividades culturais para a população. O autarca explica que a União realiza “muitas atividades, nos vários quadrantes na área da cultura e da arte. É música, é teatro, é exposições, é belas artes, é poesia, é cinema, é escrita, portanto, temos várias temáticas na área da
cultura, não estamos cingidos só a uma parte”. Para Pedro é essencial trazer a cultura para perto dos seus fregueses, porque “é a formação do homem que está aqui em causa”.
[caption id="attachment_19415" align="alignleft" width="300"] > Visita às obras do futuro parque na zona do Seixo[/caption]
Quanto aos investimentos camarários, Pedro começa por referir que “perante o tamanho da nossa União de Freguesias, estamos a falar de quarenta e dois mil pessoas, estamos a falar de um território que tem cinquenta coletividades, estamos a falar de um território que tem dez conjuntos habitacionais e onde é a junta de freguesia que tem que fazer as limpezas, estamos a falar de um conjunto de duas freguesias, que têm cinco agrupamentos de escola, estamos a falar de freguesias que têm serras, rios, ribeiros linhas de água, património cultural histórico, e portanto estamos aqui a falar de duas freguesias que necessitam naturalmente de investimento” e para o autarca esse investimento camarário é muito curto face “às necessidades que estamos a viver. De facto, há aqui um desinvestimento ou um pouco investimento, por
parte de todos: Câmara e Governo. É muito pouco e isso naturalmente nós fazemos questão de referir isso à Câmara e às entidades competentes, que efetivamente é muito pouco aquilo que as Juntas de Freguesia recebem para o que fazem diariamente”, o Presidente explica que não sabe a realidade das outras freguesias do concelho, mas quanto à sua União as propostas estão “bem sinalizadas” e que compete à Câmara Municipal de Gondomar realizar um investimento equilibrado pelas doze.
Antes de darmos o dia como concluído, confrontamos o autarca com as eleições de outubro de 2021, o mesmo revela que “neste contexto de pandemia e a esta distância, essa questão não se coloca. A seu tempo apresentaremos os nossos melhores candidatos autárquicos”.
"E para o autarca esse investimento camarário é muito curto face “às necessidades que
estamos a viver."
O edil explica que é um assunto que ainda está a ser discutido para ser bem decidido
“Neste contexto de pandemia e a esta distância, essa
questão não se coloca. A seu tempo apresentaremos
os nossos melhores candidatos autárquicos”.
“é essa a nossa forma de trabalhar, nós não nos pomos em bicos de pés, a nossa vontade pessoal aqui é o que menos interessa, interessa sim o serviço que é feito… Uma coisa é ter vontade e não ter vontade, outra coisa é ter gosto ou não ter gosto. Efetivamente, nós para fazermos bem as coisas temos de ter gosto pelo que realizamos."
Ao terminar o dia, Pedro Vieira revelou ao VivaCidade que “saímos de cabeça erguida, com as contas em dia como sempre, não é de agora. Por parte da Junta de Freguesia quem assumir em outubro de 2021, tem todas as garantias que pode fazer um bom trabalho e normal porque efetivamente a começar logo pelas contas estão todas equilibradas e certinhas, e portanto, também é esse um dos objetivos que temos, o de não endividar as Juntas”. ▪