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AMB Volleyball Tour 2014: Três dias dedicados ao vólei em Gondomar

[caption id="attachment_3059" align="alignleft" width="300"]Volei Multiusos de Gondomar foi o palco do AMB Volleyball Cup[/caption]

O Multiusos de Gondomar foi, durante três dias, palco para um dois maiores eventos de voleibol ocorridos do concelho. De 4 a 7 de setembro, Miguel Maia e João Brenha, dois dos melhores voleibolistas portugueses de sempre, dinamizaram e deram nome ao AMB Volleyball Cup, pela primeira vez em Gondomar. O evento reuniu cerca de 500 atletas nacionais e estrangeiros num torneio que serviu de estágio para o início da época desportiva.

A Escola EB 2,3 de Gondomar serviu de local de acolhimento para os cerca de 500 atletas que participaram no AMB Volleyball Cup 2014, no concelho. Miguel Maia e João Brenha viram no concelho um “local aprazível” para a continuação daquele que já é um dos maiores torneios de voleibol português e que começa a ser conhecido mundialmente, em Espinho.

Porto Volei venceu o torneio

No final do quarto dia, o “estágio” terminava e sabiam-se os vencedores. Porto Volei venceu o torneio, no escalão de seniores femininos e o Leixões S. C. veio logo a seguir, alcançando o segundo lugar. A Ala de Gondomar obteve a última classificação nesta categoria - quarto lugar -, com o Boavista F. C. na posição acima. De resto ainda no vólei feminino, a vitória para Porto Volei calhou também aos juniores mas a equipa espanhola de Cuenca venceu no escalão de juvenis. Nos cadetes o Colégio Calvão levou o primeiro lugar e o Leixões S. C. venceu os iniciados femininos. Nos juniores masculinos o Leixões também levou a melhor classificação, mas nos iniciados foi o Esmoriz Ginásio Clube que se sobressaiu. A Académica de Espinho garantia a vitória apenas para os infantis masculinos.

Modalidade “tem tradição no concelho”, refere Sandra Brandão

“Cumprimos o objetivo que era, sem dúvida, dinamizar o desporto e a prática da modalidade que tem tradição no concelho, tendo como referência a Ala N´Álvares que também participou com nove equipas”, explica ao Vivacidade, a vereadora do Desporto da Câmara Municipal de Gondomar (CMG), Sandra Brandão. “Foi um evento diferente, na medida em que cerca de 500 atletas nacionais e internacionais, permaneceram em Gondomar durante quatro dias consecutivos. Para além do convívio e partilha de experiências entre as equipas, demos a conhecer o concelho de Gondomar, tentando cumprir desta forma um dos objetivos que é a afirmação desportiva a nível nacional e internacional”, acrescentou ainda a autarca.

Torneio poderá continuar para o ano, se organização assim o quiser

“A continuidade do evento dependerá sempre dos moldes em que nos for proposto”, esclarece a vereadora da CMG. “Dado que não foi uma organização do município, mas sim da AMB Vólei, que nos escolheu para a realização de um evento que tem já tradição em Espinho. Desta forma Gondomar acolheu o torneio e deu o seu apoio com a cedência do espaço e alojamento dos atletas”, explica Sandra Brandão.

“Marcou-me bastante estar a representar um país no maior palco desportivo do mundo”

[caption id="attachment_3060" align="alignleft" width="300"]Maia Brenha Miguel Maia e João Brenha, dois dos melhores voleibolistas portugueses de sempre[/caption]

À margem do AMB, o Vivacidade esteve à conversa com Miguel Maia e João Brenha. Com palmarés invejáveis, os dois atletas passaram grande parte das suas carreiras juntos e alcançaram grandes feitos na modalidade como a conquista do quarto lugar, por duas vezes, nos Jogos Olímpicos.

Para além dos jogos olímpicos, que vitórias destacam de todos estes anos de carreira? João Brenha (JB) - A primeira vitória foi o campeonato nacional, em 1989/1990, pela Académica de Espinho. Foi um título que marcou. Foi o primeiro de muitos e é sempre especial. Depois a Top Teams Cup, pelo Sporting de Espinho, em 2000/2001, que nos trouxe até agora a única vitória portuguesa numa competição europeia. E ainda as duas provas do circuito mundial, onde vencemos em 1998, na Bélgica, e em 1999, na Rússia. Miguel Maia (MM) – A minha carreira é marcada por muitos momentos positivos. Obviamente que não há ninguém que não tenha momentos menos bons. Conquistei muitos títulos. Os campeonatos nacionais de seniores de pavilhão. Fui 15 vezes campeão nacional e também tenho títulos nacionais de jovens. Fui oito vezes campeão nacional de voleibol de praia com o João Brenha. Ganhamos a Top Teams Cup pelo Sporting de Espinho e ganhámos uma etapa do circuito europeu e duas do circuito mundial. Temos êxitos mais do que suficientes para dizer que valeu a pena esta dedicação.

