Com a COVID-19 a população deparou-se com uma nova realidade marcada por regras que têm o intuito de salvaguardar a segurança e a saúde de todos os cidadãos. Apesar das novas medidas implementadas serem para o bem comum ainda há quem resista a respeitá-las colocando assim em causa a segurança de toda a sociedade.
É nessa linha que, em Gondomar, a Câmara Municipal tomou a iniciativa de criar equipas que têm o intuito de fiscalizar e sensibilizar os Gondomarenses para a importância destas medidas, o pretendido é controlar os números de infetados diários resultantes desta pandemia. É de recordar que em Gondomar os casos ativos já ultrapassam em muito a barreira dos 1000.
As equipas, normalmente, são constituídas por um elemento da Proteção Civil, um do Núcleo de Fiscalização e três agentes da Polícia Municipal. Todas as equipas trabalham em união para garantir que as regras são cumpridas em todos os setores de Gondomar. Como adianta o Comandante Artur Teixeira, já foram realizadas várias fiscalizações nas escolas, na área da restauração, nos transportes e nos restantes espaços públicos. O foco destas operações é demonstrar à população que se todos contribuírem, no final, será muito mais fácil de controlar esta pandemia que diariamente tem vindo a prejudicar e a ceifar muitas vidas.
O VivaCidade acompanhou duas operações realizadas por estes elementos que privam diariamente pelo bem público, quisemos descobrir como se procede o trabalho em campo e como a população encara estas ações.
É quinta feira, dia 29 de outubro são 17 horas e, juntamente com o coordenador da Proteção Civil de Gondomar, Paulo Guedes, partimos em direção à Escola Secundária de São Pedro da Cova. Pelo caminho Paulo explica-nos a operação “vai ser realizado uma ação de fiscalização em três escolas de uma forma pedagógica, o intuito é que as pessoas comecem a cumprir aquilo que está estipulado e aquilo que são todas as indicações dadas pelo conselho de ministros”, o agente de segurança pública explica que “existe sempre um coordenador nas equipas em cada escola, neste caso para onde vamos sou eu, no outro é o Paulo Pinto e na outra escola é o Nuno Lopes e, basicamente, o que vamos fazer é sensibilizar de uma forma pedagógica a comunidade escolar”. Ao longo da semana, Paulo revela-nos que já decorreram outras campanhas de sensibilização noutras instituições de ensino do Município de Gondomar e, até ao momento “a aceitação foi muito boa”.
Chegando ao local ficamos à porta da escola com a restante equipa da operação, por volta das 17h30 min, de forma desfasada, começam a sair os primeiros alunos todos com máscara e cumprindo os distanciamentos.
[caption id="attachment_19134" align="aligncenter" width="300"] > Rosana Silva[/caption]No local falamos com a aluna do 11ºano do curso de desenho gráfico, Rosana Silva. Na opinião da estudante “este tipo de ações são muito importantes porque nos alerta para o que estamos a viver e para todos os cuidados que temos que adotar”, Rosana revela que alguns colegas “estão sensibilizados para o assunto, mas outros andam sem máscara e levam isto um pouco na brincadeira” é nesse sentido que a jovem explica que este tipo de ações de sensibilização são essenciais ‘’para chamar a atenção e para que as pessoas comecem a usar a máscara de maneira correta e a desinfetarem as mãos porque estas duas ações são uma forma para que o panorama melhore”.
A controlar a saída dos alunos encontra-se Emanuel Barros, Assistente Operacional da Escola Secundária de São Pedro da Cova. O colaborador revela-nos que ‘’regra geral’’ os alunos cumprem as normas estipuladas e adianta que ‘’este tipo de ações são essenciais e deveriam decorrer mais vezes’’. Emanuel reconhece que os alunos “têm que entender que também têm que cumprir as regras que são impostas, embora que às vezes custe um bocadinho”, o funcionário explica que ‘’não é por falta de aviso’’, mas muitas vezes “por teimosia deles” já se deparou com situações em que teve que chamar a atenção porque ‘’é aquela situação em que eles saem da escola e aproveitam para tirar a máscara’’.
