A banda RimaRussa, composta pelos gondomarenses Sandro Galvão - Vocalista e guitarrista dos Rima Russa, Manuel Marques - baixista, segunda voz e teclas, Ricardo Rocha - guitarrista dos Rima Russa, Ruben adegas - baterista, Ruben Paquete substituto de Ruben Adegas, é uma banda que prima pelos temas originais e pretende emergir no mundo da m´suca, sendo que já se encontram no top 3 da rádio de Rock Super FM. O VivaCidade esteve à conversa com a banda.
Como surgiu a ideia de terem uma banda?
Quem começou isto foi o Ruben Adegas e o Ricardo, em 2018, que já trabalhavam juntos e começaram a procurar pessoas para formar uma banda e depois apareceu o Pedro que era o nosso antigo baixista e trouxe o Sandro. Criamos, assim, uma estrutura. O Sandro começou a trazer um ou outro tema e, curiosamente, no primeiro ensaio não queria cantar. Nunca tinha tido um projeto em português. Quando veio no primeiro ensaio, o Sandro, disse que para ele isto iria ser um desafio porque nunca tinha cantado rock em português.
Sandro: Nessa apresentação não cantei mas quando voltei passado uma semana, trouxe uma música escrita por mim e o Ruben (Adegas) levantou-se com a baqueta (da bateria) e perguntou-me onde tinha andado estes anos todos (risos), lembro-me disto, e deu-me muita confiança.
Porquê o nome Rima Russa?
O Manuel conta isto facilmente porque foi ele que deu o nome à banda, porque já andávamos há dois ou três ensaios à procura de nome.
Manuel: Eles estavam a falar no nome e o Ricardo tinha trazido uma lista enorme de nomes e como era em português, e tal como o Sandro, nunca tinha tido um projeto em português. Este é o primeiro. Ao longo da escolha, cada nome fazia lembrar coisas diferentes, e fui ao quadro branco que temos e comecei a escrever os nossos nomes e se pensarmos bem, “Ri” - Ricardo, “Ma” - Manuel, “Ru” - Ruben e “Sa"- Sandro, então o nome da banda é por aí, não tem nada a ver com a Rússia. Mas quando começou a invasão da Russia à Ucrânia ponderamos em mudar de nome com receio que as pessoas pudessem associar e dizer que nós somos comunistas, ou Putin’s, mas depois mantivemo-nos fieis ao que queríamos e quem quiser saber que pergunte porque nos explicamos.
Qual é o vosso estilo e a vossa influência?
Não temos só uma influência nem um só modelo musical, mas é um rock português, diferente. Um rock que tentamos que seja mais airoso e o desafio da língua portuguesa acaba por interferir no próprio tipo de rock que estamos a tentar produzir. Porque as nossas músicas são todas originais. Confessamos que, além dos originais temos versões de músicas, mas não Cover’s. Temos uma do António Variações que vamos tocar no próximo concerto, uma versão da música “frágil” e da música “Morte ao Sol”, dos GNR. São músicas que têm uma nova vida , pouco têm a ver com o original.
Porque a escolha dessas músicas para realizarem versões?
São autores que nos dizem muito, músicas que nos sentimos à vontade para as interpretar e que nos identificamos com elas.
Ricardo: Estamos numa altura que realizar versões de músicas portuguesas é complicado, porque muita coisa tem sido alterada. Há tanta coisa que tem sido feito e há tanta exposição dos temas e nós tentamos fazer alguma coisa nova. O nosso objetivo é mais uma espécie de homenagem ao artista e à música do que tocarmos aquela música para agradar as pessoas, o nosso foco são as nossas músicas originais e depois termos um momento destes num concerto.
Vocês lançaram o vosso primeiro videoclipe, o “Espiral", o que pretendem transmitir com esta música?
Esse tema foi escolhido, apesar que podia ter sido outro qualquer porque acreditamos na qualidade dos outros temas que temos. Optamos por essa porque achamos que está um pouco mais madura a música e acabamos por ir a estudo gravá-la.
O núcleo desta música fala sobretudo de superação. É um núcleo que aborda a temática das relações, mais intimas, mais pessoais, mas que a mensagem principal é a superação e é esta a mensagem que queremos que passe para o público, positiva e forte.
A música tem algum ponto de veracidade ou foi apenas uma inspiração?
