Baguim do Monte Sociedade

Associação Muralha Esperança vive do voluntariado

A Associação Muralha Esperança em Baguim do Monte é uma instituição cem por cento voluntária, em que os que fazem parte dela não recebem qualquer remuneração monetária, mas recebem a remuneração do amor. Estivemos à conversa com a fundadora Alda Fraga.

Em que consiste a Associação Muralha Esperança? 
Foi fundada em 2013 num tempo em que estávamos a passar pela troika. Eu e o meu marido criamo-la, porque já fazíamos parte do associativismo há 40 anos. 

Em 2013 pensamos terminar com esta vertente porque queríamos descansar e aproveitar a reforma. Como já trabalhávamos há tantos anos no associativismo, muitas pessoas contactavam-nos para pedir ajuda que os filhos tinham ido dormir sem comer, ou apenas com um bolo de caneca, que nem sabia o que era isso (risos). Pensamos que como tínhamos trabalhado tanto no associativismo achamos que se calhar não era a altura de parar.  

O que fizeram para ajudar essas pessoas?
Fizemos na garagem de nossa casa um armazém de modo a ajudar meia dúzia de famílias, as que já nos conheciam. Queríamos dar um apoio. Daí nasceu a Muralha de Esperança, no dia 3 de outubro. No início tivemos alguma dificuldade em arranjar comida, que era o que nos era pedida.

Como chegaram a este local onde se encontram hoje?
Em fevereiro houve uma reunião da Junta de Freguesia, onde o presidente da Câmara marcou presença. Nessa reunião eles cederam-nos uma sala, onde está a Cruz Vermelha e as pessoas já nos conheciam. Entretanto a cruz vermelha precisou daquela sala. E nós fomos mudando de locais até chegarmos onde estamos agora. 

Quantos pedidos de ajuda têm por dia?
Na altura da troika tínhamos pedidos de todo o lado. Tínhamos 80 famílias e chegamos a ter pedidos do Hospital de Santo António. Ainda ajudamos os sem abrigo na Pasteleira e no Aleixo. Agora já nem sei... só queremos ajudar os que mais precisam. Quero realçar que todas as pessoas que trabalham aqui é por amor à causa e sem qualquer remuneração. 

Como justifica o facto de as pessoas fazerem parte desta associação sem qualquer remuneração?
É o amor à causa. Se as pessoas soubessem... Um voluntário dá o tempo que não tem. Tentamos conciliar com os horários das pessoas, temos professores, que ajudam a fazer trabalhos manuais e para venda para angariarmos fundos, médicos, psicólogos, limpeza, temos cerca de 40 voluntários. 

Qual é o papel e a função do voluntário nesta Associação?
No início de cada ano, os associados trazem-nos documentos que “comprovam” o que gastam e as dificuldades que têm, seja na renda, na alimentação, ou em qualquer outra despesa e tentamos ajudar. Não ajudamos com valores monetários porque não temos. Mas se for preciso apoio monetário reencaminhamos para as instituições devidas, com o apoio de uma assistente social que vem cá uma vez por semana. Temos voluntários que fazem apoio domiciliário, mas não é protocolado com a Segurança social, temos consciência da necessidade da família, não tem reforma para pagar o apoio da segurança social e têm necessidade de pessoas para os ajudar. Para isso temos senhoras, que não recebem nenhuma remuneração, quero mesmo destacar isto, porque é feito com amor, e ajudam a fazer higiene e tudo o que seja necessário. Mesmo que as pessoas não precisem de nada, vamos lá nem que seja só fazer companhia. Falar às vezes já é o suficiente. O nosso trabalho é ajudar as pessoas em tudo o que elas precisem. 

Quais são os objetivos futuros?
Queremos protocolar o apoio domiciliário com pessoas remuneradas para dar sustentabilidade à Associação. O processo já está adiantado. Dar a conhecer a nossa associação marcando presença em inúmeros eventos que também nos ajudem a angariar verbas para ajudar os outros. Temos conseguido sustentar, mas para isso precisamos de sustentabilidade, não pensamos no lucro só no que podemos dar ao outro. 

Em que iniciativas vão estar presentes?
Vamos ao WOW, a 16 de Março, na festa das coletividades costumamos estar, participamos no Mercadinho de Natal, com duas bancas, uma com trabalhos manuais e outra com comida. E tudo o que aparecer nós fazemos questão de marcar presença e mostrar tudo o que de melhor temos para dar. 

Há alguém a quem queira agradecer? 
Aos voluntários, à Junta de Freguesia de Baguim do Monte, à Câmara Municipal de Gondomar, a todos os que colaboram connosco. A toda a nossa equipa. Isto é a minha vida!

 

 

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