O Clube Desportivo de Rio Tinto faz 12 anos a 5 de Dezembro. É um clube de andebol no concelho gondomarense que prima pela familiaridade e a proximidade. Estivemos à conversa com Paulo Ferreira, presidente da direção do clube, e Aníbal Nogueira, coordenador do andebol masculino
Conte-nos um pouco da história do clube.
Paulo Ferreira: O clube começou em 2012, com um escalão de cinco atletas, e foi aumentando gradualmente, de ano para ano, o número de atletas e consequentemente o número de escalões. Neste momento temos todos os escalões exceto o sub-20 masculino e o sub-16 feminino. Temos desde os baby’s, que têm 4 anos, até aos veteranos com mais de 35.
Com 12 anos de existência, quais foram as conquistas do clube mais relevantes até então?
PF: Temos várias conquistas em torneios nacionais, ainda não participamos em torneios internacionais porque não temos possibilidade financeira para o fazer. Ganhamos o prémio de Almeirim, da Sopa da Pedra, os veteranos venceram o Paredes cup. Temos outros trofeus como ver atletas nossos noutros clubes com maior dimensão.Há antigos atletas nossos que estão na fase final da formação deles. Nós procuramos, sempre foi o foco, nunca dar um passo maior que a perna, por um lado adequar a capacidade financeira que foi crescendo com os escalões e adequar o número de escalões ao número de atletas que íamos reunindo. A grande motivação do clube na criação dos escalões eram os atletas que iam subindo de escalão por força da idade. Quando não tínhamos o número de atletas suficiente para os escalões e como ainda não havia no clube, os atletas que já teriam de subir e procurar outros clubes, aconselhados por nós, para completarem a sua formação.
Quais os objetivos que têm para o clube a longo prazo?
Aníbal Nogueira: No futuro próximo queremos que a equipa de séniores seja apenas da nossa formação. Um dos objetivos iniciais era dar cobertura a uma das coisas que nenhum clube de Gondomar tinha que era o andebol feminino. Começamos com algumas meninas integradas no masculino, que até aos sub-14 podem ser equipas mistas, fomos juntando mais, e à exceção do sénior e sub-16, temos, agora, todos os escalões femininos. Foi um objetivo alcançado e com sucesso. No seguimento deste gostaríamos de ter uma equipa sénior feminina, já surgiram algumas oportunidades de captar atletas doutros clubes, mas preferimos formar as nossas atletas e que o grosso da equipa seja constituída por atletas da nossa formação.
Queremos angariar o número de atletas suficiente para podermos fazer a acreditação do clube com as três estrelas, que implica não só ter todos os escalões como também ter o número de atletas, que ainda não temos, por escalão. O outro objetivo é manter o que sempre quisemos dar ao clube um sentido quase familiar, que além de darmos a evidente formação desportiva que nos conheçamos todos. O andebol é um desporto muito agregador nesse sentido.
Se calhar, também futuramente, ter carrinhas de transporte das crianças, é algo a pensar, não queremos dar passos maiores que a perna.
Têm algum apoio financeiro para o clube?
PF: Nós temos o apoio camarário que é o que é fornecido a todas as coletividades, anualmente. Sendo certo que procuramos sempre canalizar, quase exclusivamente, para a formação. Procuramos que as verbas destinadas a manter uma equipa sénior, que são necessários cerca de 10 mil euros anuais. Os veteranos estão agregados ao clube, mas são eles que pagam tudo, as bolas, a resina, a arbitragem e em troca fornecemos equipamentos e a logística.
Onde é que são realizados os treinos?
AN: A grande dificuldade nos desportos de pavilhão, e Rio Tinto sofre disso por ser das maiores freguesias do concelho, é não ter pavilhões para treinar, porque temos o pavilhão da escola secundária de Rio Tinto, que está em obras, mas precisamos de mais um pelo menos.
Para nós o ideal era não saltar de pavilhão para pavilhão, o que neste momento é impossível, mas seria bom porque teríamos um espaço para colocar o material. A câmara faculta-nos transporte, mas temos um custo inerente do funcionário. Temos a dizer que o vereador está sempre disponível para nos atender, notamos grande diferença face aos anteriores. É bastante acessível, apesar das condições que temos dos treinos que temos de treinar em Covelo, em São Pedro da Cova e no Monte da burra, sabemos que faz tudo o que é possível. Há jogos que temos em casa que a deslocação é mais longínqua do que ir jogar fora.
Quantos atletas tem o clube?
Cerca de 120, tirando os veteranos
Porque que os atletas devem praticar andebol neste clube?
PF: O andebol, na minha perspetiva nos desportos coletivos é o desporto mais inclusivo que há, independentemente da estatura e estrutura corporal. O que podemos oferecer como mais valia é mesmo o sentido de proximidade, até porque todos os dirigentes dos clubes são pais de atletas, claro que não do mesmo escalão onde está inserido o filho. Este tipo de gestão quase familiar é, na minha perspetiva a nossa grande mais-valia. Os clubes de andebol do porto mantêm entre si grandes relações o que facilita muito o contacto para questões como participação em torneios, adiamento de jogos, temos um bom relacionamento uns com os outros não temos dificuldade de articular.
AN: Normalmente quando os pais colocam as crianças num desporto, como o futebol estão à espera de que a criança seja o próximos Cristiano Ronaldo, e quando os inscrevem no andebol estão à espera de que pratiquem um desporto de equipa. Uma política que temos é que todos os jogadores convocados têm de jogar seja 1 minuto ou 10. Todos têm de jogar é a nossa forma de trabalhar.
Falamos também com uma atleta do clube.
Matilde Nogueira
Este clube é como uma família e damo-nos todos muito bem. Há um espírito de equipa. Estamos sempre lá para ajudar umas as outras, claro que nem sempre corre tudo bem, mas estamos aqui para nos apoiarmos. Estou no escalão de sub-18.