José Barbosa, de Medas, com 83 anos, continua na arte de fazer cestas para os ranchos, as marchas, faz gigos para as vindimas e, ainda recebe, algumas encomendas. A cestaria, apesar de parecer, não é uma arte fácil e requer alguma atenção e cuidado.
A idade já vai dificultando os trabalhos, mas José arranja sempre a solução. “O trabalhar desta arte não é da forma que estou a fazer agora. É um trabalho que se faz em simultâneo com as mãos e os pés e só consigo agora fazê-lo com as mãos. Faço gigos (cestos das vindimas), cestas, canistréis (pequena canastra com asa, ou cesta com uma alça), canastras para os ranchos folclóricos, faço dos diversos tamanhos. Já fiz muitos gigos, cheguei a fazer uma dúzia num dia e ainda os fui levar, no caminho do mineiro”.
É uma arte que o fascina, mas tem pena que nenhum dos filhos tenha aprendido. “Nenhum deles quis aprender, mas sei que dão muito valor ao que faço. Só tenho medo que morra comigo, porque vejo que os jovens já não querem fazer isto”, confessa.
No museu de Melres e Medas tem alguns dos trabalhos expostos, desde cestas, bancos, ferramentas e é muito solicitado para fazer demonstrações de como se realiza esta arte. “Esta atividade dá-me saúde, mantém-me entretido e ativo. Dá para esquecer os problemas”.
O valor é simbólico, mas com uma grande lição: “Guarda o que não presta e encontrarás o que é preciso”.