Há sempre algo da nossa experiência pessoal, das nossas vivências que qualquer artista emprega na sua própria arte, as suas vivências, as suas próprias experiências, portanto não direi diretamente que sim que é uma música autobiográfica, que não é, mas pode haver alguma intersecção com parte pessoal, mas não acho que seja isso que faça a música, nem que tenha sido a intenção da música.
Manuel: Até porque o Sandro traz as letras e o esboço da melodia e nós trabalhamos aqui todos, a música tem um pouco de cada uma.O Sandro chega com a ideia e nós vamos editando até ficar perfeita.
A nível de projeção como é que está a ser o lançamento deste single?
Após a pandemia as coisas ficaram um bocado complicadas para as bandas e sobretudo para os projetos originais, como é o caso do nosso. As coisas estão muito complicadas, o circuito é muito fechado, são muito poucas as bandas que conseguem emergir aqui. Para já não temos assim tanta razão de queixa quanto isso, temos concertos agendados já. E a nossa primeira música que saiu já passa em várias rádios. Estamos no top da Super FM que é uma rádio de rock bastante conhecida, além de estarmos a passar nos tops 40 de várias rádios, além de estarmos presentes no Spotify, apple music, etc. O que muita gente pensa que é normal estarmos presentes nessas plataformas, mas não porque temos de ter um standard de qualidade elevado para passar lá e nós temos tido um feedback bastante positivo. A nível de concertos como Ruben Adegas, está para ser operado para colocar uma prótese na perna tivemos de arranjar um substituto, que é o Ruben Paquete, e estamos a prepará-lo. O único requisito que tínhamos é que tinha de se chamar Ruben para não termos de ajustar o nome (risos). Apesar disto, temos algumas opções para concertos em aberto, mas como os bares estão focados em bandas de tributos ou covers, cada vez apostam menos nos originais e eu percebo a ideia deles, porque qualquer pessoa vai ver tributo de Queen ou Airon Made, agora para ver Rima Russa se calhar vão os nossos amigos nesta fase inicial, se calhar mais tarde atraímos outro público quando a banda ficar conhecida.
Já temos um espetáculo montado, com o Ruben Paquete, e estivemos um pouco parador para nos focarmos no Video Clipe.
Quantos temas originais tem?
Temos 12 temas, 3 versões, 9 temas na gaveta.
Quantas músicas é que tocam num concerto normal?
No próximo concerto vamos apresentar 10 temas. Contudo é variável depende do que nos seja pedido, do tempo que tenhamos, nunca é organizado de forma igual, tem de corresponder, nós fazemos um espetáculo sempre diferente para todos. Nós temos de ter sensibilidade para perceber que somos uma banda de originais e que as pessoas que não nos conhecem de lado nenhum ao fim de certa altura já começa a ser enfadonho.
Como é que conciliam o trabalho, a família e a música?
Tem dado para conciliar normalmente nós ensaiamos uma ou duas vezes por semana à noite. Nos dias de concerto normalmente é ao fim de semana e conseguimos gerir. Isto é como uma relação quando se quer arranja-se um jeito (risos).
É importante realçar que nós não temos Manager somos nós que tratamos de tudo, temos sempre cuidado com tudo e com a comunicação. Nós além dos ensaios vimos para aqui também gravar conteúdo para as redes sociais. Temos sempre cuidado para comunicar como nós queremos.
A nível de concertos há algum que queiram destacar?
Nós já atuamos no Festival de Gondomar, de Música Moderna, é um Festival muito importante porque continua a apostar nas bandas de originais e já muitas bandas conhecidas passaram por aí. Esse festival em Gondomar continua a apostar nos originais e ajuda-os a crescer. Este ano nem foi em formato concurso como costuma ser, foi em formato festival e foi uma coisa completamente diferente.
Qual é o vosso próximo concerto?
Vai ser realizado no fim de semana cultural de Sebolido em Penafiel. Vai ser a 11 de Junho, domingo, e convidamos toda a gente a comparecer. Vai ser um género de Sunset, é o encerramento das festas. Ainda temos alguns pendentes mas estamos a avaliar esta questão dos Rubens.
Como é que as pessoas vos podem encontrar?
Através das redes sociais. No instagram @rimarussa_ , no Facebook Rimarussa e se procurarem no google por “Rimarussa” também aparece logo.