A Central Municipal de Operações de Socorro (CMOS) faz um ano desde a sua inauguração oficial. Em conjunto com esta comemoração comemora-se também o mês da Proteção Civil com iniciativas no CMOS.
A criação desta Central além de ter como propósito servir as pessoas com maior eficácia e eficiência assentou em sete objetivos. Artur Teixeira, Comandante Municipal explica-nos quais “o primeiro é o foco nas pessoas, o cidadão é o foco principal da criação desta central. O segundo é o incremento do binómio eficácia e eficiência na prestação de socorro nos acidentes e incêndios, bem como nas ambulâncias que são chamadas. A junção de uma operação proativa que em si é mitigadora de eventuais inconformidades, sendo que é possível ter acesso a que meio é que está mais perto de modo a atuar com mais rapidez. É uma central que assenta na direção da Câmara Municipal e a nível de operações de socorro com os bombeiros e a sua gestão, é uma central protocolada pela SIEM, a CIOPS e pelo âmbito nacional de Emergência da Proteção civil. Reduziu significativamente os encargos na Associação de Bombeiros Voluntários, estando a central a funcionar como uma Central única. O facto de estarem os bombeiros, proteção civil e polícia municipal no CMOS melhora a performance a dar resposta às ocorrências, criou-se um sistema de resposta multidisciplinar. Por fim, reduz-se significativamente o tempo no despacho dos meios, consegue-se já ter dados nos períodos homólogos e batemos um recorde de disponibilizar um meio em 24 segundos após o contacto do utente.”
Esta rapidez na resposta ao utente que ligou em emergência relaciona-se com o fato de já não ser necessário entrar em contacto com todas as corporações e ver que meios é que têm disponíveis. Com esta Central é possível ver que meios estão disponíveis ou não e deste modo enviar para os locais no imediato sem uma consulta prévia via telefónica. “A vantagem é que com os mesmos recursos que tínhamos conseguimos fazer melhor e temos mais disponibilidade de serviço à população”, menciona Artur Teixeira.
“O CMOS mudou a configuração e a transformação da forma como se responde ao socorro e o grande objetivo foi rentabilizar meios e reduzir a incapacidade de resposta. Tem de se agradecer muito aos corpos de bombeiros pela colaboração, pela ajuda e o apoio. Sabemos que houve algumas dúvidas no início e algumas resistências, mas acho que estão todos rendidos a este modelo, até os mais céticos”, refere o presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins.
Relativamente aos dados estatísticos efetivo a 11 meses de trabalho, há que perceber que nem todas as chamadas que são rececionadas se tornam ocorrências. Até 14 de Março tinham sido recebidas 32 005 chamadas, divididas pelas áreas dos bombeiros, proteção civil e polícia municipal. Destas 32 005 cerca de 20 mil foram para os bombeiros, 4000 para a proteção civil e 8500 para a polícia municipal. Em média são registadas cerca de 100 chamadas por dia.
“Relativamente à emergência é de salientar que das cerca de 20 mil chamadas apenas 16 200 se tornaram uma ocorrência, isto é que são chamados meios de emergência médica pré hospital ou se necessárias equipas de desencarceramento ou incêndio. Destas ocorrências temos uma média dia de 51 ocorrências diárias. Sendo que do total das 51 ocorrências diárias, 46 são só de emergência médica. E este é o ganho da população porque sabemos os meios que estão disponíveis para socorrer”, afirma Patrício Ramalho, Técnico Superior da Câmara Municipal de Gondomar.
“Antes do CMOS funcionar em pleno nós tínhamos cerca de 300 pedidos de socorro por mês, que perfaz 10 por dia, aos quais não tínhamos capacidade de resposta por falta de meios e com a gestão centralizada dos mesmos, que é a grande vantagem, esse número tem vindo a diminuir. Em fevereiro não tivemos capacidade de responder a 99. O objetivo é continuar a diminuir este número e esse é o caminho”, complementa o edil.
O CMOS beneficia da triangulação de meios (proteção civil, polícia municipal e bombeiros) que com o seu trabalho conjunto conseguem trabalhar em colaboração de até chegarem outras ajudas que possam ser necessárias, como a PJ ou a GNR. “Esta triangulação é facilitadora, é uma central que requer uma casuística e uma operacionalidade muito importante que com o número de ocorrências que temos e com os dados que transmiti foi possível reduzir o tempo de espera”, reforçou Patrício Ramalho.
A Central trouxe consigo o que é denominado pelos membros integrantes de “horizontalidade de informação”, “ou seja, sempre que é despachado um meio todas a entidades sabem ao minuto o que é que se está a passar e começa a ser planeada a ocorrência. Antes da CMOS existir os bombeiros tinham de se manter no local da ocorrência até chegar a polícia, por exemplo, o que já não é necessário. Porque há conhecimento imediato do que se está a passar e acaba por haver uma conjugação com as forças de segurança. Deixando-as disponíveis para outras eventuais ocorrências”, explica Paulo Guedes, coordenador do Núcleo de Proteção Civil.
O conceito de área de atuação também foi modificado. Anteriormente cada corporação de bombeiros tinha uma área de atuação própria, por exemplo os de Melres atuavam em Melres, agora é preferencialmente área de atuação no Município todo.
No caso em concreto dos incêndios “há uma grande melhoria porque em 30 segundos é possível ativar os meios necessários para o combater, havendo uma sinergia entre todos os meios necessários. Ainda é possível através da Central conseguirmos acompanhar o desenvolver do incêndio e ver caminhos onde os bombeiros possam passar para o combate, por exemplo, bem como onde podemos montar o posto de comando. A gestão que é feita é sem dúvida melhor e não poupamos meios, devido a este acompanhamento mais próximo”, refere Paulo Guedes.
O objetivo é melhorar os resultados no que toca ao socorro. São realizadas reuniões mensais de modo a alterar procedimentos quando são necessárias essas alterações. “Continuamos num processo de melhoria e há coisas que se vão afinando e mudando. Já tivemos alguns incidentes, como na questão do ataque informático, que foi detetado no CMOS às cinco da manhã. O posto de comando já foi utilizado em grandes eventos como a noite branca, festas do concelho, porque é possível monitorizar todo o concelho. É um processo evolutivo e dinâmico”, remata o presidente da Câmara Municipal.
“Queríamos ressalvar que somos uma Central e que as pessoas para emergência têm de marcar 112. Para as pessoas mais antigas que ligam ainda para o número do corpo de bombeiros tem uma mensagem gravada que indica que for emergência para clicar 1 de modo a encaminhar para a linha de 112”, reforçam Paulo Guedes e Patrício Ramalho.