Durante a operação Paulo Guedes refere que ‘’o nosso foco é tanto os alunos como os pais, porque muitas vezes na nossa comunidade escolar o que acontece é que os pais quando vão buscar os filhos fazem ajuntamentos e nós também queremos evitar esse tipo de situação’’, o coordenador explica que o ‘’ departamento da Proteção civil, Segurança e Fiscalização pretende apenas sensibilizar, mas os cidadãos têm que ter noção que se não cumprirem as regras, a qualquer momento, pode decorrer ações conforme o que está estipulado na lei que passam pela aplicação de coimas. Daí termos aqui agentes de autoridade e a parte de fiscalização. Com estas ações nós queremos que as pessoas se apercebam que estamos aqui, que estamos atentos e que existimos’’.
Por volta das 18h 30 minutos já saíram os últimos alunos e a operação termina por hoje. Paulo Guedes faz-nos um resumo da intervenção ‘’pode-se considerar que foi uma operação com um resultado muito positivo, conseguimos constatar que a escola está muito bem organizada, tem um plano de contingência que funciona na perfeição e que a comunidade escolar está muito bem sensibilizada para todas as medidas que tem de adotar para prevenir a pandemia’’. O responsável aproveita para deixar um apelo aos gondomarenses: ‘’A mensagem que eu queria deixar era que toda a população deveria ter em mente quais as medidas que são necessárias para nos proteger desta pandemia porque o nosso comportamento pessoal não afeta só a nossa pessoa, mas pode vir afetar todas as outras pessoas da sociedade e por isso, devemos respeitar todas as orientações emanadas pela DGS, pelos agentes de autoridade, pela proteção civil, por todos no geral de forma a ultrapassar esta situação em segurança e de uma forma saudável’’.
Para obtermos informações num panorama geral falamos com o comandante Artur Teixeira sobre a operação realizada nas escolas do concelho até ao momento, o mesmo revela-nos que ‘’foi uma ação de sensibilização que realizamos e tivemos um excelente acolhimento por parte da comunidade, de forma geral penso que todos podemos dizer que houve um cumprimento daquilo que são as regras de distanciamento e de utilização de máscara. Tenho de dizer que é muito importante, nesta fase, o contributo das camadas mais jovens para que a sensibilização decorra de forma mais próxima e intrínseca sobre aquilo que é esta nova realidade que vamos viver durante algum tempo e daí considerar que foi muito positivo estas ações nas escolas. De resto temos solicitações, por parte dos diretores para que sempre que possível estejamos lá nas horas de saída porque também os ajudam naquilo que são os planos de contingência, que também tivemos a oportunidade de verificar que estão a correr muito bem dentro das escolas e que ajudam a salvaguarda a segurança dos alunos’’.
É sexta feira, dia 30 de outubro e partimos ao encontro da equipa que se localiza na Estação de Comboios de Rio Tinto. Hoje é a vez de sensibilizar e fiscalizar os transportes públicos. Segundo o Comandante Artur Teixeira, para além da estação de Rio Tinto, a operação está a decorrer em mais duas áreas “estamos na estação de metro da Campainha e estamos no Largo do Souto que é onde nós temos a maior estação nodal de autocarros”.
A operação começa pelas 7h da manhã, como coordenador da operação encontra-se Paulo Pinto agente da Polícia Municipal, que nos explica que a operação irá decorrer até às 9 horas da manhã.
[caption id="attachment_19135" align="aligncenter" width="300"] > Luísa Carrasqueira[/caption]No local encontramos Luísa Carrasqueira que também se desloca para o trabalho. Na opinião de Luísa: “Este tipo de ações é importante para o bem de todos e dado a atual situação que o país enfrenta acho que sim, que é necessário e deveria decorrer mais vezes, porque muitas vezes no meu horário de deslocação já vi muitas pessoas que não cumprem com as regras implementadas daí ser importante este tipo de ações, porque se as pessoas não cumprem por elas, tem que ser imposto”.
