Câmara Municipal de Gondomar AUTÁRQUICAS 2025

ENTREVISTA: Carlos Brás é candidato independente à Câmara Municipal de Gondomar

Carlos Brás ex-deputado da Assembleia da República pelo Partido Socialista, apresentou a candidatura à Câmara Municipal de Gondomar pelo Movimento Independente “Por Gondomar 2025”. Estivemos à conversa com o candidato.

25 anos no PS, porque esta candidatura contra o seu partido?

Esta candidatura não é contra o meu partido. Acima dos partidos estão as pessoas e os gondomarenses e é isso que é importante destacar. De qualquer forma, estes anos de militância no Partido permitiram-me momentos muito bons, mas também fizeram-me perceber que as máquinas partidárias têm limitações no seu funcionamento. Desde logo os grandes partidos do arco eleitoral português, PS e PSD, de alguma forma não souberam acompanhar a evolução e o crescimento da sociedade por isso é que assistimos ao crescimento de fenómenos extremistas, radicais e populistas, porque os dois maiores partidos foram-se fechando dentro de si próprios e foram-se afastando da sociedade. 

O que motiva a candidatura? 

Temos dois tipos de motivações, uma interna e outro externa. O primeiro tem a ver com o comportamento do presidente em exercício, Luís Filipe Araújo, face ao presidente eleito, Marco Martins. Estava previsto e acordado que o Marco Martins saísse da Câmara e o vice-presidente assumisse a presidência e houvesse uma transição lenta e gradual de forma a capitalizar o conhecimento que ele tinha e acrescendo a isso era o Marco Martins ser o candidato à Assembleia Municipal. O que aconteceu foi que no dia a seguir ao presidente eleito sair, o presidente em exercício até os canhões das fechaduras mandou trocar. Para além de mandar apagar do site todas as referências ao presidente Marco Martins e não ter assumido o compromisso de o ter como candidato à Assembleia Municipal. Sinto que isto é uma ingratidão. Não vou reparar nenhum destes danos, mas custou-me assistir a este ato de deslealdade completa que se verificou no dia seguinte. Tenho boa relação com os dois, acho que foi uma asneira o presidente em exercício descartar a experiência do presidente eleito. 

A motivação externa: foi o que vi acontecer na Câmara após a tomada de posse de Luís Filipe Araújo desde injustiças com os funcionários que trabalhavam diretamente com o presidente Marco Martins, alterando as suas funções e isolando-os e, também, a paralisia da autarquia e a sua inação. Tem as obras todas paradas, não tem agendamento, nem compromisso para lançar novas obras, os serviços estão bloqueados e temos de impedir que Gondomar pare no tempo. Temos de lançar uma candidatura independente fora do partido para reduzir esta incapacidade de decisão.

Se tivesse sido eleito para deputado na Assembleia da República tinha-se candidatado de forma independente?

Iria candidatar-me na mesma, porque para mim Gondomar está primeiro que a Assembleia. 

Porque aceitou fazer parte da lista do PS nestas eleições?

Aceitei, porque quando tomamos iniciativa de avançar com a candidatura independente as listas já estavam entregues no tribunal. Não queria perturbar o partido com a minha desistência da lista ou deixar de fazer campanha ou anunciar a candidatura. Tivemos esse cuidado de levar esse processo até ao fim e começar outro. 

Independentemente do resultado nunca iria tomar posse como deputado?

Poderia tomar posse, mas sairia no momento a seguir. Isso estava decidido e o núcleo duro já estava a par. 

A candidatura é exclusivamente à Câmara Municipal ou, também, irá ter candidatos às freguesias?

À priori a candidatura é à Câmara e à Assembleia Municipal, mas não está descartada essa hipótese, eu e a minha equipa estamos a avaliar essa possibilidade. 

Quem é o seu núcleo duro?

