
Câmara sugere deslocação dos alunos para outros pavilhões
Os alunos da Escola EB 2,3 de Rio Tinto estão sem aulas de Educação Física desde abril do ano passado. O pavilhão está em obras desde aí e os mais de 900 alunos têm apenas aulas teóricas na disciplina. O município propõe agora que os estudantes tenham aulas noutro pavilhão, assegurando o transporte dos mesmos, mas a Associação de Pais já avançou ao Vivacidade que não aprova a sugestão da Câmara.
“As ruas já estão abertas mas ainda não estão com as devidas camadas de pavimento. No que respeita ao pavilhão, as obras estão a decorrer e o maior constrangimento é a colocação do soalho”, garante ao Vivacidade a vereadora da Educação da Câmara Municipal de Gondomar, Aurora Vieira. “A obra está a decorrer de acordo com o previsto, só os prazos é que falharam. Lamento que isto aconteça sistematicamente em Rio Tinto. O atraso da obra era de três meses e não foi recuperado. O pavilhão já está em fase muito adiantada mas falta a colocação da pavimentação”, assegura ainda a autarca, também ex-diretora do estabelecimento escolar.
Alunos poderão ter aulas no Pavilhão de Fânzeres ou de Carreiros, em Rio Tinto
O agrupamento encontra-se em obras há seis anos e a autarquia assumiu o controlo da obra no pavilhão. O empreiteiro anterior não concluiu a obra e o novo empreiteiro deveria ter concluído a obra em 30 dias. “A empresa tinha-se comprometido a fazer a obra até ao fim do mês de janeiro, mas uma vez que não está concluída temos que deslocar os alunos”, explica a vereadora. “Em articulação com a escola fizemos um levantamento das turmas e da carga horária. A Câmara está em condições de comunicar à escola que a partir de agora será possível ter transporte e pavilhões para as crianças poderem fazer educação física”, comunica a vereadora. O assunto será agora discutido em reunião de Conselho Geral, no dia 19 de fevereiro, mas a Associação de Pais já garantiu ao Vivacidade que não concorda com a sugestão do Município. “Em reunião de Associação de Pais não vamos aceitar esta solução. Não aceitamos a deslocação dos alunos. Mas formalmente não podemos fazer esta afirmação porque ainda não nos apresentaram esta solução. Independentemente da solução encontrada vamos promover junto dos pais que não existe a obrigação de deslocar os alunos”, afirma Carlos Monteiro, porta-voz e presidente da Assembleia Geral da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Rio Tinto. “Queremos interrogar como é que os alunos cujos pais não aceitem a deslocação vão ser avaliados. A própria diretora da escola não soube identificar o período desta solução. Estas questões têm que ser respondidas antes de nos apresentarem esta solução”, refere o porta-voz. Carlos Monteiro não se conforma com a solução e duvida mesmo que o assunto seja aprovado no Conselho Geral. “Não acredito que estas soluções passem no Conselho Geral. Sabemos que se estas medidas avançarem vão ser tomadas outras medidas e estamos dispostos a apoiá-las. Queremos saber quem é que vai receber os alunos nos pavilhões. Conhecemos bem o pavilhão de Carreiros mas os balneários não têm capacidade para duas turmas. Propusemos que fosse colocada uma tenda e dois balneários modelares [contentores] onde permaneceriam os alunos”, esclarece. A vereadora mostra-se solidária com os alunos e diz mesmo que, “neste momento, qualquer prazo é mau. A obra já devia estar concluída e qualquer dia a mais é mau” conclui.
Alunos sem aulas práticas de Educação Física mas com notas negativas
“A escola tem sido muito fustigada, apesar do esforço dos alunos, dos pais e professores. Terá havido alguns problemas na avaliação de educação física mas isso será a escola a definir”, comenta Aurora Vieira, que não se quis pronunciar sobre a avaliação aos alunos na disciplina. Em alguns casos, os estudantes estarão a ser avaliados negativamente na disciplina mesmo não tendo aulas práticas. O Conselho Geral está previsto para o dia 19 de fevereiro na Escola EB 2,3 de Rio Tinto, onde será proposta a deslocação dos alunos para outros pavilhões nas aulas de Educação Física.