No próximo dia 13 de outubro, todos os autarcas de Gondomar serão chamados a votar no processo de eleição da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), no caso de Gondomar, os Presidentes terão de eleger o representante da CCDR do Norte. Na eleição para este novo mandato, presenciamos uma mudança no processo o que tem gerado alguma contestação por parte dos edis.
A CCDR – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento é um dos órgãos, que segundo o decreto lei 104/2003, são serviços desconcentrados da Administração Central que possuem autonomia administrativa e financeira, e tem como principal objetivo o desenvolvimento das respetivas regiões. No caso de Gondomar, o Município encontra-se situado na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Norte.
No início de agosto surgiram algumas notícias que anunciavam um entendimento para a escolha das Presidências das CCDR, este acordo foi tomado entre António Costa (PS) e Rui Rio (PSD). Anteriormente, o processo realizado era por nomeação pelo Governo Central, atualmente, o processo foi alterado e os autarcas de todos os concelhos do país e, neste caso da região norte, serão chamados a votar nas listas apresentadas. Uma novidade que tem trazido alguns questionamentos.



Ainda no Alto Concelho, o Presidente da União de Freguesias de Foz de Sousa e Covelo, Isidro Sousa revela-nos que “É uma situação inovadora claro que, provavelmente irei apoiar o candidato proposto pelo António Costa, isto por ligação partidária e considero bem este novo sistema de eleição e não por nomeação e, antigamente, quem é que nomeava? O governo, e sendo por eleição dá oportunidade aos outros de nomearem ou elegerem um candidato, há mais abertura. Ambos os processos não são a mesma coisa, uma coisa é seres nomeado por determinado partido, outra coisa é dar oportunidade também à oposição de tentar pelo menos eleger um candidato, neste caso apresentar alguém que possa ser candidato e que tenha até probabilidade de poder ganhar, mas eu estarei do lado do PS. Já há muito tempo que deveria ser mais debatido ou mais aprofundado, penso que se calhar será o primeiro passo para a regionalização e se ela for bem feita e se trouxer benefícios principalmente para o norte, para nós é uma maravilha. Para mim, o mais importante é que se acabe com algumas desigualdades entre o norte e o sul, mas só depois o tempo é que poderá dizer e como é óbvio eu prefiro o sistema de voto do que o de nomeação direta”.



Agora, em Baguim do Monte estivemos à conversa com o Presidente Francisco Laranjeira que revela que “Este novo processo de eleição para as Comissões de Coordenação de Desenvolvimento Regional é um excelente passo para a democracia, deixa de ser um processo de nomeação por uma parte dos órgãos autárquicos e passa a envolver toda a comunidade eleita na respetiva região. Desta forma abre-se o espectro e torna-se mais transparente e mais democrática a representação do órgão que esperamos em breve seja o representante local da tão esperada regionalização. Como Presidente da Junta de Freguesia é uma honra estar incluído neste processo que certamente trará uma melhoria significativa, em particular, ao Norte”.


Regionalização para Governo, Centralização para alguns autarcas
Para garantir, a escolha de “boas direções”, o secretário-geral apelou para a mobilização dos autarcas, salientando que as CCDR serão parceiros fundamentais na execução do próximo quadro financeiro plurianual, na execução do Programa de Recuperação e Resiliência e também nos programas operacionais regionais, cujo desenho será da sua responsabilidade.“Desta vez quem vai decidir se vão investir nesta estrada ou naquela linha de caminho de ferro, quem vai decidir se vão investir no metro ligeiro ou vão construir uma nova ponte. Se vão investir mais na qualificação das escolas ou mais no incentivo às empresas, desta vez, no que diz respeitos aos programas regionais, não vai ser o Governo, vão ser aqueles que os autarcas da região vierem a eleger. E isso é um passo de gigante na regionalização, na democratização e na descentralização da gestão dos fundos comunitários em Portugal”, disse. Contudo, na visão de alguns autarcas, a forma como o processo está a ser gerido contraria esta lógica defendida por António Costa. ▪