Depois também têm os Jogos Olímpicos para recordar... JB - Claro. Os Jogos Olímpicos são aquelas provas em que todos sonham em participar. O sonho comanda a vida e nós começamos a sonhar com esse momento mesmo antes de sabermos que tínhamos hipótese de ir a uns Jogos Olímpicos. Estivemos nessa grande competição e lutámos por medalhas. Infelizmente ficámos em quarto lugar na primeira vez e passado quatro anos ficámos novamente em quarto lugar, em Sidney. À terceira vez, em Atenas, ficámos em nono lugar. Hoje consideramos que foi um feito enorme mas ficou um sabor amargo porque estivemos muito perto da medalha. MM – Foram os três Jogos Olímpicos que me marcaram. Fui porta-estandarte num dos Jogos também [Sydney]. Marcou-me bastante estar a representar um país no maior palco desportivo do mundo. É uma coisa que nunca mais vou esquecer.

A apetência para o voleibol nasceu convosco e foi adquirida com os anos? JB - Está comigo desde sempre. Pratiquei duas modalidades dos oito aos 12 e depois dediquei-me a sério só ao vólei. Sempre gostei, já vinha de família e jogava em todos os lugares, na rua, na praia, dentro de casa. MM – Fui sempre um amante do voleibol. A minha família foi sempre ligada à modalidade. O meu pai foi diretor da Académica de Espinho e eu vivia a 200 metros do pavilhão, por isso a minha vivência foi passada praticamente dentro de um pavilhão. Para além disso, pertenço a uma cidade onde praticamente toda a gente joga voleibol e está em contacto com a modalidade.

Voleibol na vertente indoor ou praia? JB - Já disse isto muitas vezes, acima de tudo gosto de voleibol. Mas se tivesse que optar naturalmente optava por vólei de praia porque nos deu ainda mais projeção.

Porque decidiram criar a academia? JB - A academia foi formada há cerca de cinco anos. Foi formada porque somos do meio e o objetivo é que fosse apenas para jovens até aos 12 anos. O facto de termos filhos se calhar também nos empurrou para este meio, de forma a podermos acompanhá-los neste primeira fase da prática da modalidade. Mas eles estão à vontade para saírem quando quiserem porque praticar uma modalidade contra a sua vontade é a pior coisa que se pode fazer. MM – A Academia partiu para nós também presentearmos e projetarmos aquilo que nós colhemos ao longo da nossa carreira, para os mais jovens. O projeto foi crescendo mas nunca quisemos entrar em competição e almejar escalões mais adiantados da modalidade mas sim criar hábitos da modalidade dos seis aos 12 anos.

E os torneios surgiram depois... JB - Sim, depois começamos a investir nestes eventos de voleibol. Em Espinho fizemos três edições, em Gondomar foi a primeira. Fazemo-lo com gosto porque estamos como peixe na água. MM – Depois criamos o torneio AMB. Este é o quarto, primeiro em Gondomar, e já estamos com uma projeção mundial muito boa. Tivemos 136 equipas em Espinho e já temos quem requisitasse lugar para o próximo ano, dos Estados Unidos, Brasil e México. No ano passado tivemos 42 equipas estrangeiras. É sinal que o nosso torneio tem visibilidade e é um projeto que veio para ficar. Em Gondomar, este ano tivemos cerca de 500 atletas com uma equipa estrangeira e atletas dos 12 anos aos 30, com os seniores femininos. Acho que as equipas estão de parabéns porque as épocas estão a começar agora e os atletas prontificaram-se a estar presentes no nosso torneio. Se a autarquia assim o entender, vamos organizar para o ano um torneio ainda melhor e dar uma grande projeção à cidade de Gondomar.

Porque decidiram vir para Gondomar? JB - Gondomar tem excelentes condições, com o Multiusos, e viemos ao concelho propor o AMB para setembro. Não temos propriamente ligação com Gondomar mas o Multiusos está envolvido numa zona muito boa, com o Porto ao lado e o rio Douro pertinho. É uma cidade aprazível. MM – Porque a cidade tem tradição no voleibol. Eu e o João jogamos muitos anos aqui contra a Ala de Gondomar e é um clube que respeitamos muito e ainda não tinha estado presente num torneio nosso. Até por aí estamos muito satisfeitos por podermos contar com eles aqui.

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