(risos) Preferia, ainda, não revelar o meu núcleo duro, a seu tempo cada um deles assumirá a sua posição. E, portanto, compete a cada uma das pessoas protagonizar e escolher o momento em que revelam a sua candidatura. Posso adiantar, que há pessoas com larga experiência autárquica e partidária. 

Há membros do atual Executivo que farão parte da sua equipa?

Provavelmente sim. 

O presidente eleito, com suspensão de mandato, Marco Martins, estará consigo?

Espero vir a contar com o seu apoio. É algo que é fácil de perceber que venha acontecer, é intuitivo. 

Em termos de propostas, o que identifica que tenha corrido menos bem na Câmara Municipal de Gondomar?

Desde logo, e olhando para 2019, que foi o ano que sai da Câmara e pelo qual fui o responsável financeiro, é preciso melhorar as finanças públicas no Município. O atual presidente, em exercício, teve e tem a responsabilidade financeira e as finanças públicas entraram numa trajetória de declínio. As contas certas são essenciais é importante que entremos por aí. Só com finanças saudáveis é que se pode ser um player e um interveniente importante na sociedade. 

O grande enfoque da minha candidatura é na economia. O Município já passou a fase das infraestruturas, claro que é preciso sempre cuidado e atenção para a manutenção, os grandes eixos rodoviários estão abertos ou em fase de conclusão, como a via do Nordeste. Temos uma boa rede de pavilhões, piscinais, temos equipamentos municipais relevantes como o Multiusos de Gondomar e a Biblioteca. Essa fase está bem conseguida, passamos a fase do lazer e bem-estar, como a rede de parques urbanos, que mudaram a face do concelho e bem. Esta é uma marca identitária de Marco Martins, temos de continuar a preservá-los e melhorá-los. Como tal, colocar o meu enfoque total na economia. 

Há várias entidades externas que me têm contactado que procuram o Município, mas que têm encontrado dificuldades ao nível da localização, áreas de acolhimento empresarial, que é preciso ampliar, melhorar e criar. Temos outro desígnio que é preciso encerrar o PDM – Plano Diretor Municipal. Está em discussão há muito tempo e está suspenso e não se percebe porquê. 

É preciso implementar a estratégia local de habitação, que são 800 habitações da responsabilidade do Município e é um compromisso que quero assumir com os gondomarenses para o primeiro mandato, a concretização dessas 800 casas. Depois há outro compromisso que faz parte da estratégia local de habitação de 400 habitações do terceiro setor, nomeadamente, IPSS e setor cooperativo, que se responsabilizaram por dar resposta em 400 fogos. 

A agilização dos licenciamentos é fundamental para qualquer investidor seja ele institucional, seja ele privado, e é aqui que, também, é importante agir. Na questão dos licenciamentos é preciso modernizar. Sei que a questão do ataque informático prejudicou aqui na evolução e na tramitação digital de alguns processos na Câmara, mas temos de ultrapassar isso rapidamente e entrar num processo de licenciamento muito mais célere. A área do urbanismo tem de ser muito mais digitalizada para dar resposta a estas questões da sociedade e das instituições que nos procuram. 

Como está a ser a reação, na sua ótica, dos gondomarenses a esta candidatura?

Curiosamente, está a ser muito positiva, a ultrapassar as minhas expetativas nas abordagens pessoais que me fazem e nas mensagens que recebo. Sei que tem havido muito ruído por um grupo de pessoas afetos aos partidos, nomeadamente ao PS, que são por natureza mais despertos para estas matérias. É visto com muitos bons olhos a coragem que tive para ir para uma candidatura fora dos partidos, o facto de ser independente consegue-me dar esta empatia junto dos eleitores. Acredito que com relativa facilidade conseguiremos ganhar este desafio. 

O facto de utilizar a página que era de Marco Martins foi desleixo ou propositado? 

Nem um nem outro, foi utilizar recursos que existiam e estavam disponíveis. 

Qual é um bom resultado?

Ganhar a Câmara. 

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