Gabriela Teixeira, aos 13 anos, é campeã nacional de Karting. Inspirada no pai e no avô pilotos de ralicross, atravessa agora a melhor fase de um início de carreira. Estivemos à conversa com ela e com o pai, Mário Teixeira.
Conta-nos como surgiu esta paixão pelo karting?
Gabriela Teixeira: Vou às corridas desde que estou na barriga da mãe. O meu pai e o meu avô são pilotos de ralicross e por isso acompanho desde cedo esta modalidade. Além disso sempre fui muito desmentida e adoro a adrenalina dos carros. Aos seis anos experimentei o kart de um primo e a partir daí sempre pedi aos meus pais para andar num.
Ainda te lembras da tua primeira prova?
G.T: Sim era uma prova não oficial, tinha seis anos, foi em Baltar, mas a oficial, aos sete anos, foi em Viana do Castelo, no campeonato nacional e fiquei em 1º lugar.
Aos sete anos já é possível ter a perceção do que é conduzir?
Mário Teixeira: Sem dúvida. Ela desde muito pequena, com três anos, com aqueles carros convencionais a bateria deu para perceber a sua destreza. Quando o carro (a bateria) derrapava ela conseguia corrigir. Achei logo que não era normal. Quando experimentou kart pela primeira vez não quis outra coisa, acabamos por lhe oferecer um e não parou mais. Passa mais de quarenta fins de semana por ano em pista, entre treinos e corridas.
A vida muda a partir do momento em que entra para as provas de kart. Como é que concilias a escola com o kart?
G.T: É difícil, porque o kart exige muito tempo e treino. Quando tenho corridas tenho de faltar pelo menos na sexta-feira anterior porque já tenho treinos livres. Acabo por conciliar com os professores de modo que não me prejudique na escola.
M.T: Os treinos dificultam porque há semanas com três ou quatro testes e tem prova na mesma semana e torna-se um pouco complicado. Contudo tem conseguido conciliar e os professores, que são bastante compreensivos, quando falta à sexta-feira os professores disponibilizam os resumos das aulas que falta, para que consiga estudar no domingo quando regressa das provas.
Onde é que são os treinos?
G.T:Geralmente, em Baltar ou Braga. Quando tenho corridas, no fim de semana antes, vou para a pista, onde se realiza a prova, que vai de Portimão a Viana do Castelo.
O que é o karting propriamente dito? Há algum acompanhamento técnico?
M.T: Inicialmente era uma coisa mais caseira, mas nos últimos dois anos achamos que deveria ingressar numa equipa, a FCKM, que oferece outro acompanhamento e podemos dizer que já é um nível quase profissional.
G.T: Sim, é um apoio bastante importante que tenho na minha equipa a FCKM, o kart está sempre em perfeitas condições para ser rápida em pista, tem também o Zezinho que é o chamado team manager, que através da telemetria consegue comparar e corrigir o que não está tão bem.
Quem é a tua inspiração?
G.T: O Land Norris.
É um desporto caro?
M.T: Bastante caro. Toda a logística de ir para um treino ou corrida, assim como pneus para treinos e corridas, o próprio desgaste do kart, inscrições, etc.
Têm patrocínios?
M.T: Apenas a empresa do avô, o Bompiso, e a minha, Controlex Sistemas. São pequenos apoios que ajudam, mas nesta modalidade são necessários patrocínios de maior dimensão para se conseguir evoluir. Agora vamos a Espanha participar no Mundial de karting e temos uma semana fora com todos os custos inerentes a isso.Nós suportamos o aluguer da corrida os pneus e o mecânico, que sou eu (risos).
Quais são as perspetivas de futuro?
G.T: Primeiramente quero chegar às fórmulas, se chegar aí já é muito bom. Atingir a fórmula 1, era incrível.
Sendo este um desporto, normalmente, associado aos homens, sente que é um obstáculo para si?
G.T: Não afeta nada. Na pista somos todos iguais, portanto não vejo diferença nenhuma.
M.T: Ao início notava-se mais. Ela conquistou o espaço dela. Mas sente-se que os meninos fazem tudo para ficar à frente dela (risos).
Mensagem para quem queira fazer karting?
G.T: Aconselho a experimentar e se gostarem, vão sentir que é um desporto que cria um bom ambiente e onde se podem fazer novas amizades.
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