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Broa de Mel celebram 40 anos de carreira

Os Broa de Mel, composto por José Carlos Gorgal e Maria José Gorgal, são de Baguim do Monte e este ano celebram 40 anos de carreira. O VivaCidade foi conhecer a sua história e como despertou este amor pela música. 

 

Como é que começou a vossa carreira?

No tempo em que começamos era muito difícil fazer uma carreira a partir daqui, do Norte. Foi muito difícil. O disco “O Passear Contigo” esteve na gaveta dos produtores, meses. Queríamos gravar e estivemos à espera cerca de 5 anos para que isso fosse possível. Além da dificuldade de lançamento de novos cantores, principalmente originários do norte do país, era complicado ter uma editora para gravar, para não dizer que era quase impossível e foi um privilégio para nós conseguirmos uma editora. 

Como se lembraram de fazer uma carreira a dois?

Estávamos em Lourosa, Santa Maria da Feira, com o Tozé Brito, que fazia parte de uma editora, e tinha dos melhores cantores na altura, ainda hoje ele ainda é um dos senhores da Sociedade Portuguesa de Autores. Ele ouviu-nos a cantar e convidou-nos para lá ir. Cantávamos nos tempos livres, desde pequenos, até porque tínhamos outros trabalhos e a música era o nosso hobbie. Cantávamos de forma amadora até nessa editora sugerirem fazermos uma dupla, o que aconteceu. 

Como surgiu o nome “Broa de Mel”?

O nome Broa de Mel não fomos nós que escolhemos, colocaram-nos, neste caso foi o Arminio Neves que colocou o nome. Apareceu numa época em que todos os grupos tinham um nome,  por exemplo as Doce, o grupo de Ouro e nós éramos os Broa de Mel, antes era impensável o que se vê hoje em dia de o nosso nome próprio ser o nome do dueto ou até de uma carreira a solo. Eu acho que a escolha do nome pelas duas pessoas foi uma brincadeira sendo que somos duas pessoas ligadas ao Porto e ligaram ao nome da Broa de Avintes.

O lançamento do vosso duo foi no Festival da Canção de 1982, quando competiram o primeiro lugar com as Doce, como é que surgiu a oportunidade de participarem neste Festival? 

Fomos para o Festival da Canção através do Carlos Paião. Como amadores já tínhamos umas musicas feitas, mas foi o Carlos Paião que nos deu o impute para o Festival da Canção. Na altura para participar no Festival era necessário todo um trabalho de como é que tudo surgiu e nós não tínhamos esse reportório. Ou entrávamos numa editora e eles faziam tudo ou então fazíamos sozinhos. O Carlos até acabou por fazer a música mas não ficou apurada. Contudo ele conhecia uma pessoa que tinham duas músicas e deram-nos uma, a Banha da Cobra, que acabamos por cantar. A partir do festival em 82 a nossa carreira foi um Boom, em 3 meses o disco vendeu e pediram-nos para fazer outro disco no mesmo ano, e eu disse que tinha uma “musiquinha” em casa. Fiz uma letra e obviamente estou a falar do “Passear Contigo”, felizmente foi o sucesso que todos conhecemos. 

Notaram alguma diferença regional tendo em conta o facto de serem do Porto?

Antigamente sim, agora achamos que já não há esse problema. Aliás insistiam que fossemos para Lisboa.

Após 40 anos de carreira, sente que ainda são acarinhados e que a editora ainda vos dá valor ou acha que estão a apostar nas camadas mais jovens? 

A nossa editora é a espacial. Sentimos que as editoras têm muito orgulho em terem no seu quadro pessoas que fizeram uma carreira consistente e com visibilidade. E, posso dizer que nós seremos, bem como alguns dos nossos colegas, sempre apetecíveis para os editores.

O que estão a pensar fazer para comemorar os 40 anos de carreira?

Em primeira mão quero-vos dizer que vamos atuar em Agosto em Baguim do Monte a convite do Sr. Presidente, nas grandes festas de verão. 

Relativamente à comemoração dos 40 anos de carreira estamos num dilema. Ainda não sabemos bem o que queremos fazer. Fizemos uma pausa na carreira devido a alguns problemas pessoais, já num período em que sentimos que o mercado de concertos estava a absorver muito novas peças e obrigava-nos a descer muito o nosso cachê e a nossa qualidade. Queríamos não fazer pior que o que já fizemos.  Pretendemos evoluir de forma seletiva, mas em Portugal não é possível, ou nós aparecemos ou as pessoas duvidam que continuemos a cantar. 

O que vos orgulha deste caminho nos 40 anos?

Estamos a falar de um tempo que não havia internet. Foi preciso muito trabalho e muitos anos. Tivemos que “abanar com as pessoas lá em baixo em Lisboa” para termos o que temos agora.

Algum momento marcante ao longo da carreira?

O Festival da Canção foi o ponto alto e, para além disso, lançou-nos. A música que nos deram discutiu o primeiro lugar com as Doce. Só tremíamos porque não estávamos a espera de ter sempre a pontuação máxima. Foi o que mais nos marcou. Quando fomos ao festival nem tínhamos editora, éramos o numero 12, e só depois do nosso ensaio é que conseguimos editora, porque não tínhamos nada, estávamos sozinhos. Nos corredores a ouvirem-nos é que nos ofereceram ficarem responsáveis por nós. 

A vossa família apoiou-vos?

Sim. Apoiaram muito. Como éramos uma dupla aceitaram muito bem. 

Ao fim de 40 anos quem é a pessoa que mais querem agradecer?

A toda gente claro, mas ao Carlos Paião, sem dúvida, pela dedicação que teve connosco, mostrou sempre em relação a nós uma admiração e temos uma gratidão imensa, porque tivemos muito trabalho para chegar onde estamos. Se não fosse ele também não tínhamos ido ao festival da canção.

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