Na semana anterior, o Instituto Português de Sangue apelou à população portuguesa à doação de dádivas, dado à escassez das mesmas nos bancos de sangue. Segundo a entidade, as suas reservas dariam para quatro a 19 dias.

Segundo o Instituto, os grupos sanguíneos mais afetados são o A positivo, o A negativo, o O negativo e o B negativo. Os de tipo 0-,A+ e A- daria apenas para uma semana de necessidades hospitalares e respeitante ao tipo B, daria apenas para 4 dias.

Os responsáveis pelo Instituto revelaram que os meses de janeiro e fevereiro são mais exigentes para a manutenção de reservas de sangue e que o panorama pandémico veio a agravar esta situação, dado as medidas de confinamento e as regras implementadas que visam garantir a segurança dos doadores e dos profissionais de saúde. Estivemos à conversa com VítorFreitas, responsável pela Associação de Dadores de Sangue de Gondomar. Na perspetiva de Gondomar, Vítor adianta que “nas colheitas promovidas pela Associação de Dadores de Sangue de Gondomar, durante o ano de 2020, verificamos uma redução no número de dadores e consequentemente no número colheitas, no entanto, não da forma tão acentuada como esperávamos. Neste ano de 2021 tivemos 2 colheitas, onde os resultados foram fracos, mas tratam-se de locais onde habitualmente a adesão é fraca”, o responsável revela que em comparação com a média nacional, Gondomar possui um número aceitável de dadores, porém “esses dadores fidelizados, devido à pandemia, também acabam por faltar, ou por estarem em isolamento, ou por terem contraído a doença, ou mesmo por receio de contágio”.

O representante da Associação sublinha que “os dadores de sangue estão autorizados a deslocarem-se para dar sangue, mas como atrás dizia, haverá certamente dadores, ou por receio, ou porque diretamente ou indiretamente foram apanhados por este vírus e não poderão sair para dar sangue. Sem dúvida que o confinamento baixará a assiduidade dos dadores”. Nos casos em que um dador contrai o vírus da Covid-19, Vítor elucida-nos constatando que “terá de aguardar 28 dias, para poder voltar a dar sangue, um dador que por ter estado em contacto com um infetado e tenha de estar em isolamento profilático, terá de aguardar 14 dias”.
A Associação faz questão de relembrar à população que “não podemos esquecer que as cirurgias, tratamentos oncológicos carecem de muito sangue, não pararam e é necessário existirem reservas, para que seja o sangue a esperar pelo dador e não o dador pelo sangue”.

Os mesmos deixam um apelo: “Àqueles que nunca deram sangue, mas que têm condições para fazê-lo, que venham contribuir para que tenhamos autossuficiência de sangue e não se perca uma vida por este faltar, neste período tão crítico no nosso país. O apelo que aqui deixamos é que se um dador não puder doar em determinada data, poderá fazê-lo na data seguinte, pois existe muitas alternativas de calendário”, concluiu o representante.

Para doar sangue, os requisitos principais são: ter entre 18 e 65 anos (60 anos para uma primeira dádiva); ter mais de 50 kg; ser saudável e ter hábitos de vida saudáveis. Todos os procedimentos para a dádiva de sangue estão ajustados às normas da DGS, por isso é seguro vir dar sangue.

Para o ano de 2021, a Associação de Dadores de Sangue de Gondomar tem 32 dias de colheitas de sangue. ▪

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