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Casa da Malta festeja meio século de existência

Local histórico de S. Pedro da Cova celebra em 2014, 50 anos de história como Museu Mineiro

[caption id="attachment_2691" align="alignnone" width="635"]Daniel Vieira e Micaela Santos no Museu Mineiro / Foto: Pedro Santos Ferreira Daniel Vieira e Micaela Santos no Museu Mineiro / Foto: Pedro Santos Ferreira[/caption]

Em 1963, começou a ser edificada a Casa da Malta de S. Pedro da Cova que viria a ser inaugurada no ano seguinte. O local serviu de dormitório aos mineiros que vinham de fora para a exploração do carvão mineral até 1970, data em que encerrou a Companhia das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. Em 1989, o edifício volta a reabrir ao público como Museu Mineiro e atualmente é um dos pontos de passagem obrigatória da freguesia. A União das Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova promete um ano de festa na comemoração dos 50 anos da Casa da Malta e dos 25 anos do Museu Mineiro.

Em 1964, a Casa da Malta de São Pedro da Cova recebia os primeiros malteses, operários que vinham de fora para trabalhar no antigo complexo mineiro da Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova. Durante vários anos a casa foi o lar de 50 homens que ali descansavam depois de um dia de trabalho. Em 1987, após um período de degradação do edifício ocorrido depois do desmantelamento do complexo mineiro, a Junta de Freguesia de São Pedro da Cova decidiu requalificar o espaço e torná-lo uma referência na valorização, divulgação e dinamização do património geológico e mineiro da freguesia.

[caption id="attachment_2694" align="alignleft" width="238"]Dentro do Museu é possível regressar ao passado / Foto: Pedro Santos Ferreira Dentro do Museu é possível regressar ao passado / Foto: Pedro Santos Ferreira[/caption]

“A Casa da Malta, hoje Museu Mineiro, é um local que preserva as memórias de quase dois séculos de exploração mineira, que teve início com a descoberta do carvão mineral, no final do século XVIII”, afirma Micaela Santos, da Liga dos Amigos do Museu Mineiro de São Pedro da Cova.

A parte de trás do edifício era originalmente constituída por pequenas divisórias de quartos (50 no total) e na zona da frente existia uma cozinha com lareira industrial e arrecadação de lenha, casas de banho, lavandaria, uma sala de jogos e de leitura e um armazém de bicicletas com uma porta de acesso direto ao exterior. “Os operários ficavam aqui durante a semana e ao fim-de-semana regressavam às suas casas”, recorda Micaela Santos.

Espaço abandonado e degradado

Em 1970, a Casa da Malta encerra e passa por um acelerado período de degradação, mesmo após a aquisição da Junta de Freguesia. “Durante a década de 80 não há registos de iniciativas de recuperação do património histórico da Casa da Malta. Em 1989, o espaço abre ao público com a designação Museu Mineiro de São Pedro da Cova, vai funcionando, mas no final dos anos 90 começa a entrar em decadência”, diz Daniel Vieira, presidente da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova.

No entanto, a Junta nunca deixou cair o nome “Casa da Malta” e deu nova dinâmica ao espaço com o renascer do Museu Mineiro. “A Casa da Malta não deixa de ser o Museu Mineiro. O edifício é hoje o património mais importante deste espaço. Este local podia ter sido transformado numa escola ou numa sala de espetáculos, mas a ideia foi preservar a memória histórica deste local e dos operários que aqui habitaram”, refere.

Assim, a Junta decide dar uma nova vida ao local e começa por contactar as escolas e criar várias atividades educativas, possíveis de adaptar a um público jovem ou adulto. Ainda hoje, uma das atividades mais solicitadas é “O Regresso ao Passado”, que possibilita aos visitantes um regresso ao tempo da exploração do carvão mineral e à rotina diária da Casa da Malta, no final da década de 60.

“Este espaço tinha uma coleção visitável, mas não era verdadeiramente um museu. Para a comunidade local, o interesse deste espaço era poder reviver os antepassados, porque muitas pessoas nem tinham fotografias dos pais, mas com o nome completo e data de nascimento é possível recuperar o histórico dos operários que aqui habitaram”, explica Micaela Santos.

50 anos da Casa da Malta e 25 anos do Museu Mineiro

[caption id="attachment_2692" align="alignleft" width="300"]A Casa da Malta já recebeu cerca de 3000 visitantes no primeiro semestre de 2014 / Foto: Pedro Santos Ferreira A Casa da Malta já recebeu cerca de 3000 visitantes no primeiro semestre de 2014 / Foto: Pedro Santos Ferreira[/caption]

A 27 de setembro, realiza-se a sessão solene da comemoração dos 50 anos da Casa da Malta e dos 25 anos do Museu Mineiro, mas as celebrações prometem durar o ano inteiro com a organização de várias iniciativas.

“No dia 27 de setembro vamos receber convidados que tiveram uma ligação especial à Casa da Malta e ao Museu Mineiro. Além disso, vamos inaugurar uma nova exposição fotográfica sobre o registo do património mineiro e vamos reunir a Banda dos Mineiros do Pejão e a Banda Musical de São Pedro da cova, um reencontro que há muito havia sido prometido”, sublinha a responsável pelo Museu Mineiro.

Segundo Daniel Vieira, desde 2010, o número de visitantes do museu tem vindo a aumentar de ano para ano. “Em 2009, procuramos implementar aqui uma nova dinâmica com projetos escolares, históricos e sociológicos, e se, em 2008, o Museu registava uma média de 500 visitantes anuais, a partir de 2010 começou a evoluir e no ano passado registamos cerca de 5000 visitantes anuais”, explica Daniel Vieira.

“Queremos tornar este espaço dinâmico e capaz de atrair um público jovem”

No primeiro semestre de 2014, a Casa da Malta/Museu Mineiro de São Pedro da Cova registou cerca de 3000 visitantes e, de acordo com a organização, o objetivo é superar a média dos anos anteriores, com a comemoração dos 50 anos da Casa da Malta e dos 25 anos do Museu Mineiro.

Para o presidente da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, a prioridade é “tornar o espaço dinâmico e capaz de atrair um público jovem, até porque nos últimos anos temos notado um grande empenho e orgulho na história da nossa freguesia, graças ao trabalho do Museu Mineiro”.

Durante o ano vão estar patentes as habituais exposições permanentes abertas ao público. Cada visita tem duração de cerca de uma hora e poderá incluir uma atividade pedagógica gratuita.

Zorra e biblioteca são os próximos desafios

[caption id="attachment_2696" align="alignleft" width="300"]A Zorra poderá ser alvo de uma requalificação nos próximos anos / Foto: Pedro Santos Ferreira A Zorra poderá ser alvo de uma requalificação nos próximos anos / Foto: Pedro Santos Ferreira[/caption]

A pensar no futuro, Daniel Vieira garante a continuidade das iniciativas culturais e a visita de convidados especiais como Ana Bacalhau, vocalista dos Deolinda, como forma de “continuar a garantir um espaço atrativo e a realização de exposições inovadoras”.

Ao Vivacidade, o autarca e a responsável pela Casa da Malta/Museu Mineiro de São Pedro da Cova definem os próximos desafios: a recuperação da Zorra, carro de transporte de objetos pesados, situada no exterior do edifício e a construção de uma biblioteca naquele espaço. “Está a ser feita uma digitalização dos 7000 cadastros, 2000 fichas e muitos mais documentos dos operários do antigo complexo mineiro da Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova”, conclui.

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