
China, Brasil, Cazaquistão, Espanha ou Angola são alguns dos países para onde a NEXT, uma empresa riotintense de produção de equipamentos de áudio, exporta as suas colunas de som. Com uma base de fabrico desde a carpintaria, à montagem e pintura das madeiras e da própria coluna, a empresa afirma-se no panorama internacional. O Vivacidade percorreu a unidade de produção de Rio Tinto e procurou perceber as origens desta firma com 30 anos.
Fundada por António Correia, a empresa sempre se chamou CVA, e continua a ser assim, institucionalmente. Lá fora é conhecida, desde 2004, como CVA Next Prosound ou Next, um nome criado para obter um maior “impacto internacional”.
China e Cazaquistão lideram na exportação
“Felizmente a Next já assumiu um papel importante no mercado internacional, as pessoas já nos conhecem, e não temos dificuldades em fazer chegar o nosso nome a novos mercados”, começa por dizer ao Vivacidade André Correia, filho do fundador e atual gestor da empresa. Isto porque, para André, a empresa tem crescido “a olhos vistos”, sobretudo no estrangeiro. “Estamos geograficamente longe dos nossos clientes, mas procuramos explorar novas áreas do mundo. No ano passado fizemos exposições na China e no Brasil. O nosso distribuidor na China é o nosso melhor cliente. Num momento em que exporta para todo o mundo, importa um produto português e rejeitam os produtos deles. Preferem os equipamentos americanos e europeus e, por isso, vendemos cerca de um a dois contentores, por mês”, explicou André. “Também exportamos muito para o Cazaquistão, que não conhecia a nossa marca mas ficou encantado com o nosso produto. A grande dificuldade é o transporte, porque existem poucas alternativas e somos das poucas empresas portuguesas a exportar para lá”, acrescentou.
A exportação é o forte da produtora de colunas e por isso a firma está a aumentar o leque de distribuidores para levar o nome de Portugal além-fronteiras. “Fazemos questão de dizer que este é um produto “Made in Portugal” e já trouxemos muitos clientes estrangeiros a conhecer a nossa cidade”, frisou o gestor.
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Da fábrica de Rio Tinto saem algumas dezenas de colunas por dia, dependendo do modelo da produção. A produção por encomenda está a “correr muito bem”, garante André Correia e quase já não é possível “fazer um stock”. “Estamos a equacionar fazer um segundo turno de fabricação”, comentou.
Desde a carpintaria à montagem e pintura, a NEXT garante inclusive que nenhum equipamento sai das suas instalações sem um teste individual. “Fazemos toda a produção aqui e ainda fazemos um teste individual aos equipamentos produzidos. Posteriormente, as colunas são embaladas e passam para o armazém. Aqui entram placas de madeira e saem colunas. Temos a base de fabrico desde a carpintaria, a parte da montagem das madeiras de forma a construir a coluna e a pintura”, referiu André Correia.
A variedade de produtos vão desde à simples coluna à estrutura completa para um mega concerto. Quanto ao preço do produto: “Comparando com as marcas internacionais do mesmo patamar de qualidade estamos a 25 a 30% abaixo do preço praticado por essas marcas. Infelizmente Portugal tem uma mão de obra mais barata que nos permite ter preços mais acessíveis. A coluna mais barata que temos anda à volta dos 400€ e a mais cara custa cerca de 3500€, aproximadamente”, indicou o gestor.
Em Portugal, a firma garante que só existe mais uma empresa a competir no mesmo setor e a “concorrência pouco se sente”. Os festivais de verão, por exemplo, têm tido presença assídua do equipamento de som gondomarense. “Temos colunas em Paredes de Coura, Vilar de Mouros, Azurara Beach Party, Marés Vivas, entre outros espetáculos”, enumerou o gestor. No estrangeiro, a principal ‘rivalidade’ está na Alemanha, França e Estados Unidos da América. Apesar da alta competição, a empresa tem sido convidada a participar em projetos de grande envergadura [ver caixa]. “No mês passado começamos a trabalhar com um projeto italiano para construir o maior centro comercial do mundo, onde vão atuar artistas como a Rihanna, Jessie J, Robbie Williams, entre outros. É um orgulho estar representado neste projeto”, revelou o responsável. “Também equipamos os pavilhões gimnodesportivos da Gazprom e o edifício da Samsung na Coreia do Sul, por exemplo”, acrescenta.
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“Felizmente começamos a ser reconhecidos como uma empresa do concelho de Gondomar”
Apesar do reconhecimento nacional e sobretudo internacional, a firma lamenta quase não ter sido notada a nível local, até agora. “Estamos no mercado há muito tempo e não éramos consultados. No entanto, a situação mudou e tivemos a visita do executivo municipal e também do presidente da Junta de Freguesia a 7 de julho”, referiu André Correia.
Quanto à localização em Rio Tinto, o gerente admite que “podia ser melhor, até porque se o negócio continuar a evoluir e poderá ter que se ampliar as instalações.”
No final da conversa, nas palavras do próprio fundador António Correia, a empresa não esconde o desejo de que “a marca continue a ser reconhecida internacionalmente com a aposta em mercados difíceis”. “Nos mercados onde estamos presentes já nos preferem, mas é pena que aqui, em Portugal, não se pense assim”, finaliza. Joe Cocker, Scorpions e Melanie C:
No portfólio da empresa de Rio Tinto constam exemplos nacionais como a RTP, o Coliseu do Porto e o Auditório de Gondomar, instituições que utilizam o equipamento de som riotintense. Já no estrangeiro, Joe Cocker, Joe Satriani, Melanie C, Scorpions e Metallica são alguns dos artistas que utilizaram o equipamento português.