[caption id="attachment_19136" align="aligncenter" width="300"] > Marta Costa[/caption]Ainda na estação falamos com Marta Costa que esperava o comboio para se deslocar para o trabalho. Marta explica que este é o seu meio de transporte e que nas suas deslocações vê cada vez menos pessoas a utilizar o comboio. A utente da CP considera importante este tipo de fiscalizações “porque se é uma decisão e é obrigatório tem que ser fiscalizado, no entanto aqui nesta zona e no percurso que faço, não vejo necessidade porque vejo que as pessoas cumprem, nunca vi ninguém no comboio ou na estação sem máscara, agora há locais onde parece fundamental que haja mais pelas imagens que aparecem na televisão”.
A operação decorre dentro da normalidade até às 9h da manhã e o turno termina. No local o comandante Artur Teixeira resume a operação realizada aos transportes como “o melhor caminho que temos” para controlar a situação, ‘’há regras a cumprir em todos os setores”, o responsável revela que para além das escolas e dos transportes já fiscalizaram mais de 50 estabelecimentos em Gondomar e o intuito ‘’é continuar’’. O comandante afirma que as equipas que estão no terreno ‘’estão para ajudar a população a esclarecer e a cumprir as regras’’ e explica que ‘’há um enquadramento legal que nos permite atuar de forma coerciva, mas nós entendemos que não queremos chegar a esse ponto e é nessa linha que pretendemos que haja uma cooperação por parte da população”.
O responsável por estas equipas constata que até ao momento “nós temos sentido uma enorme colaboração por parte dos gondomarenses e há um sentimento que devemos ser todos nós a contribuir para que o país não feche, o país não pode parar’’. O comandante revela ainda que os serviços que estão integrados nesta ação, são serviços que tem um propósito que por palavras do mesmo “há um princípio que nos assiste, estamos cá para servir a população, para servir os que vivem em Gondomar que é aquilo que nos corresponde e que é a nossa responsabilidade, por isso os gondomarenses podem de facto contar com a Policia Municipal, com a Proteção Civil e com o núcleo de Fiscalização para os apoiar nesta altura difícil que estamos a viver e estamos cá para ajudar”.
O comandante Artur Teixeira antes terminar a operação deixa uma mensagem aos gondomarenses: “É mesmo muito importante que a população cumpra estas regras porque se todos nós contribuirmos e se todos nós desempenharmos um papel cívico iremos cooperar para que a situação melhore. Ás vezes se alertarmos alguém que está ao nosso lado "olhe desculpe não se importa de afastar-se meio metro” ou “vamos criar aqui um distanciamento” ou “coloque a máscara e tenha cuidado” ou “não coloque ai as mãos” ou “higienize as mãos com mais frequência'' tudo isto, estas medidas que a DGS divulga frequentemente e de forma difusa auxilia o papel dos agentes de segurança e da saúde no controlo da pandemia. Não há quem não saiba quais são as regras hoje em dia, eu considero que se todos nós dermos esse contributo, eu acredito que será tudo muito mais fácil, e não digo que vamos acabar com o vírus porque isso, naturalmente, está na ciência, mas há uma coisa que é certa que é que nós vamos ter que aprender a conviver com esta nova realidade e ao saber conviver nós também acabamos por não perturbar aquilo que é o normal funcionamento da nossa vida, porque temos que pensar que quando fecha uma pequena loja ou restaurante, há sempre algum dos nossos que fica sem sustento e é isto que temos que pensar e, portanto é realmente importante o cumprimento destas medidas para que o país não pare, para que o país não feche”.
O comandante constata ainda que em situações que um gondomarense verifique algum tipo de perigo, para além da linha 112, o Município tem uma linha verde da Proteção Civil de Gondomar, disponível 24 horas por dia que é o 800 200 135, em que qualquer cidadão pode denunciar e que “naturalmente, fazemos deslocar uma equipa disponível ao local” para resolver a situação.